Brasileiros revidam boicote do Carrefour
Restaurantes e frigoríficos decidiram parar de abastecer e também de comprar em lojas pertencentes a rede em todo o País
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O CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, publicou na última quarta-feira, em suas redes sociais, um comunicado no qual diz que a gigante francesa do varejo “assume o compromisso de não comercializar nenhuma carne proveniente do Mercosul”, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Desde então, diversas críticas à decisão foram feitas por diferentes frentes no Brasil, incluindo o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). E agora, frigoríficos e os restaurantes brasileiros decidiram parar de abastecer e também de se abastecer no Carrefour Brasil, apesar de a empresa afirmar que nada muda nas operações no País.
As entregas nas lojas já pararam de ser feitas e afeta as redes Carrefour, Sams Club e Atacadão. Desde ontem, quem fosse em uma loja dessas redes já veria falta de cortes, disse uma fonte ao jornal O Globo. Como a maior parte das lojas têm um esquema de entrega frequente, direto na loja, sem passar por centros de distribuição, a suspensão da entrega é imediata.
A Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (Fhoresp) se juntou ao coro de repúdio às declarações do presidente do Carrefour na França.
As principais associações da agropecuária nacional indicaram que iriam iniciar um boicote ao fornecimento de carne à rede francesa no Brasil, incluindo Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), bem como a Sociedade Rural Brasileira e a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Bompard afirmou que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul, visando a aprovação do acordo de livre comércio com a União Europeia (UE) e a lei antidesmatamento do bloco. Essa lei é amplamente criticada pelos produtores e governos do Brasil e de outros países que exportam para a Europa.
O Mapa rechaçou a declaração de Bompard, defendendo “a qualidade e compromisso da agropecuária brasileira com a legislação e as boas práticas agrícolas, em consonância com as diretrizes internacionais”.
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