Empresária denuncia bullying e ameaças em faculdade
O filho dela começou a estudar Medicina em Itaperuna (RJ) e, após defender uma colega de faculdade, passou a sofrer perseguições
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Sonhando em ser médico, o estudante capixaba Alexsander de Araujo, de 18 anos, deixou a Serra, onde morava com a família, para iniciar um novo ciclo na sua vida: estudar Medicina em Itaperuna, no Rio de Janeiro.
Aprovado em outubro do ano passado, ele mudou para a cidade em janeiro deste ano, para iniciar o ano letivo na Universidade Iguaçu (Unig), que é particular. Atualmente, cursa o segundo período.
Só que, segundo os seus pais, os empresários Aline Bianca, 38, e Rafael Aquino, 40, o sonho do filho de estudar Medicina virou pesadelo.
“O meu filho sofreu bullyng e ameaças de um crápula, que tem 20 anos e estuda na mesma sala de aula que ele. O caso foi denunciado à Polícia Civil, Ministério Público, Ministério da Educação e à universidade. Queremos Justiça”, contou a mãe, que está desesperada e, junto com o marido, viajou para ficar ao lado do filho.
À reportagem, ela contou que o filho, além de receber ameaças por mensagem de voz, texto e por fotos que mostram uma arma — uma pistola que ela não sabe o calibre —, foi agredido em frente a outros alunos na festa de calourada, realizada na última sexta-feira.
“As perseguições começaram há cerca de 20 a 30 dias, depois que o meu filho viu que esse rapaz compartilhou uma foto de uma colega da faculdade nua, no grupo de WhatsApp da sala. Ele postou visualização única. O meu filho foi defender essa menina, dizendo: 'cara, não faz isso'. A partir daí começou a perseguição”.
De acordo com a empresária, o universitário, por medo, começou a faltar aulas. “Como esse camarada dizia que andava armado e mostrava a foto da pistola em mensagens, o meu filho ficou com medo”.
A situação se agravou na última sexta-feira. “Teve uma festa de calourada e meu filho estava conversando com uma amiga. Nessa festa, o outro aluno falou: ‘é hoje que vou te pegar’”.
Segundo ela, o seu filho não é de briga e o ignorou. “Mas ele jogou um balde de gelo no meu filho e o agrediu. Meu filho ligou para a gente, pelo telefone de um amigo, comunicando o fato. Ficamos desesperados e revoltados”, contou.
“Estamos vivendo um pesadelo”, diz mãe
A Tribuna- Como descreve o que está sentindo?
Aline Bianca- O sonho de meu filho estudar Medicina virou um pesadelo. Ficamos tão desesperados que, assim que soubemos que nosso filho estava sendo ameaçado e foi cruelmente agredido, fomos para Itaperuna (RJ). Vamos continuar aqui para dar todo o suporte e protegê-lo, além de tomar todas as providências.
Ele ficou machucado?
Ficou com um arranhão no rosto, o punho machucado e com marcas no pescoço. Ah, nos áudios esse rapaz se vangloria, dizendo que bateu muito, que é um troféu para ele. Meu filho só se defendeu. É surreal.
Quais providências está tomando?
Ontem (segunda-feira) registrei dois boletins (um por ameaça e outro por agressão), e também enviei e-mail para o MEC (Ministério da Educação). Tenho todas as provas, áudios. Fui à escola ontem, às 7 horas, e expliquei a situação.
Eles falaram que vão abrir sindicância para averiguar e me orientaram a tirar meu filho da faculdade, o que achei um absurdo. O meu filho é vítima, não bandido. Pagamos R$ 11 mil de faculdade, fora os gastos com hospedagem e outras despesas. É um absurdo!
Agora, enquanto cobramos justiça, estamos tentando uma transferência dele para uma faculdade no Espírito Santo, pois aqui ele não está mais seguro. Só que não estamos encontrando vaga.
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