Ministro de Minas e Energia pede investigação de preços dos combustíveis
Alexandre Silveira disse que há uma tendência de “aumento persistente” nas margens de lucro em vendas de gasolina, diesel e gás de cozinha
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Diante do que foi descrito como uma tendência de aumento “persistente” de suas margens de lucro, ao comercializar gasolina, diesel e gás de cozinha, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu investigação do preço dos combustíveis praticado por distribuidoras e revendedoras de gasolina, óleo diesel e gás de cozinha.
O ministro acionou o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
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O pedido é acompanhado de uma nota técnica, que aponta que postos e revendas de gás de cozinha estão aumentando suas margens e prejudicando os consumidores. O anexo mostra a evolução dos preços ante maio de 2019 e maio de 2024, em diferentes pontos da cadeia logística: do fornecimento primário, passando pela distribuição, até revenda e os postos de combustíveis.
No período, a margem da revenda subiu R$ 0,35 sobre o preço do litro da gasolina, segundo a nota.
Margem
Entre 2019 e este ano, a margem de lucro das revendas do óleo diesel teria crescido R$ 0,34. Já no valor do gás de cozinha de 13 quilos, a margem da revenda teria aumentado R$ 14,98.
“Observa-se que há uma tendência de aumento persistente no incremento de margens no setor de distribuição e de revenda desses combustíveis”, afirmou Silveira no pedido de investigação enviado ontem.
O ministro pede ainda que o Cade e a ANP adotem providências para identificar práticas “anticoncorrenciais”, “especialmente nos elos de distribuição e revenda”.
Não há prazo para esses órgãos responderem.
Margens
Segundo o Ministério de Minas e Energia, de 2019 a 2024 as margens de revenda aumentaram:
Gás de cozinha: R$ 15 por botijão de 13 kg;
Gasolina: R$ 0,35 por litro;
Diesel: R$ 0,34 por litro, e refinarias privadas.
“Informação é genérica e vaga”, diz Sindipostos
O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Espírito Santo (Sindipostos-ES) , por meio de nota, se manifestou e disse que a informação é genérica e vaga.
“Consideramos uma questão muito complexa e que está sendo tratada de forma genérica e vaga. Não há, por exemplo, informações sobre onde essa variação aconteceu. O que temos, de fato, no Espírito Santo são os dados do Monitor dos Preços dos Combustíveis da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda), que são públicos e, nos últimos três meses, não nos mostram nada próximo do que foi afirmado”, disse o Sindipostos.
Na tarde de ontem, a reportagem de A Tribuna também enviou e-mail para o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).
No entanto, até o fechamento da edição desta quinta-feira (15), não obteve retorno.
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