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Polícia

Encontro por aplicativo terminava em sessões de tortura e assalto

Golpistas usavam aplicativos de relacionamentos para cometer sequestros e conseguir dinheiro ao obter senhas bancárias


Imagem ilustrativa da imagem Encontro por aplicativo terminava em sessões de tortura e assalto
Golpes eram aplicados em aplicativos de relacionamento, onde as vítimas eram convencidas a se encontrar com os criminosos |  Foto: Divulgação

Encontros marcados em aplicativos de relacionamento se transformaram em um verdadeiro pesadelo para mais de 20 vítimas que foram sequestradas e, sob tortura em cativeiros, obrigadas a informar senhas bancárias.

Primeiramente, os criminosos atraíam as vítimas – a princípio da Grande Vitória, do sexo masculino e com idades entre 30 e 60 anos – para falsos encontros amorosos em imóveis alugados em Vila Velha e na Serra, estratégia que dificultava o trabalho da polícia em fazer o flagrante. Lá, a farsa era descoberta.

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Usando ferro de passar e pontas de cigarro, os criminosos queimavam as vítimas, além de fazer cortes em várias partes do corpo e ainda colocavam armas de fogo apontadas para a boca dos seus alvos com um único objetivo: conseguir as senhas para que transferências fossem feitas para as contas de integrantes da organização criminosa.

As vítimas chegavam a ficar entre um a dois dias em cativeiro sendo torturadas e só eram liberadas após as transferências, inclusive de familiares, segundo explicou o delegado Alyson Pequeno, titular da Delegacia Especializada Antisequestro (DAS).

Os criminosos eram experientes e tinham até maquininhas para fazer as transferências de valores que variavam conforme o padrão financeiro das vítimas que, de acordo com a polícia, eram de todas as classes sociais.

Os valores transferidos variavam de R$ 5 mil a R$ 50 mil. O total ainda não foi contabilizado, uma vez que as investigações continuam.

Prisões

As investigações começaram em novembro de 2023, depois que um familiar informou à polícia sobre o desaparecimento de uma pessoa ocorrido no dia 24 daquele mês.

Imediatamente, a Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada Antisequestro (DAS), com apoio da Subsecretaria de Inteligência, localizou e prendeu na última terça-feira um casal (a mulher é trans) integrante de uma associação criminosa especializada em extorsão mediante sequestro. Outro acusado foi preso no mês passado.

A prisão é temporária, de 30 dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período, com possibilidade de conversão para preventiva.

Agora, a polícia está no rastro de mais dois integrantes, que já foram identificados. Não é descartada a participação de outros criminosos.

Com cortes, vítimas são internadas

Com cortes e queimaduras pelo corpo, além de estarem psicologicamente abaladas, vítimas foram parar no hospital e chegaram a ficar internadas.

Segundo o delegado Alyson Pequeno, titular da Delegacia Especializada Antisequestro (DAS), os criminosos usaram até álcool para colocar fogo em algumas vítimas e depois davam chineladas para apagar as chamas.

“As vítimas chegavam lá (delegacia) muito machucadas. A primeira coisa que se fazia era encaminhar para o hospital. A integridade da vítima fica em 1º lugar”.

Imagem ilustrativa da imagem Encontro por aplicativo terminava em sessões de tortura e assalto
|  Foto: Divulgação

Alyson Pequeno acredita que o número de vítimas seja bem maior e, por isso ele, juntamente com o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, José Lopes, pede que outras vítimas não deixem de denunciar.

Imagem ilustrativa da imagem Encontro por aplicativo terminava em sessões de tortura e assalto
|  Foto: Divulgação

A polícia acredita que existe subnotificação desses crimes e que, por vergonha, há vítimas que deixam de registrar o boletim de ocorrência.

No entanto, os delegados incentivam que elas não deixem de procurar a polícia, pois isso ajuda na elucidação do crime e evita que outras pessoas caiam nas mãos dessa quadrilha.

Os nomes dos acusados não foram divulgados pela Polícia Civil.


Saiba mais

Encontros marcados

Bandidos do Espírito Santo marcavam encontros por aplicativos de relacionamentos atraindo as vítimas para casas em Vila Velha e Serra.

Os imóveis eram alugados, o que dificultava o trabalho da polícia para dar o flagrante.

No cativeiro, as vítimas eram imobilizadas e torturadas para que fornecessem senhas de bancos e fossem realizadas transações financeiras.

De posse das senhas, eles faziam as transferências usando maquininhas, sem a necessidade de ir até a uma agência bancária ou fazer Pix.

Antes de libertar as vítimas, os sequestradores entravam em contato com familiares e amigos para extorquir e pedir mais dinheiro.

Valores

As quantias transferidas variavam de R$ 5 mil a R$ 50 mil.

Prisões

Até agora, três foram presos. Se condenados, os bandidos podem pegar de 8 anos a 15 anos de prisão.

Denúncias

A polícia pede que as vítimas registrem boletim de ocorrência. Isso pode ser feito na delegacia mais próxima ou diretamente na Delegacia Especializada Antisequestro, no centro de Vitória, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira.

Fonte: Polícia Civil.


Análise

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Eduardo Pinheiro é consultor de tecnologia da informação |  Foto: Kadidja Fernandes/AT

"É crucial estar ciente dos riscos"

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