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Menopausa sem traumas

Alimentação saudável, atividade física e sono de boa qualidade são algumas das medidas que podem minimizar os sintomas dessa fase


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Imagem ilustrativa da imagem Menopausa sem traumas
"O que mais me incomodou foi o calor. Estou há seis anos com esse sintoma, com menor intensidade, mas ainda sinto” - Claudia Gomes, empresária, 57 anos |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Ondas de calor, variações súbitas de humor, cabelos e unhas enfraquecidos, pele ressecada e diminuição da libido. Esses são alguns dos sintomas mais presentes na menopausa – fase em que a mulher deixa de menstruar.

Estimativas com base no Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 29 milhões de brasileiras podem estar na menopausa. Ainda que a fase possa ser encarada, por muitos, como o fim da juventude, especialistas ressaltam que é possível enfrentá-la sem traumas.

Alimentação saudável, atividade física regular, sono de boa qualidade, não fumar e evitar o consumo de álcool são algumas das medidas que, incorporadas aos hábitos diários de vida, podem ser úteis para minimizar os sintomas dessa fase.

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Foi com apenas 42 anos que a farmacêutica Maria Teresa Vieira de Andrade entrou na menopausa. Calor, irritabilidade, pele muito seca, sono irregular e cansaço excessivo foram os principais sintomas sentidos por ela, hoje com 54 anos. “Não fiz reposição hormonal, mas usava o Diu Mirena. Os sintomas foram brandos e consegui passar pelo climatério sem maiores transtornos, mas sempre conversando com o médico”, contou. “É muito importante ler sobre o tema para entender que a menopausa é uma fase e que os sintomas irão passar. Vendo os relatos de outras mulheres senti que é uma fase normal nas nossas vidas”, avalia. |  Foto: Acervo pessoal

Quando, de fato, a mulher vai encarar essa fase? Em geral, entre os 45 e 55 anos, de acordo com o Ministério da Saúde. Mas, antes disso, a mulher passa pelo climatério, que é a fase de transição do período reprodutivo, ou fértil, para o não reprodutivo.

“A menopausa é a última menstruação. Quando a mulher fica mais de um ano sem menstruar, consideramos que ela entrou na menopausa”, explicou o ginecologista Luiz Sobral, da Best Senior, e professor de Ginecologia da Universidade Federal do Espírito Santo, em entrevista à TV Tribuna.

A ginecologista Thaissa Tinoco destaca que nem todas as mulheres irão sentir os sintomas da menopausa. “Algumas poucas mulheres sentem alguns sintomas muito sutis que não atrapalham a qualidade de vida. Mas a maioria sente algum reflexo da falta de hormônio”.

A empresária Claudia Gomes de Carvalho, de 57 anos, apresentou sintomas que não foram sutis. Ela conta que, além do excesso de calor, também teve ressecamento na pele, nas unhas e no cabelo.

“O que mais me incomodou foi o calor. Estou há seis anos com esse sintoma, com menor intensidade, mas ainda sinto. Acordo à noite até para tomar banho. Já o ressecamento do cabelo, da unha e pele passou em dois anos”.

Ela também teve de lidar com a irritabilidade. “Esse sintoma eu consegui controlar bem e entender. Eu falava para mim mesma que iria passar, fazia um exercício mental”.

Por ter tido um lipoma no abdômen (tumores cutâneos benignos), ela não pode fazer reposição hormonal. “Conversei com meu médico oncologista e ginecologista e decidi aceitar os sintomas”.

Reposição não é indicada para todas as mulheres

Um dos principais tratamentos para a menopausa é a reposição hormonal. Entre as vantagens estão o alívio dos sintomas físicos (fogachos), psíquicos (depressão) e os relacionados com os órgãos genitais (secura vaginal).

No entanto, antes de iniciar um tratamento, é importante fazer um check- up, já que a reposição não é indicada para todas as mulheres.

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Luiz Sobral: sintomas |  Foto: Acervo pessoal

“A reposição deve ser feita com critérios. Algumas mulheres, como as vítimas de câncer de mama, têm uma contraindicação para a reposição hormonal. Nestes casos, devemos oferecer alternativas não hormonais para os sintomas”, esclarece o ginecologista Luiz Sobral, da Best Senior.

Para essas mulheres com histórico pessoal de câncer de mama, a ginecologista Thaissa Tinoco reforça que está contraindicada a reposição hormonal com estrogênio e progesterona.

“Esse é um exemplo de classe de mulheres que a gente deve evitar, mas a gente sempre fala na individualização da paciente, em ver aquela mulher como um indivíduo único e escolher o melhor tratamento especificamente para ela reforça”.

Dieta mediterrânea, que tem pouco consumo de carboidrato, glúten e açúcar, mais rica em frutas, verdura, legumes, carne branca, além de atividades físicas, ajudam a atenuar os sintomas de menopausa, segundo Thaissa.

Depressão

O médico Luiz Sobral chama atenção ainda para sintomas depressivos que podem ocorrer na fase. “No climatério, com a queda do estrogênio, a depressão pode aparecer ou piorar. A avaliação periódica, junto aos hábitos de vida, é importante".

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