Novo caso de dengue tipo 3 é confirmado no Espírito Santo
Quem já foi infectado pelos tipos 1 e 2 têm maior probabilidade de desenvolver a forma mais grave da doença caso seja contaminado
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A dengue continua sendo uma preocupação no Brasil, e no Estado não é diferente. No Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmou um novo caso mais grave circulando.
O segundo caso de dengue tipo 3 (DENV-3) no Espírito Santo é de um homem, morador de Santa Maria de Jetibá.
O primeiro caso confirmado no Estado foi de uma mulher de 19 anos, moradora de Vitória.
O infectologista Lauro Ferreira Pinto disse que o problema maior é que o sorotipo 3 não circulava há mais de 10 anos, e tem uma enorme população suscetível, pois não possui nenhum tipo de imunidade e nunca foi exposta ao vírus.
Segundo ele, quem já foi infectado pelos tipos 1 e 2 têm maior probabilidade de desenvolver a forma mais grave da doença, caso seja contaminado pelo tipo 3.
Lauro Pinto disse ainda que, com a chegada do tipo 3, existe o risco de ocorrer uma epidemia de grandes proporções.
O caso de Santa Maria de Jetibá foi identificado por meio do monitoramento realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado do Espírito Santo (Lacen-ES), que reforça a importância das ações de vigilância epidemiológica e controle do Aedes aegypti.
A Sesa destacou que a circulação do sorotipo 3 da dengue no Espírito Santo já era esperada, considerando sua presença em estados vizinhos e o intenso fluxo de pessoas entre as regiões.
Sintomas
O secretário da Saúde, Tyago Hoffmann, disse que a Sesa solicita que a população mantenha os cuidados para eliminação de criadouros do mosquito e busque assistência médica ao apresentar sintomas como febre, dor no corpo e manchas vermelhas na pele.
“Por existir uma grande parcela da população que nunca teve contato com esse tipo de vírus, o número de pessoas adoecidas pode aumentar, levando a um crescimento também de internações”, alertou o secretário.
Tyago Hoffmann assegurou ainda que será mantido o monitoramento dos casos e que irá definir ações específicas, que serão debatidas dentro do Centro Integrado de Comando e Controle das Arboviroses instituída recentemente.
Vacina do SUS para público restrito
Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos permanecem como público-alvo da vacina contra a dengue no Espírito Santo pelo Sistema Unico de Saúde (SUS). São duas doses, com intervalo de 90 dias entre elas.
Coordenadora do Programa Estadual de Imunizações e Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, Danielle Grillo disse que, no ano passado, foram aplicadas 145.385 doses da vacina, sendo 106.130 da primeira dose e o restante da segunda. Ainda há cerca de 50 mil doses disponíveis.
Ela explicou que quem está apto a tomar a vacina deve procurar o serviço de vacinação do município mais próximo da residência, com cartão de vacinação.
Rede privada
A vacina na rede privada também é disponibilizada, mas em muitas clínicas há lista de espera.
Um exemplos é a CVP Vacinas, onde a enfermeira Priscila de Oliveira Siqueira Ferreira trabalha.
Felipe Bertollo, médico responsável pela CVP Vacinas, contou que tem mais de 100 pessoas na lista de espera. Segundo ele, apesar da vacina ser recomendada para quem tem até 60 anos, quem tem procurado mais são pessoas entre 30 anos a 50 anos.
Nina Saúde também está com lista de espera e assim que receber novas doses entrará em contato.
Os preços variam conforme cada clínica, podendo chegar a R$ 540 cada dose.
SAIBA MAIS
O que são os sorotipos da dengue?
São variações do vírus que, embora pertençam à mesma espécie, possuem diferenças em sua composição antigênica.
No caso da dengue, os quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) são suficientemente distintos para que uma infecção por um deles não ofereça imunidade contra os outros.
Isso significa que uma pessoa pode ser infectada até quatro vezes, uma por cada sorotipo. Além disso, infecções subsequentes por diferentes sorotipos aumentam o risco de formas mais graves da doença.
A infecção por determinado sorotipo tem efeito protetor permanente contra aquele sorotipo especifico e efeito protetor temporário contra os outros sorotipos.
Por que o sorotipo 3 é o que mais preocupa?
O DENV-3, segundo o Ministério da Sáude, é considerado um dos sorotipos mais virulentos do vírus da dengue, ou seja, tem maior potencial de causar formas graves da doença.
Estudos indicam que, após a segunda infecção por qualquer sorotipo, há uma predisposição para quadros mais graves, independentemente da sequência dos sorotipos envolvidos.
No entanto, os sorotipos 2 e 3 são frequentemente associados a manifestações mais severas.
A introdução de um novo sorotipo em uma população previamente exposta a outros tipos pode levar a epidemias significativas.
Sintomas da dengue
• Febre alta (maior que 38°C);
• Dor no corpo e articulações;
• Náuseas e vômitos,
• Dor atrás dos olhos;
• Mal-estar;
• Falta de apetite;
• Dor de cabeça;
• Manchas vermelhas no corpo
Prevenção
Para evitar o risco, é fundamental eliminar possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, evitando o acúmulo de água parada em recipientes, calhas, pneus e vasos de plantas, até tampas de garrafas e folhas caídas ao chão.
Em locais com alta infestação de maruim, a orientação é evitar a exposição, principalmente nos horários da manhã e à tarde, quando esses vetores têm maior predisposição para picar as pessoas, utilizar mosquiteiros, adotar o uso de repelentes e roupas compridas, que podem ajudar a diminuir as picadas, manter o ambiente sempre limpo e locais arejados.
Onde buscar ajuda
Se apresentarem sintomas, como febre, dores no corpo, manchas avermelhadas na pele, dor de cabeça ou outros sinais sugestivos de arboviroses, as pessoas devem buscar atendimento médico o quanto antes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) mais próximas, onde é possível realizar exames e obter o tratamento adequado.
Fonte: Especialistas e pesquisa AT.
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