Café com sabor de história em São Roque do Canaã
Empreendedores transformaram lavoura herdada dos avós em cafés especiais
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Vai um cafezinho aí? Em São Roque do Canaã, Região Noroeste do Espírito Santo, a bebida fica por conta dos empreendedores, o casal Jonezio Sotelle Carlini, 37 anos, e Débora Brandt Sotelle Carlini, 30. Eles contam que, por ser um município com a cultura mais de ser “a terra da cachaça” e ter pouca chuva, colher cafés especiais é um desafio diário. “Mas sempre superamos”, afirma Jonezio.
“Somos descendentes de italianos e meu avô começou a cultivar o café. Ele teve 11 filhos e um ficou na propriedade: foi o mais novo, que é o José Carlos, meu pai. E ele se casou. Teve três filhos. Estamos, assim, produzindo um café de qualidade que, talvez, lá no início meu avô não conseguiu”, afirma Jonezio. Do presente e para o futuro, além da qualidade, o casal leva o nome dos filhos: Zaya e Zaqueu.
Jonezio conta que o casal foi além de apenas plantar e colher o café. “Montamos a nossa torrefação e fomos conseguindo apresentar um produto de qualidade para o cliente e elaborar cafés especiais”. A torrefação é a transformação do café cru no grão torrado, pronto para moer.
E para melhorar a qualidade do produto, foi preciso buscar conhecimento. “A Débora que foi buscando as embalagens e a logomarca e a gente teve ajuda de alguns parceiros. E o Sebrae/ES (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) também ajudou muito. Agora, quando o cliente chegar e provar nosso café, vai falar assim: ‘Vocês estão de parabéns!’”, afirma o empreendedor.
Jonezio e Débora mostraram seu produto em um estande no Festival da Cultura Italiana, realizado na Praça do Papa, em Vitória, entre os dias 31 de maio e 2 de junho. No local, o Sebrae/ES montou a réplica de uma casa dos primeiros imigrantes italianos.
O diretor-superintendente do Sebrae, Pedro Rigo, destaca que a entidade apoia as micro e pequenas empresas no Espírito Santo, onde tem 78 municípios com descendentes italianos. “E onde nós temos uma população quase 70% descendente italiana, ou seja, o nosso público-alvo de empreendedores é basicamente de ascendência italiana, ou seja, um grande percentual. Então, de forma indistinta, o Sebrae atende a todos os empreendedores, mas certamente a gente precisa estar conectado a todo esse processo, à cultura italiana, à percepção do empreendedor italiano, para a gente também pode conversar e trabalhar para a promoção do desenvolvimento, a partir desse atendimento a esses empreendedores”.
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