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Polícia

Clientes sequestrados em shoppings e obrigados a fazer Pix para bandidos

Este ano, foram 4 casos em estacionamentos de shoppings de Vila Velha, onde os clientes são obrigados a transferir dinheiro para bandidos


Imagem ilustrativa da imagem Clientes sequestrados em shoppings e obrigados a fazer Pix para bandidos
Pix: criminosos costumam demandar que vítimas façam transferências pela ferramenta |  Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

Com atuação semelhante, criminosos têm abordado pessoas ao entrar em seus carros dentro de estacionamentos de shoppings. Após entrar no veículo, os bandidos obrigam a vítima a continuar circulando e fazer transações por Pix.

Somente este ano, quatro casos de sequestros-relâmpagos foram registrados em estacionamentos de shoppings de Vila Velha.

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O mais recente deles foi no último domingo (02), na Praia da Costa. Pai, mãe e a filha adolescente estavam entrando no veículo, quando foram abordados. Além de três transferências por Pix, que somam mais de R$ 4 mil, as vítimas tiveram joias, relógio e as compras que tinham feito roubadas.

Imagem ilustrativa da imagem Clientes sequestrados em shoppings e obrigados a fazer Pix para bandidos
Relógios, cosméticos, roupas e demais compras feitas pelas vítimas que foram roubados por criminosos |  Foto: Divulgação / Polícia Militar - 01/06/2024

Outros dois casos foram registrados em shoppings em maio. O quarto, foi em janeiro em outro estabelecimento da região.

Há também registros de mais assaltos em shoppings do município, como no último sábado (1º), quando dois casais chilenos foram presos por suspeita de cometer furtos em lojas dentro de dois shoppings.

O titular da Delegacia Especializada Antissequestro (DAS), delegado Alysson Pereira Pequeno, explicou que, de forma geral, os casos de extorsão mediante restrição de liberdade acontecem de forma semelhante: por oportunidade.

“Alguns criminosos agem observando vítimas desde o momento em que estão dentro do shopping, entrando em lojas como de joias ou de marcas, por exemplo. Depois, seguem a vítima até o estacionamento. Já há casos em que eles ficam no estacionamento, esperando possíveis vítimas”.

O delegado ressaltou que, durante as ações, os criminosos entram nos veículos e tentam, no mais curto espaço de tempo, fazer com que as vítimas realizem Pix e outras transações bancárias. “Isso dura alguns minutos. Depois de conseguirem o que querem, deixam as vítimas”.

A orientação, nesses casos, é tentar manter a calma e entregar o que for pedido, como telefone e senhas bancárias. O delegado ainda indica que vale limitar os valores de transações por Pix, previamente, e ter atenção ao estacionar, dando preferência a locais com boa iluminação, próximo a câmeras.

“É importante evitar lugares mais isolados, porque facilita a abordagem de criminosos. Se visualizar alguém em atitude suspeita, não entre no veículo. Procure um segurança no shopping e peça ajuda”.

Consumidor tem direito à reparação por danos

No caso de crimes cometidos em shoppings – ou mesmo em áreas de estacionamentos – o consumidor tem direito a ter reparação pelos danos sofridos.

Segundo o vice-presidente da Comissão de Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Espírito Santo (OAB-ES), George Alves, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) prevê como direitos básicos dos consumidores a proteção da vida, saúde e segurança.

“Assim, quando isso não é assegurado a ele, cabe a efetiva prevenção e reparação dos danos materiais e morais decorrentes de atos criminosos no âmbito desses estabelecimentos. É o que estabelece o artigo 6º do CDC”, explicou.

Ele reforçou que, nesse caso, a responsabilidade é objetiva e não depende da demonstração de culpa por parte do estabelecimento.

“É importante que a vítima procure uma Delegacia da Polícia Civil para registrar a ocorrência e buscar seus direitos por meio de um advogado de sua confiança, visando à efetiva reparação dos danos”, salientou.


Vítima de 57 anos: “Iria estourar a cabeça da minha filha”

Os momentos de terror que viveu ao sair com a família de um shopping em Vila Velha, no último domingo (02), ainda não saíram da cabeça de um homem de 57 anos.

A vítima, que preferiu não se identificar, contou como foi a ação do criminoso, que abordou a família dentro do estacionamento do shopping.

“Ele mandou que eu só olhasse para frente. Disse que se eu fizesse alguma coisa diferente, ele iria estourar a cabeça da minha filha”.

A Tribuna - Como tudo aconteceu?

Morador de Vila Velha - "A gente estava saindo de um restaurante no shopping e entramos no estacionamento. Na hora de entrar no carro, o bandido estava escondido próximo. Ele esperou eu e minha esposa entrarmos, mas quando minha filha foi entrar no banco de trás, ele já segurou a maçaneta. Com a arma na outra mão, ele apontava para ela."

- Ele entrou junto?

"A partir desse momento, começou o terrorismo. Eu virei para trás e ele botou a arma, mandando eu e minha esposa olharmos para frente. Mantive as mãos no volante, pois ele disse que se eu fizesse qualquer coisa diferente, ele estourava a cabeça da minha filha."

- E foram para onde?

"Ele mandou sair do shopping. Eu fui rodando nas ruas da Praia da Costa, bem devagar. Enquanto isso, ele mandou a minha esposa pegar o telefone e abrir o aplicativo do banco para mostrar o saldo.

Quando ele entrou, ele falou que queria R$ 30 mil, mas eu falei com ele que eu não tinha esse dinheiro. Ele falou que eu tinha e minha esposa ficou nervosa, errou a senha, ficou com medo de travar, entrou em desespero."

- E o que fez?

"Eu pedi a ele para eu abrir o aplicativo, porque ela estava muito nervosa. Então, ele mandou eu parar em uma rua lateral. Eu abri os meus aplicativos, ele viu os saldos e fez eu transferir o dinheiro para ele, por Pix."

- Ele só queria o Pix?

"Não. A partir daí, ele tomou cartões, queria joias, relógio, tudo que a gente tinha, e mais as bolsas de compra, essas coisas. Ele falou que não levaria o celular, porque era iPhone rastreado, e nem o carro, porque também é rastreado. Ele só mandou a gente desligar os telefones e desceu assim do carro, em direção à praia."

- Como saíram?

"A gente falou com policiais que estavam em uma viatura da polícia, depois fomos pra casa e fizemos um boletim on-line."

- E como estão hoje, depois de tudo?

"Na primeira noite, nenhum dos três dormiu. Minha filha ainda está bastante assustada, com medo de sair de casa e abalada. Minha esposa também tem tido crise de choro.

Sei que, por um lado, é muito importante divulgar essas situações para que outras pessoas fiquem atentas e para que os envolvidos tomem providências. Mas por outro lado, só o que a gente queria era esquecer e voltar à vida normal."

Prevenção e medidas de segurança

Diante dos casos de sequestros-relâmpagos em estacionamentos este ano, shoppings de Vila Velha revelaram que têm feito investimentos em prevenção.

O Shopping Praia da Costa ressaltou que está atento à situação que vem ocorrendo em diversos pontos da cidade e está à disposição das autoridades para contribuir com as investigações.

“O empreendimento reforça ainda que está implementando diversas ações no âmbito da segurança, como o aumento do efetivo, e a ampliação da cobertura de videomonitoramento, que agora conta com mais de 460 câmeras”.

O Shopping Vila Velha também informou que as medidas de segurança foram intensificadas desde o início do ano e que mantém relacionamento próximo com as autoridades policiais, contribuindo com as investigações sempre que necessário. “Está atento ao cenário atual de ocorrências na cidade, intensificando as rondas e medidas preventivas”, destacou.

A direção do Boulevard Shopping Vila Velha pontuou que o esquema de segurança do local é realizado por equipe especializada/terceirizada, com apoio de monitoramento integrado para detecção imediata de delitos, inclusive como o ocorrido.

No caso ocorrido no estabelecimento, o Boulevard Shopping Vila Velha informou que foi dado todo o suporte no dia do acontecido e, no pós, a assistência continua: o veículo foi recuperado e o centro de compras vai arcar com todos os custos da manutenção do mesmo.

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