Novo laudo atualiza caso de médica encontrada morta dentro de hotel no ES
Juliana Pimenta sofreu broncoaspiração e asfixia
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Um novo laudo médico trouxe atualizações sobre o caso da médica Juliana Pimenta, que foi encontrada morta dentro de um quarto de hotel em Colatina, no Noroeste do Estado, em setembro do ano passado. A polícia investiga a participação do marido dela, Fúvio Serafim, que foi denunciado pelo Ministério Público por feminicídio.
O laudo médico complementar foi entregue à Justiça nessa segunda-feira (19), e pode causar uma reviravolta no caso. O documento indica que Juliana morreu cerca de 1 hora antes do marido acionar o socorro. Também ficou constatado que o trauma que a médica sofreu na cabeça ocorreu enquanto ela ainda estava viva. A causa da morte, de acordo com o laudo, foi broncoaspiração e asfixia.
Fúvio, que é ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, chegou a ser preso acusado pela morte da mulher, mas foi solto pela Justiça em dezembro do ano passado.
Na decisão, a juíza Silvia Fonseca Silva destacou que o réu é acusado pela suposta prática de homicídio praticado com dolo eventual, ou seja, sem intenção direta na sua conduta — além de possuir residência fixa, trabalho e advogados para o representar, não representando risco à ordem pública.
O caso segue sob investigação.
RELEMBRE
A Polícia Civil prendeu, após autuação em flagrante, o marido e o motorista da médica Juliana Ruas El-Aouar, que foi encontrada morta dentro de um quarto de hotel na manhã de 2 de setembro em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo.
Juliana estava hospedada com o seu marido, Fuvio Luziano Serafim, em um quarto de um hotel na cidade, enquanto o motorista Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, estava hospedado no quarto ao lado. Durante a madrugada, outros hóspedes relataram "barulho e bagunça" no quarto do casal.
Segundo a Polícia Militar, pela manhã, o marido compareceu à recepção do hotel querendo pagar a conta e deixar o local o quanto antes. Funcionários relataram que ele estava "bastante alterado" e que teria informado que a esposa estava "passando mal, tendo desmaiado".
Diante do comportamento suspeito, o próprio hotel acionou o Samu, que esteve no local e atestou o óbito da vítima. Fuvio e Robson foram levados pela Polícia Militar para a Delegacia Regional de Colatina para depoimentos. No mesmo dia, os dois foram autuados em flagrante.
Juliana Ruas El-Aouar era filha do ex-prefeito e ex-vereador de Teófilo Otoni, Dr. Samir Sagi El-Aouar. Em entrevista, Samir afirmou que a filha foi torturada antes de morrer e que já queria se separar do marido, que não aceitava a decisão.
"Nós estamos arrasados, pensar que uma filha, de 39 anos de idade, médica psiquiátrica, com o futuro todo pela frente, uma filha maravilhosa, um amor de pessoa, de repente, é submetida a uma tortura, porque o aconteceu com ela foi tortura durante a noite toda. Houve traumatismo cranioencefálico em dois locais da cabeça, machucou o estômago, a traqueia e o esôfago dela, enfim, minha filha foi torturada até a morte. Mais um feminicídio neste pais, que eu espero, que se Deus quiser, não vai ficar impune", desabafou o médico.
O atestado de óbito de Juliana, divulgado no dia 3 de setembro, aponta que as causas da morte da médica foram: Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue); Asfixia mecânica; Broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória) e Traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral).
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