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Cidades

Psiquiatras cobram mais discussão para evitar suicídio

Especialistas alertam que é preciso orientar sobre identificação de sinais e ainda divulgar informações de qualidade sobre o tema


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Imagem ilustrativa da imagem Psiquiatras cobram mais discussão para evitar suicídio
Médica psiquiatra Letícia Mameri-Trés diz que são necessárias medidas mais eficazes de combate ao problema |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

Tema de saúde pública que ganha um mês especial em setembro, o debate sobre a prevenção ao suicídio, segundo especialistas, deve ser aprofundado.

Entre os pontos levantados pelos psiquiatras está o mito de que a mídia não deve abordar o tema do suicídio para não estimular mais atos. A presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), Licia Colodete, aponta que existem meios de se alertar para a questão sem que se promova o contágio.

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“É importantíssimo buscar fontes seguras, orientar quanto à identificação de sinais, acolhimento e encaminhamento para os serviços e profissionais capacitados para lidar com o problema. Informação e orientação de qualidade salvam vidas”, afirmou.

Por outro lado, apesar de esforços como a campanha do Setembro Amarelo, o tema segue cercado de tabus e preconceitos, que ainda representam desafios para quem sofre com problemas psicológicos.

“Quase a totalidade das pessoas que cometem suicídio padecem de alguma doença mental. Podemos presumir que o desconhecimento, o preconceito em relação aos transtornos psiquiátricos e mais dramaticamente a desassistência de um modo geral contribuem significativamente para esses índices”, alertou a presidente.

A médica psiquiatra Letícia Mameri-Trés concorda que a discussão sobre o tema no País ainda está atrasada e são necessárias medidas mais eficazes de combate ao problema.

“Entre as medidas fundamentais estão a organização da rede de saúde mental com abertura de ambulatórios de psiquiatria, a melhoria do rol de medicamentos disponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS) e a abertura de mais serviços de atenção psicossocial e de facilidades para que o atendimento especializado ocorra”, pontuou.

Mais de 80 mortes neste ano

De acordo com o governo do Estado, de janeiro a agosto deste ano, o Espírito Santo registrou 3.821 casos de lesões autoprovocadas e 85 mortes por suicídios.

Em 2022, durante todo o ano, foram 5.282 casos de lesões e 241 mortes. A presidente da Associação Psiquiátrica do Espírito Santo (Apes), Licia Colodete, alerta para a subnotificação dos casos.

“Infelizmente, este número deve ser maior, pois a subnotificação de mortes por suicídio é uma realidade”, ressaltou.

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Licia Colodete: subnotificação |  Foto: Leone Iglesias/AT

A psiquiatra reforçou que a medida mais importante é a garantia de acesso ao tratamento adequado. “Investimento em bons serviços, profissionais qualificados e políticas eficientes de proteção à saúde são medidas indispensáveis”.

Impacto

Além disso, segundo a médica, o cuidado também está em nunca desqualificar um pedido de ajuda e dificultar o acesso a meios letais, em caso de risco iminente. “O impacto do suicídio para a sociedade é enorme”.

Assunto debatido na Igreja

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|  Foto: Divulgação

Desde o ano passado, na igreja da faturista Ana Alice de Castro Oliveira, de 21 anos, o grupo de jovens tem se dedicado a debater o tema da saúde mental com palestras de prevenção ao suicídio.

“Muitos jovens passam por situações complicadas e precisam de orientação adequada. E a igreja também cumpre esse papel”, disse Ana, ao lado das amigas Bruna Carla Eugênio, 19 anos, e Monike Caldas Braga, 20 anos, que fazem parte da Assembleia de Deus em Rosa da Penha, Cariacica.

Tentativas caem após ciclovia da Terceira Ponte

Estrutura que serve de proteção contra suicídios, a Ciclovia da Vida, instalada na Terceira Ponte, tem reduzido a quantidade destas tentativas.

De acordo com dados da Rodosol, concessionária que administra a ponte, até agosto foram 35 tentativas de suicídio. Em agosto, mês de inauguração da nova estrutura, foram três tentativas, contra oito, por exemplo, registradas em fevereiro.

Especialistas avaliam a medida do governo do Estado como positiva, mas insuficiente para atender à magnitude do problema.

“A ciclovia é de extrema importância para que não usem a ponte como mecanismo letal, mas infelizmente não previne contra o ato e muito menos supre a carência absurda de uma rede pública de saúde mental eficiente no Estado”, avaliou a médica psiquiatra Letícia Mameri-Trés.


Saiba mais

Causas
Em ao menos 97% dos casos, a principal causa para o suicídio é o adoecimento mental, seja ele diagnosticado ou não.

Números
2022: 5.282 lesões e 241 mortes;

2023*: 3.821 lesões e 85 mortes.

* De janeiro a agosto deste ano.

Sinais

Não negligencie sinais de mudança no padrão do comportamento, como tristeza que não passa, insônia, irritabilidade e isolamento.

Outros sinais envolvem a falta de perspectiva ou planos para o futuro e o abuso de substâncias como álcool, medicamentos ou drogas.

Nos casos em que a pessoa pede por ajuda, acolha, deixe-a falar e evite críticas.

Em caso de risco iminente, impeça o acesso a meios letais. Nunca deixe a pessoa sozinha e procure ajuda profissional.

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Tristeza que não passa é um sinal |  Foto: Divulgação

Canais de auxílio

Serviços de saúde, como Centros de Atenção Psicossocial (Caps), Unidade Básica de Saúde, Saúde da Família e Postos e Centros de Saúde.

Unidades de Emergência, como Samu 192, Unidade de Pronto Atendimento (UPA), pronto-socorro e hospitais.

Centro de Valorização da Vida (CVV). Ligação gratuita pelo número 188 ou pelo site www.cvv.org.br.

Ajuda

No Espírito Santo, a Rede de Atenção Psicossocial, assim como os serviços de urgência e também equipe de referência na Atenção Primária à Saúde (APS), são responsáveis por realizar atendimentos às pessoas em sofrimento psíquico, bem como o acolhimento aos familiares.

O usuário do Sistema Único de Saúde (SUS) deve procurar a APS mais próxima da sua residência, relatar o momento que está enfrentando e terá encaminhamento e ajuda dos profissionais de saúde.

Nas unidades também são desenvolvidas ações de prevenção e posvenção com equipes multiprofissionais.

Fontes: Governo do Estado e especialistas consultadas.

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