Jurong negocia construção de navios com até 3 mil empregos
Estatal negocia com o estaleiro em Aracruz a construção de duas plataformas, o que pode dobrar o número de contratados
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A Seatrium, que opera o Estaleiro Jurong em Aracruz, está próxima de oficializar um contrato com a Petrobras para construir dois navios-plataformas que serão instaladas nos campos de Atapu e Sépia, ambos situados no pré-sal da Bacia de Santos.
O Estaleiro Jurong não se manifestou oficialmente até o fechamento da edição, mas empresários do setor confirmam que a negociação existe e já se mostram animados com a perspectiva do negócio, estimando que poderão ser criados até 3 mil empregos no Estado.
“É uma grande notícia para o Estado, e esperamos que as negociações se concluam logo. A Jurong tem cerca de 3 mil funcionários, então poderia até dobrar a equipe. Provavelmente a base será feita em Singapura e aqui seria completado. Não há garantia, porém, de que as duas viriam para cá, porque uma poderia ser aqui e a outra em Angra dos Reis”, detalha o consultor empresarial Durval Vieira de Freitas.
Já o membro do conselho do Centro Capixaba de Desenvolvimento Metal Mecânico (CDMEC), Fausto Frizzera, salienta que parte dessas contratações seria oriunda de fornecedores locais, ou seja, não necessariamente seriam contratações diretas. E também concordou que a tendência é que o casco venha com a carcaça pronta de Singapura ou de outro fornecedor.
A Petrobras iniciou as conversas com a Seatrium após a retirada de outra concorrente na licitação. A China Offshore Oil Engineering Corporation (COOEC) estava competindo pelos contratos, mas se viu compelida a desistir do negócio, que envolve a construção dos navios-plataforma P-84 e P-85.
O motivo da decisão foi a complexidade que a empresa chinesa enfrentaria para atender aos requisitos de conteúdo local, principalmente devido aos prazos de construção dos módulos das duas plataformas.
As futuras plataformas P-84 (Atapu) e P-85 (Sépia) terão, cada uma, capacidade diária de produção de 225 mil barris de óleo e processamento de 10 milhões de metros cúbicos de gás.
A previsão é de que a produção tenha início em 2028. O projeto destaca-se por sua projeção de redução de 30% na intensidade de emissões de gases de efeito estufa por barril de óleo equivalente produzido.
SAIBA MAIS
Navios-plataforma
O objetivo da negociação da Petrobras com a Seatrium é a construção dos navios-plataformas (FPSOs) P-84 e P-85.
Essas embarcações serão estrategicamente instaladas nos campos de Atapu e Sépia, respectivamente, ambos situados no pré-sal da Bacia de Santos. A Seatrium, no Brasil, opera os estaleiros BrasFELS, em Angra dos Reis (Rio de Janeiro), e Jurong Aracruz, no Espírito Santo, o que significa que pelo menos um dos navios pode ser construído em Aracruz.
Licitação
A Petrobras iniciou as conversas diretas com a Seatrium após a retirada da outra concorrente na licitação. A China Offshore Oil Engineering Corporation (COOEC) estava competindo pelos contratos, mas se viu compelida a desistir do negócio.
O motivo da decisão foi a complexidade que a empresa chinesa enfrentaria para atender aos requisitos de conteúdo local, principalmente devido aos prazos de construção dos módulos das duas plataformas.
As futuras plataformas P-84 (Atapu) e P-85 (Sépia) terão, cada uma, capacidade diária de produção de 225 mil barris de óleo e processamento de 10 milhões de metros cúbicos de gás. A previsão é que a produção tenha início em 2028.
A participação da Seatrium na licitação será possível após a mesma ter assinado acordo de leniência no valor de R$ 670,69 milhões com a Advocacia-Geral da União (AGU), a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal em relação a práticas de corrupção investigadas pela Operação Lava-Jato, referentes à Sembcorp Marine, empresa que se fundiu à Keppel Offshore para formar a atual Seatrium.
O projeto
O projeto destaca-se por sua projeção de redução de 30% na intensidade de emissões de gases de efeito estufa por barril de óleo equivalente produzido. Essa redução é atribuída aos benefícios da configuração All Electric, otimizações na planta de processamento para maior eficiência energética e a incorporação de diversas tecnologias sustentáveis.
Dentre as inovações incluídas, destaca-se a ausência de ventilação de rotina, captação profunda de água do mar, uso de variadores de velocidade em bombas e compressores, cogeração, ausência de queima de rotina (recuperação de gases da tocha — flare fechado) e válvulas com requisitos para baixas emissões fugitivas. Segundo especialistas,o projeto representa marco na busca pela sustentabilidade no setor de petróleo e gás.
Fonte: Pesquisa AT
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