Ideia começa do zero e vira negócio milionário
Picpay, Motora, Etaure e Aratu são algumas das empresas destaque
Escute essa reportagem
O interesse dos investidores pelas empresas surgem em diferentes fases. No caso das startups, por exemplo, há investidores-anjos que contribuem não só com dinheiro, mas também com o conhecimento.
Da incubadora de startups TécVitória saíram diversas empresas que estão se destacando. Entre elas: Picpay, Motora, Etaure e Aratu. O diretor executivo da TécVitória Rafael Lima acompanhou o desenvolvimento do aplicativo de serviços financeiros Picpay.
Para ele, foi gratificante ver a transformação: “Aquilo que era só um teste, uma ideia diferente de tudo que a gente via naquela época, mudou a forma de pagamento. Em 2014 e 2015 não tinha pix”, destacou.
Mas não foi um processo fácil.
“Eles tiveram seis ideias, seis produtos que desenvolveram e nenhum foi para frente. A última foi o Picpay. Eu vi nascendo”, contou ele, que entrou na incubadora como office-boy.
Em comum, ele percebe que as empresas que avançam tem por trás pessoas persistentes. “É persistência porque começar um negócio do zero é difícil. Imagina algo que alguém nem está habituado e nem sabe que precisa comprar”.
Já a Motora Tecnologia está por trás do sistema autônomo do carro voador, desenvolvido pela Eve Air Mobility, da Embraer. Eles são planejados principalmente para locomoção em pequenas distâncias, dentro das cidades.
Depois da incubação, as empresas podem passar por uma fase de aceleração. A diretora de inovação do hub Base27, Polliana Rosa, explicou que a função do hub é conectar as startups no ecossistema de inovação.
Como exemplo citou conectar startups com aceleradoras, conectar com empresas que vão contratar o serviço, com mentores. “O hub tem o papel de ponte”.
Na prática, especialistas explicam que se destacam aquelas que criam soluções para problemas que há clientes dispostos a pagar para que sejam resolvidos.
Os números
173 é o número de startups no Estado
17 atuam no ramo de alimentação (Food Techs)
16 atuam com inovações para o setor de RH (HRTechs)
Saiba mais
Destaques
No Estado há várias startups que estão se destacando no mercado de inovação, além do Picpay e da Motora.
a Etaure é especialista em engenharia de software e design que atende tanto as grandes corporações quanto startups. O objetivo dela é catalisar o crescimento do produto digital dos seus clientes.
a Aratu é uma startup capixaba voltada para o monitoramento ambiental.
Processo de inovação
Nesse processo de inovação há vários elementos, como incubadoras, aceleradoras, hubs de inovação. Confira abaixo o papel de cada um deles:
Incubadoras
O papel da incubadora é ajudar os empreendedores a tirar a ideia da cabeça e colocar no papel. Elas são como incubadoras de bebês, que ajudam a nutrir a empresa até que elas tenham condições de sobreviver fora daquele ambiente.
Dentro das incubadoras, as startups recebem apoio técnico através de capacitações, mentorias e treinamentos, até que tenham condições de se lançar no mercado, de acordo com Sebrae.
Aceleradoras
auxiliam no desenvolvimento dessas empresas, quando já estão um pouco mais maduras. “Quando estão vendendo, mas ainda não tem o processo completamente consolidado”, explicou Polliana Rosa, diretora de inovação do Base 27.
Hub de inovação
O hub de inovação é uma espaço que funciona para conectar as startups com possíveis clientes, aceleradoras, mentores, por exemplo.
Fonte: Polliana Rosa e Rafael Lima.
Saiba mais
Assessoria
É importante buscar uma empresa especializada no assunto, para fazer fusões ou aquisições.
Existe um processo a ser cumprido com muitas etapas e métodos específicos. Fazer sem a assessoria é sinônimo de assumir mais risco.
Um exemplo é uma rede de supermercados de Guarapari que fez uma venda sem assessoria para uma empresa do Rio de Janeiro que deu errado e o supermercado quase foi à falência.
Para ficar atento
- Para quem está comprando
A compra muitas vezes é uma tentativa de somar o valor do negócio à empresa que está adquirindo. “Transação bem feita melhora a operação da empresa de que está sendo adquirida”, de acordo com Paulo Guilherme Coimbra, sócio da KPMG.
- Para quem está vendendo
É interessante quando o processo é competitivo, com mais de um comprador, aumentando a competição entre eles. Dessa forma, é possível aumentar o valor do seu negócio, segundo Coimbra.
- Perspectivas
Com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo (que no último ano foi mais que o dobro da média nacional) e o bom ambiente de negócios do Estado, o cenário, de acordo com Gilvan Badke, diretor de fusões e aquisições da EMEG. é favorável para um aumento do valor de mercado das empresas, mas com muitas ressalvas em relação a cada negócio e ao setor de atuação.
- Retorno para o Estado
De uma maneira geral, a melhor transação para o estado é quando um novo player está entrando e vai fazer investimentos para crescer nele, gerando infraestrutura, criando empregos, aumentado a arrecadação.
Mas também podem haver transações que não necessariamente são favoráveis, por exemplo em caso de fusão de empresas próximas, com racionalização de cargos ou postos de trabalho.
Fonte: Gilvan Badke, Paulo Guilherme Coimbra, acervo AT, Ministério da Justiça.
Comentários