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Saúde

Lipedema: entenda doença que afeta 211 mil mulheres no ES

O lipedema vai além da estética e também causa dor. Doença impacta na qualidade de vida e era confundida com obesidade


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Imagem ilustrativa da imagem Lipedema: entenda doença que afeta 211 mil mulheres no ES
Luciene de Oliveira é portadora da doença e apresentava acúmulo de gordura nos quadris, culotes, nádegas e braços | Foto: Kadidja Fernandes/AT

O acúmulo anormal de gordura em áreas do corpo, como quadril, pernas e braços, diversas vezes é confundido com obesidade. Só que, nos últimos anos, descobriu-se que esse excesso de gordura característico trata-se da doença lipedema.

O problema, que vai além da estética e causa dor, sensibilidade e impacto na qualidade de vida, atinge 12,3% das mulheres brasileiras, segundo o estudo “Prevalência e Fatores de Risco para Lipedema no Brasil”, realizado em 2023.

Esse percentual representa 211.689 mulheres no Espírito Santo, considerando a população feminina acima de 10 anos, de acordo com a quantidade total desse público (1.721.049), conforme o último Censo do IBGE de 2022.

É no início da puberdade e adolescência que os primeiros sinais da doença costumam aparecer, explica o cirurgião vascular Brenno Seabra, ainda mais se um paciente tiver algum grau de obesidade associado.

Uma pessoa com a doença pode apresentar sintomas como peso nas pernas, hematomas espontâneos e inchaços.

“Além disso, a paciente apresenta um aspecto de casca de laranja nas pernas, principalmente no local acometido pelo lipedema, semelhante a um aspecto de celulite exagerado. Ela também sente como se fossem nódulos”, explica Brenno.

O angiologista e cirurgião vascular José Marcelo Corassa explica que dieta e atividade física são a base do tratamento, mesmo quando há necessidade de cirurgia, além de fitoterápicos que ajudam no controle da doença.

“Uma dieta anti-inflamatória é a base. Excluímos alimentos com glúten, leite e açúcar, sendo importante também controlar inflamação intestinal e disbiose. A atividade física é indispensável, principalmente se realizada na água. Outro fator importante é apoiar psicologicamente as pacientes, que sofrem muita discriminação”.

A fisioterapia também pode ajudar essas pacientes. Larissa Musso, fisioterapeuta, explica que técnicas de drenagem linfática manual, próprias para o lipedema, exercícios miolinfocinéticos (atividades que estimulam o sistema linfático, ajudando a reduzir o inchaço), ultrassom de baixa e alta intensidade e pilates são exemplos de condutas fisioterapêuticas para o tratamento.

Diagnóstico e tratamento

Eliminados 47 quilos

Luciene de Oliveira, 59, é advogada e fundadora do Movimento Lipedema Capixaba. Portadora da doença, ela recebeu o diagnóstico há 4 anos. Quadris, culotes, nádegas e braços eram os locais em que ela apresentava o acúmulo de gordura, chegando a ter a mobilidade comprometida.

“Fiquei tratando dor crônica por três anos, sem resposta. Cogitei fazer bariátrica. Após descobrir a doença, eliminei 47 quilos em menos de 10 meses, só com tratamento. Hoje faço drenagem linfática, uso fitoterápicos, compressão, além de ter alimentação saudável e fazer atividade física. Fiz cinco etapas cirúrgicas (lipoaspiração específica para a doença), sendo três nas pernas e duas nos braços”.

Imagem ilustrativa da imagem Lipedema: entenda doença que afeta 211 mil mulheres no ES
Antes e depois | Fotos: Reprodução de vídeo
Imagem ilustrativa da imagem Lipedema: entenda doença que afeta 211 mil mulheres no ES
Antes e depois | Fotos: Reprodução de vídeo

Saiba mais

Tipos

O lipedema é classificado em cinco tipos, de acordo com as áreas dos membros que estão afetadas. Essa é a classificação anatômica:

Tipo I

Acometimento do umbigo até os quadris;

Tipo II

Acometimento até os joelhos com presença de tecido gorduroso na parte lateral e inferior dos joelhos;

Tipo III

Acometimento até os tornozelos com formação de “manguito” de gordura logo acima dos pés;

Tipo IV

Acometimento dos braços. Bastante associado aos tipos II e III;

Tipo V

Apenas do joelho para baixo.

Lipedema

O que é?

É uma doença crônica e progressiva caracterizada pela deposição anormal de gordura em membros inferiores e, às vezes, pode acometer membros superiores. Atinge quase que exclusivamente mulheres e tem início na puberdade. A causa ainda não é totalmente conhecida.

A gordura do lipedema é diferente da obesidade, tende a formar nodulações no subcutâneo, além de ter um componente inflamatório importante.

Diagnóstico

É clínico, não tem nenhum exame comprobatório. Os exames, como ultrassom, densitometria corporal, bioimpedância e o ecodoppler, são auxiliares.

Sintomas

Entre as queixas mais frequentes estão dor (principalmente à palpação), dificuldade de mobilidade, edema (inchaço) e hematomas frequentes.

Pode haver associação com outras doenças, como insuficiência venosa crônica, linfedema e obesidade. Um sinal típico é o acúmulo de gordura na região do tornozelo, conhecido como sinal do manguito.

Tratamento

O tratamento do lipedema baseia-se principalmente na mudança do estilo de vida. A reeducação alimentar, tendo como base uma dieta anti-inflamatória, e a prática de exercícios físicos específicos, como hidroginástica, e drenagem linfática são essenciais.

Alguns medicamentos podem aliviar os sintomas, mas não curam a doença.

A cirurgia plástica (lipoaspiração diferente da convencional) é recomendada apenas em casos avançados, quando há deformidades graves ou comprometimento da locomoção.

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