Preso por "golpe da maquininha" é de São Paulo e chegou ao ES um dia antes do crime
Jovem, de 25 anos, atuou com um comparsa. Entenda o caso
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O motociclista preso por suspeita de aplicar o "golpe da maquininha" em um homem de 51 anos na última terça-feira (03) no bairro Bento Ferreira, em Vitória, é de São Paulo e chegou ao Espírito Santo um dia antes de cometer o crime.
A informação é da Guarda Municipal de Vitória, que prendeu o suspeito nesta quinta-feira (07). Com ele, agentes encontraram uma motocicleta irregular e um celular, além de quatro maquininhas de cartão.
A informação é da Guarda Municipal de Vitória, que prendeu o suspeito nesta quinta-feira (07). Com ele, agentes encontraram uma motocicleta irregular e um celular, além de quatro maquininhas de cartão.
O golpista tem 25 anos de idade e, de acordo com a investigação da corporação, simulava entregas para conseguir dados e cartões bancários das vítimas.
"Pelo levantamento da Gerência de Inteligência da Guarda de Vitória, no mínimo duas pessoas aplicavam estavam aplicando esses golpes. Elas abordavam as vítimas alegando ter uma encomenda. Só que para receber, o alvo precisava pagar pelo serviço de entrega passando o cartão bancário na máquina e, dessa forma, tendo acesso a dados e contas das vítimas", explicou o secretário de Segurança Urbana de Vitória, Amarílio Boni.
Suspeito e comparsa são de São Paulo
O suspeito foi preso após ser flagrado por câmeras de videomonitoramento da capital. Durante a abordagem, o golpista relatou que chegou ao Espírito Santo na segunda-feira (04) juntamente com um comparsa, e que teriam atuado nos dois dias seguintes.
O comparsa foi abordado na quarta, mas conseguiu escapar deixando a moto, um presente e uma maquininha para trás O material foi apreendido. "O presente era exatamente o que eles usavam como desculpa para o pagamento da entrega", detalhou o Inspetor Calegari, do Grupo de Apoio Operacional (Gaop).
Todo o material apreendido foi levado junto com o suspeito para o Departamento de Investigações Criminais (Deic), que irá investigar o caso.
"As pessoas que foram vítimas ou que escaparam desse tipo de crime devem registrar o Boletim de Ocorrência. É através dele que a Guarda de Vitória e demais forças de segurança trabalham para inibir e punir esse tipo de conduta criminosa", afirmou o secretário de Segurança Urbana de Vitória, Amarílio Boni.
Relembre o caso
Um empresário caiu no “golpe da maquininha” em apenas seis minutos e levou um prejuízo de aproximadamente R$ 8 mil na última terça-feira, no dia do seu aniversário de 51 anos. O crime aconteceu no bairro Bento Ferreira, em Vitória.
À reportagem de A Tribuna, a vítima contou que recebeu um telefonema de uma suposta empresa, informando que teria um presente para receber. Mas, para fazer a entrega, o motoboy iria até o local indicado pelo empresário, e a loja cobraria uma taxa de entrega no valor de R$ 5,80.
Ele não desconfiou, inicialmente, pois a suposta funcionária da loja simulou dar a ele a opção de retirar o presente em um shopping da capital.
“Eles falaram que eu recebi o presente surpresa. Como é dia do meu aniversário e a gente recebe algumas palavras de felicitações, eu achei que teria realmente alguma surpresa. E foi muito bem feito, muito bem elaborada a conversa. Quando me deram a opção de pegar no local, eu pensei que era algo que realmente estava acontecendo”, disse o empresário.
Segundo a vítima, por ser mais cômodo, acreditando se tratar de uma loja, optou por receber o presente no trabalho.
Imagens de videomonitoramento mostram o momento em que o motoboy chega, todo vestido de preto e com capacete preto. Ele tem uma bolsa nas costas. O motoboy aparenta ter bigode e cavanhaque. Ele passa o cartão da vítima nas maquininhas, e sobe na moto, levando o cartão embora.
“Ele pediu o cartão e eu entreguei. Quando passou o cartão, ele mostrou para mim que deu erro na maquininha, mudou a máquina, e quando mudou a máquina ele falou que era um problema de conexão de área. Ele então pegou o cartão, subiu na moto e foi embora”.
A vítima contou que chamou o motoboy para ele deixar o cartão, mas ele foi embora, sem olhar para trás.
“Liguei para a loja. Alguém me atendeu como se fosse realmente um profissional, falando que ele teria que voltar e que voltaria. Quando eu percebi que poderia ser uma nova modalidade de fraude, liguei para a gerente do meu banco na mesma hora e pedi para cancelar o cartão. Mas foi questão de 6 minutos. Eles já tinham feito várias transações com o cartão”.
Como funciona o golpe
Criminosos, de posse de informações privilegiadas das vítimas, se passando por funcionários de lojas, ligam para seus alvos e informam que eles ganharam um presente.
Para dar mais credibilidade, eles perguntam se a pessoa prefere retirar em um shopping ou escolher um endereço para a entrega.
Uma vez que a pessoa escolhe receber num endereço, eles informam que um motoboy vai entregar, mas é preciso pagar uma taxa de R$ 5,80.
Por ser um valor considerado não muito alto, na maioria das vezes, a vítima não desconfia e aceita fazer o pagamento.
Cartão
Quando a vítima entrega o cartão de crédito ou débito, o criminoso tenta passar um determinado valor, até o limite de débito ou crédito que a vítima tem.
Se o valor que ele tentar for maior, aparece uma mensagem de erro.
Enquanto ele não consegue, e para não bloquear o cartão, ele mostra a mensagem de erro para a vítima, como se fosse um problema de conexão.
No caso do empresário que teve 8 mil reais de prejuízo, o golpista disse que estava com problema de conexão e chegou a trocar de maquininha, com a desculpa de tentar passar a taxa de entrega de R$ 5,80.
Além disso, ele fugiu de moto e levou o cartão.
Fonte: Pesquisa/AT.
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