Especialistas ensinam como identificar e tratar a psoríase
Entre as principais causas da doença, caracterizada por inflamações na pele, estão o estresse e a má alimentação
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Doença autoinflamatória, crônica e não contagiosa, a psoríase tem como causas predisposição genética e fatores ambientais, tais como estresse, etilismo, tabagismo, alimentação inflamatória, medicações, microbiota pele e intestinal.
Dermatologista certificada em medicina do estilo de vida, Luana Mukamal frisa que a psoríase envolve, além de uma base genética e estímulos ambientais, a ativação do sistema imune, que desencadeia respostas inflamatórias locais na pele e articulações, assim como promove inflamação sistêmica de baixo grau.
Livia Grassini, dermatologista, afirma que a doença pode estar associada às emoções. “A psoríase pode estar associada com doenças cardiovasculares, obesidade, síndrome metabólica, distúrbios gastrointestinais e transtornos psiquiátricos”, pondera.
Livia explica que a doença é caracterizada por placas vermelhas, espessas e descamativas, principalmente em áreas extensoras de cotovelos, joelhos, região lombossacra, couro cabeludo, além de alterações nas unhas.
A professora Lorrane Eliza Berger, 29 anos, contou que as primeiras lesões apareceram em seu corpo após a morte da irmã. Segundo ela, foram dois anos e quatro médicos até achar a medicação que estabilizasse seu quadro.
“Foi com pedido na Farmácia Cidadã, pois é um remédio muito caro, é uma injeção. Passaram três meses do primeiro uso e eu não tinha nenhuma mancha no meu corpo e nem no couro cabeludo”.
A professora é paciente da dermatologista Juliana Lacerda, que afirma que muitas pessoas não sabem da possibilidade de conseguir a medicação de alto custo para psoríase no SUS.
“O Ministério da Saúde tem um protocolo de medicamentos que devem ser usados, antes de tentar o medicamento de alto custo. Com um laudo e exames, inicia-se o processo na Farmácia Cidadã para requerer a medicação, que vai ser avaliado”, conta.
Livia Grassini comenta ainda a relação com outra doença. “Cerca de 30% dos pacientes podem ter associação com a artrite psoriásica. A maioria desenvolve psoríase primeiro e depois artrite, mas, em alguns casos, a artrite pode iniciar antes das lesões da pele”.
O tratamento depende da avaliação da gravidade, feita por scores (uma espécie de pontuação) que analisam a extensão e características das lesões. Aborda desde tratamentos tópicos para quadros leves, fototerapia, imunossupressores e imunobiológicos para casos moderados a grave, além de mudanças no estilo de vida.
Melhoria da qualidade de vida
Um tratamento assertivo, com dois medicamentos, de forma contínua, fez com que os sintomas da psoríase se estabilizassem na assistente social Maíra Andrade Gomes, 35 anos. Com isso, ela recuperou sua qualidade de vida.
“Melhorou muito, minha qualidade de vida voltou. Voltei a usar as roupas que gosto e, com isso, estou muito feliz”, diz ela, que é paciente da dermatologista Livia Grassini.
Maíra descobriu a doença no ano passado, quando na perna direita, abaixo do joelho, começou a ter muita coceira e ficava tudo branco, “esfarelando”. “Me atrapalhava demais. Estava usando só roupas longas, porque tinha vergonha das minhas pernas. Onde eu ia as pessoas me perguntavam o que era”.
Maíra contou que os sintomas surgiram quando precisou mudar de cidade, a trabalho, e foi morar sozinha.
Evitar álcool e cigarro ajuda a controlar a doença
Fazer atividade física, gerenciar estresse, melhorar a qualidade do sono, diminuir o consumo de tóxicos (como álcool e tabagismo) e ter uma alimentação saudável (com frutas, legumes e verduras) é parte fundamental para o controle da psoríase, de acordo com a dermatologista certificada em medicina do estilo de vida Luana Mukamal.
E melhorar o estilo de vida é se cuidar por inteiro. É melhorar de dentro para fora, além de promover uma melhora sustentável, que irá se manter. Quando desinflamamos por dentro, a pele melhora por fora.
“A psoríase frequentemente está associada à obesidade, alta de glicemia e colesterol no sangue. Muitas vezes, quando o paciente perde peso, melhora o controle da glicemia e do colesterol, e a pele também melhora”, afirma a especialista.
SAIBA MAIS
Doença
A psoríase é uma doença crônica inflamatória sistêmica, que envolve base genética e estímulos ambientais.
Além da ativação do sistema imune, que desencadeia respostas inflamatórias locais na pele e articulações, e promove inflamação sistêmica de baixo grau.
Sintomas
Lesões na pele, com mais frequência nos cotovelos, joelhos e couro cabeludo, mas podem acometer o corpo inteiro.
Tratamento
Os tratamentos vão desde medicamentos orais, subcutâneos e injetáveis, seguindo uma ordem de prescrição e fototerapia.
Fonte: Especialistas consultadas.
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