Falta de sono tem tratamento. Veja como combater a insônia
"Higiene” do sono, meditação, ioga, relaxamento e exercícios físicos são algumas opções para combater o problema
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Avalie seu sono: considera que tem um sono de qualidade? Quando dorme mal, isso afeta seu humor? Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta que 72% dos brasileiros sofrem de doenças relacionadas ao sono, entre elas, a insônia.
E a falta de sono pode afetar emoções e humor. Chama atenção o fato que a insônia aumenta em até quatro vezes o risco para depressão, segundo estudos. Mas há tratamento para o problema.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), tratamento medicamentoso, higiene do sono, meditação, ioga, relaxamento e exercícios físicos estão entre os tratamentos indicados para quem sofre de insônia.
“Quando a insônia está relacionada a hábitos, tentamos antes eliminar estímulos, com um estilo de vida mais tranquilo. Quando isso não resolve, precisamos medicar o paciente que está dormindo mal”, explica a pneumologista Jessica Polese, especialista em Medicina do Sono e presidente da Associação Brasileira de Sono - Regional Espírito Santo (Absono).
Segundo a médica, há medicamentos efetivos para a doença, mas é preciso que haja orientação devido ao possível abuso e uso prolongado. “Tem de ter a devida precaução e também o acompanhamento psicológico, com a terapia cognitivo-comportamental”, recomenda.
A pneumologista e especialista em Medicina do Sono Roberta Couto explica que a terapia cognitivo-comportamental, considerada o padrão ouro para tratar a insônia, ajuda a identificar e modificar alguns comportamentos e pensamentos que podem perpetuar a insônia.
“Temos educação sobre sono, ou seja, vamos ensinar as técnicas de relaxamento e técnicas de controle de estímulo. O paciente vai trabalhar atitudes, pensamentos e crenças que vão prejudicando ainda mais o seu sono”, destaca.
Roberta alerta que o paciente com privação de sono pode ficar mais irritado, com menos tolerância, tem dificuldade de se regular quando tem que lidar com emoções mais intensas, pode ainda ter aumento de ansiedade, além de ter dificuldade de organização, levando à procrastinação, podendo ainda atrapalhar na consolidação da memória e do aprendizado.
Segundo a médica Jessica Polese, a insônia também pode preceder um distúrbio psiquiátrico. “Esse distúrbio do sono pode desencadear um distúrbio psiquiátrico. O primeiro estágio para uma alteração psiquiátrica é a privação do sono, gatilho para mais doenças psiquiátricas”.
Ajuda médica especializada
“Hoje estou bem melhor”
Os anos de insônia levaram a técnica de navegação Juçania de Lourdes Paniz, de 56 anos, a procurar ajuda médica especializada em Medicina do Sono.
O estado de alerta, devido ao serviço, foi o gatilho para que a doença se manifestasse. “Minha insônia está relacionada à ansiedade. Atualmente, minha realidade é outra”.
Há mais de dois anos se tratando, Juçania vê os efeitos em seu corpo. “Uma pessoa que não dorme é uma pessoa que não vive. Hoje estou bem melhor. Ainda tomo medicação para dormir e faço o programa vigilante do sono, indicado pela minha médica, que tem acesso pelo aplicativo aos resultados. Também faço higiene do sono, técnicas de respiração e relaxamento. Tudo isso me ajudou”, explicou.
“Lavagem” do sistema nervoso
Se você não tem horário para dormir e nem para acordar, não faz higiene do sono (como evitar ficar em frente às telas) e está envelhecendo, é um provável candidato a ter insônia.
Segundo a Associação Brasileira de Sono (Absono), essa é uma das possíveis causas de insônia. “Estresse, ansiedade, depressão, ambiente inadequado e falta de uma rotina pré-sono também podem causar insônia, bem como o uso de substâncias estimulantes como cafeína, nicotina e álcool”, alerta a médica Roberta Couto, especialista em Medicina do Sono.
Substâncias
Mas o que acontece quando dormimos? “Durante o sono é como se 'lavássemos' o sistema nervoso. É como se tivéssemos um monte de substâncias de degradação da atividade cerebral muito intensa, e durante o sono as substâncias tóxicas que causam o envelhecimento e degeneração das células fossem 'lavadas'”, explica a médica especialista em Medicina do Sono Jessica Polese.
Saiba mais
Insônia
Se o sono está fragmentado, tem sonolência diurna, pouca energia, irritabilidade e demora mais de 30 minutos para começar a dormir, e esses fatores se repetem pelo menos três vezes por semana durante 3 meses, é a insônia se manifestando como um transtorno.
Ela pode aparecer também associada a outros problemas de saúde, como dores, depressão e ansiedade, esta é a chamada insônia comórbida.
Fonte: Absono.
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