Alimentação mais saudável para proteger o estômago
Alimentos ricos em fibras, como grãos integrais e vegetais, podem ajudar na saúde digestiva, dizem especialistas
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Se você tem o costume de adicionar sal à sua comida, é melhor parar! Um estudo divulgado na revista Gastric Cancer revelou que pessoas que frequentemente acrescentam sal aos alimentos têm um risco 40% maior de desenvolver câncer de estômago.
Assim como sal, o consumo de álcool e de alimentos ultraprocessados, o uso de cigarro e o excesso de peso são fatores de risco para a doença. Mas a alimentação saudável e bons hábitos de vida ajudam a prevenir.
A oncologista Kitia Perciano ressalta que o tipo de alimentação tem ligação com o tumor, assim como a bactéria H.pylori.
A nutricionista e colunista de A Tribuna Gabriela Rebello explica que alimentos como bacon, salsichas, presunto e outras carnes processadas contêm nitritos e nitratos, que podem se converter em compostos cancerígenos no estômago.
“As dietas ricas em alimentos ultraprocessados também podem afetar negativamente a microbiota intestinal, o que pode influenciar a inflamação e a saúde gastrointestinal, aumentando potencialmente o risco de câncer”.
Embora nenhum alimento ou suplemento possa garantir a prevenção total do tumor, Gabriela destaca que uma dieta equilibrada e rica em nutrientes, juntamente à práticas saudáveis, podem contribuir para a redução do risco.
“Alimentos ricos em fibras, como grãos integrais, leguminosas (como feijão e lentilhas) e vegetais crucíferos (como brócolis e couve-flor) são ricos em fibras e podem ajudar na saúde digestiva, reduzindo o risco de câncer. Outro exemplo é a curcumina, principal composto ativo da cúrcuma, que tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem ajudar na proteção contra o câncer”, indica a nutricionista.
Quem não tem o costume de consumir o gengibre, é bom já incorporar o alimento na dieta.
“Ele tem propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que podem ajudar a proteger as células do estômago”, explica.
Alho e cebola, segundo ela, contêm compostos que podem ter propriedades anticancerígenas.
Alerta para importância do diagnóstico precoce
Os sintomas do câncer de estômago nem sempre são tão evidentes, dizem os médicos.
“Os sintomas podem ser leves e lentos de aparecerem e isso, muitas vezes, faz o diagnóstico ser tardio. Além disso, se confundem com dispepsia (indigestão), gastrite e úlcera”, explica a oncologista Kitia Perciano.
Dor epigástrica, se sentir cheio após as refeições, dor e queimação no abdômen superior, refluxo, emagrecimento, vômitos e vômitos com sangue são alguns dos sinais, alerta a médica.
Para o diagnóstico, o exame de endoscopia é o indicado. “No Japão, devido à alta incidência, a endoscopia é exame de rotina. Aqui, temos uma recomendação de uma endoscopia aos 40 anos para diagnóstico de H. pylori e em casos de doenças genéticas”, destaca a médica.
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Câncer gástrico
O câncer de estômago também é chamado de câncer gástrico. O tipo adenocarcinoma é responsável por cerca de 95% dos casos de tumor no estômago.
O adenocarcinoma de estômago atinge, em sua maioria, homens por volta dos 6 0 e 70 anos. Cerca de 65% dos pacientes têm mais de 50 anos.
No Brasil, o câncer de estômago é o quarto tipo mais frequente entre homens e o sexto entre as mulheres.
Não há sintomas específicos do câncer de estômago. Porém, alguns sinais como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar tanto uma doença benigna (úlcera, gastrite) quanto um tumor de estômago.
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