Pablo Lira: “Polarização política não resolve problemas do País”
Diretor-geral do ISJN reforça, durante fórum nacional em Vitória, que não há solução mágica para a segurança pública
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O primeiro dia do 27º Fórum Nacional da Associação das Entidades Representativas de Policiais Militares e Bombeiros Militares (Anermb) foi aberto na última quinta-feira (08), em Vitória, com palestra do diretor-geral do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira (PSB), que destacou a integração de tecnologias com a expertise da polícia e criticou a polarização política no País.
No auditório da Fecomércio-ES (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado), o diretor-geral do IJSN, que é membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), criticou a polaridade política e alertou os presentes que não há “soluções mágicas” para resolver o problema da segurança pública no País.
“A polarização não resolve o problema do País, do cidadão. O que resolve é boa política pública. Não existe solução simples para problemas complexos. Temos de tomar cuidado nas eleições, com os vendedores de 'soluções mágicas' para a segurança pública. Não é preciso inventar a roda”, disse.
Além disso, ele aproveitou o evento para ressaltar que o futuro da segurança pública passa pela integração de tecnologias com a experiência dos policiais.
De acordo com ele, a tecnologia não deve substituir o trabalho da inteligência policial, mas sim ser um complemento para garantir condição de segurança mais adequada a todo o País.
“Temos 240 milhões de celulares em funcionamento no Brasil. A população quer ter acesso à segurança pública na palma da mão. Aqui no Estado, profissionais da área têm utilizado da tecnologia para qualificar as ações de repressão e prevenção da criminalidade, alcançando resultados históricos”.
Lira destacou o programa Estado Presente do governo estadual e citou como exemplo o caso da prisão do traficante Marujo, que era apontado pela polícia como o criminoso mais procurado do Espírito Santo. Marujo foi preso em março deste ano em uma ação que contou com uso da tecnologia.
“Através do nosso Centro de Inteligência e Análise Telemática (Ciat), a polícia teve acesso aos dados de celulares apreendidos e conseguiu realizar mapeamento da rede criminal e saber onde ele estava.
Também foi assim que identificamos a pessoa que teria invadido escolas em Aracruz e matado três professoras e uma aluna de 12 anos: por meio das câmeras de segurança, conseguimos identificar um adesivo no carro, que estava com as placas tapadas”.
Palestrante diz que passou da hora de mudar o Código Penal
Ao longo de sua palestra, Pablo Lira também destacou que apesar de haver tendência de queda na criminalidade no Estado desde 2011, o ano de 2017 foi exceção por conta da crise da segurança pública.
Lira apresentou dados que mostram que o índice de homicídios em 2017 aumentou e disse que a falta de diálogo entre governo e setores da segurança pública na época teria sido o motivo da crise.
“O mês com maior aumento no índice de homicídios no Estado desde 2011 foi fevereiro de 2017. Aquela crise aconteceu por conta de ingerência do então governo estadual. É algo que teve início em 2015, quando o diálogo entre governo e o setor da segurança pública foi cortado. O governo teve responsabilidade e poderia ter evitado a crise”
Ele ainda acrescentou que os efeitos daquela crise são sentidos até hoje. “Os criminosos ficaram mais audaciosos depois de 2017. Trocas de tiro ficaram mais frequentes, roubos de carro também. Nota-se que eles têm enfrentado mais as forças policiais”.
Ele também acrescentou que é necessária atualização do Código Penal brasileiro. “É de 1940. Já passou da hora de atualizarmos, porque a realidade hoje é diferente”.
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