Especialistas discutem papel das escolas com a evolução da tecnologia
Andreia Fernandes, mestre em Educação e especialista em Neurociência, falou da necessidade de construir uma cidadania digital no ambiente escolar
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Não há como voltar no tempo. A tecnologia vem evoluindo em ritmo acelerado, mas como usá-la no processo ensino-aprendizagem?
O papel da escola nesse mundo conectado foi tema da palestra da mestre em Educação e especialista em Neurociência Andreia Fernandes.
Ela destacou a necessidade de construir uma cidadania digital, principalmente nas escolas.
“O que seria essa cidadania digital? Quantas vezes você já falou com uma pessoa, está conversando, e a pessoa está olhando ali para o celular?”
Ele deu o exemplo que em sala de aula isso acontece muito e os professores se irritam.
“A cidadania digital não seria uma lei, mas dentro das escolas, em que a tecnologia está presente, é possível usá-la de forma responsável, ética e eficaz. Como é que seria esse comportamento on-line? Quais são os direitos e os desejos no ambiente digital? Como tornar esse ambiente virtual mais seguro, inclusivo e produtivo?”.
Ela destacou que o papel do educador é ensinar o que é responsabilidade, o que é ética, o que é eficaz, o que é seguro dentro desse campo. “O mundo digital é enriquecedor, é dinâmico, é eficiente, porém ele precisa ser integrado de forma estratégica e equilibrada”.
Paz
Para fechar as palestras na quinta-feira (15), a doutora em Educação Telma Vinha falou sobre “Segurança em pauta: Educação para a paz”.
Tratando de temas como bullying, violência e ataques em escolas, ela destacou algumas propostas para a cultura de paz.
“A gente vai ter que criar novos caminhos e atuar de uma maneira mais inovadora e planejada nessas questões. Convivência se planeja. Interações sociais se planejam. Então é preciso planejar isso, como outras áreas do currículo”.
Ela afirmou que é possível ver os problemas de convivência como oportunidade de aprendizagem e se preparar para lidar com isso. Entre os exemplos de boas ações estão círculos de paz, assembleias e mediação de conflitos. No entanto, ela enfatiza que as ações não podem ser isoladas, mas de forma coordenada.
Talento mostra crescimento
Cinco anos após ter se apresentado pela primeira vez no Congresso Educacional das Escolas Particulares do Espírito Santo, o capixaba Jeremias Reis, de 17 anos, foi um dos convidados para soltar a voz e abrir as palestras, durante a edição deste ano.
O vencedor do reality The Voice Kids, da Rede Globo, em 2019, emocionou a todos e falou um pouco sobre a oportunidade que teve na época de estudar com uma bolsa de estudos no colégio Alternativo, na Serra, onde está até hoje. “Sou de Central Carapina e, em 2019, antes mesmo de ganhar o The Voice, me ofereceram a bolsa. Hoje estou no 3º ano do ensino médio”, vibrou.
Teatro nas escolas
Quem também encantou os participantes do Congresso foram os atores que apresentaram parte da peça O Mágico de Oz. O produtor-executivo da Dourado Produções, Luzivam Oliveira Dourado, falou que a produtora de espetáculos montou uma escola de teatro para preparar atores para espetáculos.
Mas logo também percebeu a ligação forte que tem o teatro com a educação. “Passamos a ministrar oficinas para crianças e tem sido uma experiência muito positiva, em que conseguimos trabalhar, através dos exercícios e jogos teatrais, a ansiedade, o respeito à fala do outro e a forma com que se expressam”.
O que eles dizem
União para educar
“Nós acreditamos na educação como transformação. Nesse contexto, as redes municipal, estadual e a rede privada se juntam, pois nós precisamos de todos para realmente educar uma sociedade. O que estamos fazendo aqui no Congresso Educacional demonstra essa união e é isso que a gente acredita”.
Transformar
“Sobre o tema do Congresso – Qual é o papel da educação? – eu responderia imediatamente que é o de transformar. Para isso, é preciso ter educação de qualidade e melhorias, que a gente viu nos resultados do Ideb, tanto na rede pública, quanto particular”.
Dia de palestra sobre respeito
No último dia do 12º Congresso Educacional das Escolas Particulares do Estado, as palestras vão abordar temas como a disciplina do equilíbrio, inovações pedagógicas, cultura digital e o poder da família e das escolas.
O dia começa com a escritora, coach de família e psicopedagoga Isa Minatel. A autora de livros como “Crianças sem limites” e “Temperamentos sem limites” vai falar para os 750 inscritos no evento sobre como manter relações respeitosas nas escolas.
Já o palestrante internacional com mais de 30 anos de experiência e autor de mais de 20 livros com edições no Brasil e no exterior Leo Fraiman irá falar sobre “Sentir é aprender”.
Saiba mais
12º Congresso Educacional das Escolas Particulares
8h: Credenciamento e visita à 12ª Exposição de Produtos e Serviços Educacionais.
8h30: Disciplina do Equilíbrio: como manter relações respeitosas no ambiente escolar – Isa Minatel.
9h30: Intervalo para café e networking na Exposição.
10h30: Articulando as inovações pedagógicas com as reais necessidades dos alunos – Idelfranio Moreira.
11h15: Maker, Steam e PBL - As metodologias ativas e o elo de confiança entre o educador e o aluno – Adriano Lima.
12h: Intervalo para almoço e visita à ExpoSinepe/ES.
14h: Inclusão em pauta: o poder extraordinário da família e das escolas – Roberta Bento e Thais Bento.
15h: Intervalo para networking e visita à ExpoSinepe/ES.
16h: Sentir é aprender: como estamos oferecendo essas experiências aos nossos alunos? – Leo Fraiman.
17h: Encerramento com sorteios e premiação da maior caravana.
Fonte: Sinepe-ES.
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