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Política

Bolsonaro afirma não enxergar a hipótese de uma direita sem ele

"Já tentaram varias vezes, não conseguiram", disse o ex-presidente após se reunir com a bancada do PL no Senado


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Imagem ilustrativa da imagem Bolsonaro afirma não enxergar a hipótese de uma direita sem ele
Bolsonaro afirma não enxergar a hipótese de uma direita sem ele |  Foto: Agência Estado

Depois de sofrer derrotas e, pela primeira vez, um relevante questionamento à sua liderança no campo conservador, Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (29) no Senado não enxergar a hipótese de uma direita sem ele.

"Já tentaram varias vezes, não conseguiram", disse o ex-presidente após se reunir com a bancada do PL no Senado e discutir uma anistia a ele [o ex-presidente está inelegível] e aos golpistas que vandalizaram a sede dos três Poderes.

"Esses caras juntam quantas pessoas no aeroporto, em um bate-papo em qualquer lugar do Brasil? Não sabem a linguagem do povo. Muitos têm uma utopia. Todos que tentaram se arvorar como líder através de 'likes' e de lacração não chegaram a lugar nenhum", disse Bolsonaro sem se referir a nomes. "São conhecidos como estrategistas intergalácticos."

O ex-presidente teve a sua liderança contestada de forma robusta com a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo, quando boa parte do seu eleitorado ignorou ataques e recomendação de voto em outro nome, o do prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Já no segundo turno, Bolsonaro sofreu diversas derrotas em cidades em que se empenhou massivamente, entre elas Goiânia, em que foi derrotado pelo candidato do governador Ronaldo Caiado (União Brasil), com quem travou uma queda de braço particular.

Bolsonaro chegou a passar todo o dia do segundo turno na capital de Goiás e, após a apuração apontar a derrota do seu nome, deixou a cidade sem falar com a imprensa. Em entrevista à Folha, Caiado disse que a eleição aplicou uma lição a Bolsonaro e que o país está cansado do seu jeito de fazer política.

"O Caiado é uma pessoa que, se você desagrada, ele vira seu inimigo. Por quatro vezes quando eu estava na Presidência, ele rompeu comigo. Na eleição agora, ele tinha um candidato, eu tinha outro. Enfrentemos a máquina do governo do estado, a máquina da prefeitura, e uma busca e apreensão inexplicável na sexta-feira antes da eleição", afirmou Bolsonaro nesta terça, se referindo à busca e apreensão contra o deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) por suspeita de desvio da cota parlamentar.

Outro "aliado-desafeto" sobre quem Bolsonaro teceu comentários nesta terça foi o pastor Silas Malafaia, que na eleição chegou a exclamar "que porcaria de líder é esse" ao falar sobre o titubeio de Bolsonaro entre os nomes de Marçal e Nunes em São Paulo.

Bolsonaro disse que ficou chateado com Malafaia, mas que mandou "coraçãozinho" em reposta e que, para ele, está tudo bem.

O ex-presidente também mencionou o crescimento do PL nas eleições municipais, dizendo que boa parte do crescimento de outros partidos de centro e de direita se devem ao que ele chamou de um "amaciamento de terreno" feito pelo PL -e lamentou Fortaleza, onde o PT derrotou o bolsonarista André Fernandes (PL) por pouco mais de 10 mil votos. "Faltou um tiquinho."

Bolsonaro voltou ainda a afirmar que sua intenção é lançar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ao Senado pelo Distrito Federal, em 2026.

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