Médicos fazem alerta sobre chance de nova pandemia pelo vírus da gripe
Especialistas de 57 países disseram em uma pesquisa que versão do vírus influenza poderia provocar crise sanitária
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O avanço de cepas da gripe aviária, que circulavam apenas em aves e se disseminaram entre o gado nos Estados Unidos, trouxe um alerta: há chance de uma nova pandemia?
Uma pesquisa de opinião aplicada para 187 especialistas de 57 países apontou que, segundo eles, o agente mais provável de provocar uma nova crise sanitária é essa versão do vírus influenza.
Os resultados do questionário foram publicados na revista científica Travel Medicine and Infectious Disease. A infectologista Rubia Miossi esclarece que a pesquisa se trata da opinião de especialistas e não de uma averiguação científica.
A especialista explica que a maior ameaça em termos de doença são as zoonoses, ou seja, as doenças infecciosas transmitidas entre animais e pessoas.
“Sabemos que os vírus comuns em animais podem passar para seres humanos, de alguma maneira, nas mutações e evoluções em que sofrem. Caso a população não esteja imunizada, pode, sim, ocorrer uma pandemia. Não queremos alarmar a sociedade. Só dizemos que doenças com potencial de dizimar a população humana são doenças que acontecem em animais”.
Com a aproximação do inverno, os casos de doenças respiratórias tendem a crescer intensamente, incluindo a gripe, lembra a infectologista Martina Zanotti.
A especialista defende que não há motivos para um temor irracional em relação a uma nova pandemia, mas, ao mesmo tempo, o distanciamento da população das salas de vacinação pode favorecer a circulação de novos vírus.
“A gripe é muito banalizada, mas quando há um caso grave da doença, podem ocorrer hospitalizações e, até mesmo, complicações como a pneumonia, que pode levar à morte. Hoje, a cobertura vacinal contra a influenza está muito baixa, o que não é uma boa combinação com a aproximação do inverno”.
O estudo revelou que a gripe, a doença X, o SARS-CoV-1, o SARS-CoV-2 e o vírus ebola são os patógenos mais preocupantes em relação ao potencial pandêmico, de acordo com as respostas dos cientistas.
O vírus da gripe foi o mais apontado no ranking: 57% dos cientistas opinam que há um potencial pandêmico na nova cepa. Outros 17% dos especialistas o posiciona em segundo lugar, de acordo com a pesquisa.
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Uma pesquisa de opinião aplicada para 187 especialistas de 57 países apontou que, segundo eles, o patógeno mais provável de provocar uma nova crise sanitária é nova versão do vírus influenza.
a pesquisa se trata da opinião de especialistas e não necessariamente de uma averiguação científica.
Especialistas apontam que não há motivos para um temor irracional de uma nova pandemia, mas, para evitar complicações mais graves da gripe, é importante buscar a vacinação, principalmente as populações prioritárias das campanhas.
Fonte: Travel Medicine and Infectious Disease e especialistas entrevistados.
Só 32% do público-alvo tomou vacina no Estado
A pouco mais de um mês para o fim da Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, que seguirá até o dia 31 de maio, somente 32,40% da população-alvo tomou a vacina no Espírito Santo.
Os dados foram confirmados pelo subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso. De acordo com Orlei, a meta de cobertura vacinal é de 90%, ou seja, está quase 60% abaixo do ideal, alerta.
Idosos, gestantes, crianças menores de cinco anos e pessoas com doenças crônicas estão entre o público prioritário para a vacinação contra o vírus influenza.
“Ano passado, ficamos com 56,5%. Para 2024, esperamos melhorar a cobertura vacinal contra a influenza, mas ainda nos deparamos com um ambiente repleto de notícias falsas em relação à vacinação. Estamos empenhados na conscientização e no combate à desinformação”, revela o subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde.
A infectologista Rubia Miossi revela que, no dia a dia hospitalar, acompanha pacientes com quadros graves de gripe, que chegam à morte em razão da falta de vacinação em dia.
“A falta da vacinação ainda é um dos dados mais importantes na hora de se pensar qual é o risco da pessoa morrer de gripe ou de covid hoje. É uma situação que não era para acontecer porque são duas vacinas que são gratuitas, principalmente para as populações de risco”.
A médica reforça que, para evitar maiores complicações à saúde, a vacinação é imprescindível à população.
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