Em busca de uma mente ativa: novos hábitos para prevenir o Alzheimer
Aprender um novo idioma ou a tocar um instrumento musical pode ser útil para adiar o aparecimento da demência
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Quando você pensa em envelhecimento, qual o seu maior receio? Para 80% da população, a principal preocupação está em desenvolver demência, segundo levantamento do 1º Big Data da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz).
Uma em cada quatro pessoas imagina não haver nada a fazer para preveni-la. Porém, bons hábitos podem ajudar a retardar o seu aparecimento durante a velhice, como aprender um novo idioma e a tocar um instrumento.
O tipo mais prevalente de demência é o Alzheimer, que afeta aproximadamente 1,2 milhão de pessoas no Brasil, conforme estimativa do Ministério da Saúde. A cada ano, 100 mil novos casos são diagnosticados.
No Alzheimer, há perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais.
De acordo com o neurocirurgião Ulysses Caus Batista, ter bons hábitos ajuda na saúde cerebral. “Tecnicamente, não tem como prevenir algo que não sabemos a causa. Mas é possível retardar seu aparecimento”, explica.
Controle emocional adequado — evitando ansiedade, estresse e depressão —, boas noites de sono, atividade física regular, boa alimentação e cuidar de doenças associadas, como pressão alta e diabetes, são hábitos que devem ser incorporados à rotina para prevenir as doenças neurodegenerativas, segundo o neurocirurgião.
Além disso, atividades para o cérebro, como leitura, palavras cruzadas, aprender novos idiomas e tocar instrumentos musicais também têm papel importante na saúde cerebral.
“O estímulo ao cérebro, por meio dessas atividades, permite que ele crie novas vias neurológicas, e isso pode até melhorar a função neuronal dos pacientes”, explica o médico, em entrevista à TV Tribuna.
Uma das formas de manter a mente ativa é por meio dos espaços de convivência, onde os idosos podem realizar atividades para o corpo e a mente.
“Nossas atividades são voltadas para o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos. O foco principal é na convivência entre as pessoas idosas, por meio de atividades físicas, oficina de memória, de recordar, Sudoku, dança, entre outros”, explica Scheila Xavier, coordenadora do Centro de Convivência dos Idosos de Cocal, Vila Velha.
“Nas oficinas de memória, eles trabalham a coordenação motora, atenção, lembranças das palavras e histórias da vida”, completa.
RECOMENDAÇÕES
> Aprenda algo novo: um idioma, um instrumento musical. Isso estimula a formação de novas conexões neurais, retardando o declínio cognitivo.
> Faça jogos de raciocínio e quebra-cabeças. Essas atividades melhoram a memória e a capacidade de resolução de problemas.
> Caminhe, dance, nade ou pratique qualquer atividade que você goste, já que essas atividades aumentam o fluxo sanguíneo para o cérebro, reduzindo o risco de doenças neurodegenerativas.
> Estabeleça uma rotina de sono regular. O sono é essencial para a consolidação da memória e a reparação do cérebro.
> Controle o estresse. O estresse crônico pode danificar as células cerebrais.
Fonte: Especialistas consultados e pesquisa AT.
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