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Saúde

Variantes do vírus da febre oropouche circulam no ES, na Bahia e em Santa Catarina

Ministério da Saúde já registra 7.931 casos em 22 estados brasileiros, segundo dados até 1º de setembro de 2024


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Imagem ilustrativa da imagem Variantes do vírus da febre oropouche circulam no ES, na Bahia e em Santa Catarina
Mosquito maruim é um dos transmissores da febre oropouche |  Foto: Divulgação / Fiocruz

Um artigo assinado por pesquisadores brasileiros e publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases detectou variantes do vírus oropouche fora da região amazônica, nos estados do Espírito Santo, da Bahia e de Santa Catarina.

Os resultados sugerem que os vírus já estavam circulando nos estados há bastante tempo, fruto de exportações de Orov (vírus da febre oropouche) do norte do Brasil, onde a febre oropouche é endêmica.

Segundo os pesquisadores, os vírus tiveram rearranjos ao combinarem-se com outros vírus da mesma família (orthobunyaviruses) que circulam na Amazônia, em países como o Peru e a Bolívia.

Assinada por profissionais da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), do Grupo Fleury e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), a pesquisa se complementa a achados anteriores que apontaram a existência de uma cepa que se replica até cem vezes mais do que o vírus original.

"Todos os vírus que encontramos fora da Amazônia geneticamente são muito parecidos com vírus da Amazônia, ou seja, esse vírus já estava circulando nesses estados há bastante tempo, oriundos da Amazônia. Quando isolamos o vírus em cultura, vimos que ele se divide mais vezes. Achamos que, provavelmente, esses rearranjos fizeram o vírus ficar mais transmissível, e ele se espalhou", diz Renato Santana, virologista da UFMG.

Neste caso, o rearranjo gênico foi causado por uma mistura de segmentos de RNA desses vírus, originando uma cepa diferente dos vírus originais. A pesquisa foi feita com o uso de diagnóstico molecular e sequenciamento de genoma completo. Foram analisadas 30 amostras clínicas e identificados seis casos positivos (dois na Bahia, um no Espírito Santo e três em Santa Catarina).

O artigo confirmou ainda que os casos nos estados das regiões Nordeste, Sudeste e Sul não foram de importação, mas autóctones, ou seja, a transmissão foi local, o que antes não era conhecido por cientistas. A publicação diz que o achado é um "motivo de grande preocupação em saúde pública".

Pesquisadores de todo o Brasil têm juntado esforços para estudar o vírus oropouche, após os desfechos graves que têm sido associados a ele: a Bahia registrou as duas primeiras mortes no mundo pela febre oropouche. Também foi registrado um caso de microcefalia em bebê no Acre, e um óbito fetal associado à infecção em Pernambuco.

O Ministério da Saúde já registra 7.931 casos em 22 estados brasileiros, segundo dados até 1º de setembro de 2024. Há uma morte sendo investigada no Paraná, com Local Provável de Infecção (LPI) em Santa Catarina, e 16 casos de transmissão vertical, sendo 13 óbitos fetais (12 em Pernambuco e um no Ceará), e três casos com anomalias congênitas (um na Bahia e dois no Acre).

A hipótese é que o aumento de casos de febre oropouche esteja relacionado a eventos climáticos extremos, que se tornaram mais frequentes na Amazônia, o que pode ter alterado a dinâmica de transmissão endêmica e epidêmica do vírus.

"Os anos de 2023 e 2024 são marcos em arbovírus. Alguma coisa aconteceu com os mosquitos ou as condições climáticas que fizeram termos o maior número de arboviroses, tanto oropouche quanto dengue e chikungunya", diz o pesquisador.

Santana ressalta, no entanto, que, nesses anos, também houve uma melhora nos diagnósticos da febre oropouche em todo o Brasil.

O oropouche é um vírus conhecido: foi isolado pela primeira vez no Brasil na década de 1960 e os casos e surtos sempre estiveram concentrados na região Norte. Mas a partir de 2023, o sistema de detecção dos casos foi ampliado para toda a rede nacional de Lacens (Laboratórios Centrais de Saúde Pública). Com isso, os casos passaram a ser identificados em outras regiões do país.

O artigo foi feito em parceria com os laboratórios Hermes Pardini-grupo Fleury e teve o financiamento do Instituto Todos Pela Saúde.

A doença é transmitida aos seres humanos principalmente pela picada do mosquito Culicoides paraensis, inseto que tem um ciclo silvestre e um ciclo urbano, e tem um quadro clínico parecido com o da dengue.

Os sintomas são dor de cabeça, dor muscular e articular, febre, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos, sintomas esses que podem ser confundidos com outras arboviroses.

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