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Polícia

MPES denuncia tio que manteve sobrinha em cárcere por 9 anos

Mulher foi resgatada do cárcere pela polícia em setembro deste ano


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Imagem ilustrativa da imagem MPES denuncia tio que manteve sobrinha em cárcere por 9 anos
Jovem chora abraçada ao pai no dia em que foi resgatada. Na casa, no Sul da Bahia, polícia encontrou armas e munição |  Foto: Divulgação / Polícia Civil

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou à Justiça o tio acusado de manter a sobrinha em cárcere privado por quase 10 anos, no interior da Bahia, após sequestrá-la em Rio Bananal, na região Norte capixaba. 

A jovem atualmente tem 25 anos e foi sequestrada quando tinha 15 anos. Ela relata que, durante o tempo em que foi mantida em cárcere, sofreu violência sexual e ameaças do acusado, inclusive com arma de fogo. A vítima foi regatada em 19 de setembro deste ano. 

A jovem atualmente tem 25 anos e foi sequestrada quando tinha 15 anos. Ela relata que, durante o tempo em que foi mantida em cárcere, sofreu violência sexual e ameaças do acusado, inclusive com arma de fogo. A vítima foi regatada em 19 de setembro deste ano. 

Na ocasião, o acusado conseguiu escapar do cerco policial. No entanto, as buscas continuaram e ele se entregou à polícia em 14 de outubro

O inquérito da Polícia Civil foi enviado ao Ministério Público Estadual, que ofereceu denúncia à Justiça, por meio da Promotoria de Rio Bananal.

"O MPES requer a condenação do réu pelos crimes de estupro, agravado por ser cometido contra pessoa com menos de 18 anos, vulnerável e familiar do réu; sequestro, praticado contra pessoa com menos de 18 anos e com fins libidinosos; falsificação de documento público; e posse irregular de arma de fogo, todos agravados por serem praticados de forma continuada", destaca o órgão ministerial.

Além da denúncia, o MPES também deu parecer favorável para o pedido de prisão preventiva do acusado.

PESADELO, RELEMBRA VÍTIMA

No período em que esteve sob cárcere privado, a jovem terminou o ensino fundamental e depois nunca mais frequentou a escola. 

Além de não ter acesso aos estudos, a vítima convivia com violências sexuais e ameaças.

"O que vivi foi mais que um pesadelo, porque um pesadelo a gente consegue acordar. Ali, eu não acordava nunca. Então tem momentos que perdi a esperança mesmo", disse ela.

RELEMBRE

Em 2014, o acusado passou a coagir a vítima quando foi morar na casa dela, em Rio Bananal. O tio abusava sexualmente da jovem quando ela estava sozinha na residência. No ano seguinte, o réu teria forçado a sobrinha a fugir com ele, ameaçando matar ela e a família. 

O tio fez com que a adolescente escrevesse uma carta aos familiares, dizendo que iria embora. O pai da jovem procurou a polícia e o Ministério Público, mas ela não foi encontrada na ocasião. 

Durante o período em que esteve sob poder do acusado, a jovem morou em Teixeira de Freitas, na Bahia, e por três anos em Vitória. Depois, voltou para a cidade de Jucuruçu, na Bahia, onde ela trabalhava na roça com o réu, sem receber remuneração. 

Por conta dos abusos sexuais, a mulher engravidou e relatou que era agredida pelo tio durante a gravidez. A criança nasceu em 2018, mas morreu com menos de um mês, após complicações. 

Em 2024, a jovem ganhou um celular do agressor e conseguiu fazer contato com uma prima. Foi a partir daí que o pai procurou o MPES novamente e um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) foi instaurado. 

A polícia realizou uma operação em 19 de setembro deste ano e conseguiu resgatar a jovem, na cidade de Jucuruçu, na Bahia. Foram encontradas armas de fogo, que não tinha autorização legal e era utilizadas pelo acusado para ameaçar a sobrinha. 

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