Espírito Santo volta à rota dos navios de cruzeiro
Secretaria de Turismo tem parecer positivo da USP para que Vitória possa receber cruzeiros a partir da temporada de 2025
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O Espírito Santo deu mais um passo rumo ao retorno à rota dos cruzeiros marítimos. Nesta semana, a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) recebeu um parecer positivo da Universidade de São Paulo (USP), que, desde outubro, realiza estudos para avaliar a viabilidade do projeto.
A previsão é de que Vitória volte a receber os navios de cruzeiro a partir da temporada de 2025, que acontece de outubro de 2025 a maio de 2026.
Durante a pesquisa, técnicos estiveram na capital capixaba para analisar e entender as condições de vento e mar da faixa litorânea e — em São Paulo, foram realizadas simulações que replicam e analisam, com precisão, as mesmas características do local.
As simulações foram acompanhadas pela equipe da Setur, liderada pelo Secretário de Estado de Turismo, Philipe Lemos. Também estiveram presentes representantes de empresas de turismo e de rebocadores.
Veja registros das simulações:
O laudo final com as conclusões completas do estudo será entregue mês que vem. No entanto, em entrevista para o Tribuna Online, o secretário adiantou opções apresentadas pelos pesquisadores da USP.
Para a chegada dos navios em Vitória, há duas possibilidades viáveis e que serão analisadas pelo governo do Estado. Em uma delas, o navio teria que fazer uma manobra para se posicionar de frente e entre as ilhas do Boi e do Frade.
Já a segunda, que é mais bem vista pelos pesquisadores e pela secretaria, já é feita por navios cargueiros: a entrada é feita pela área da Vale e o navio faria um percurso em linha reta até parar as ilhas.
“Para isso teria que haver uma conversa com a mineradora. Mas, essa é vista como a melhor opção”, contou Philipe Lemos.
Após a parada do navio no oceano em Vitória, há duas opções para o desembarque dos turistas: o Hotel Senac Ilha do Boi e a Praça do Papa. “Veremos com a Marinha o que é mais seguro para o desembarque. Há um fluxo muito grande, de 3 a 4 mil passageiros. Deve ser uma escolha que preze pela segurança dos turistas e pela mobilidade do local”, concluiu.
Outros testes devem ser feitos até a entrega do laudo, a pedido da USP. São eles a batimetria, para saber a profundidade exata de onde o navio passará; o fundeio, para definir onde o navio vai jogar a âncora e permanecer parado; e a sinalização marítima.
“Esse é o nosso desafio agora. A partir do momento que eles disseram ‘sim, é possível’, agora a gente tem que trabalhar com os demais atores em como oferecer uma estrutura segura e confortável para receber esses turistas Philipe Lemos, Secretário de Estado do Turismo
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Objetivo
- A expectativa da Secretaria de Estado do Turismo é que, com a conclusão positiva dos estudos, o Estado possa receber um significativo fluxo de turistas, criando impactos econômicos positivos para a região.
Escolha
- A Universidade Federal do Espírito Santo não possuiu um laboratório de engenharia naval com simuladores como o da USP.
- A USP é uma referência e fez estudos para outras cidades que desejam fazer o mesmo projeto que o de Vitória, com navios parados em alto-mar.
Simulações
- Durante as simulações, realizadas em formato 3D, foram representados os ambientes portuários e costeiros de Vitória.
- Foram conduzidas análises de risco da operação, visando avaliar possíveis desafios e soluções para garantir o sucesso das paradas de cruzeiros no Estado.
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