Vitória já é a quarta cidade do País com mais famílias em apartamentos
Quase metade da população da capital já reside em prédios. Verticalização também ocorre em outras cidades do Estado
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O fenômeno da verticalização de cidades fez com que nos últimos 12 anos mais pessoas deixassem de viver em casas e passassem a morar em apartamentos.
Em Vitória, quase metade da população já reside em prédios (45,4%), sendo a quarta cidade do País com maior proporção de pessoas em apartamentos.
Em 2010, a proporção de pessoas em prédios na capital do Espírito Santo era de 38,48%.
Os dados fazem parte da pesquisa de características de domicílio do Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em Vila Velha, o percentual passou de 27,93% para 37,89%. Na Serra, o aumento também foi de 10 pontos percentuais: saiu de 8,21% de pessoas vivendo em apartamentos para 18,13%.
Mas não é só em municípios da Grande Vitória que a verticalização marcou os últimos anos. Castelo teve o maior crescimento nos últimos 12 anos. Enquanto em 2010, 20,97% das pessoas moravam em apartamento, em 2022, o número saltou para 33,48%.
Mesmo com a maior parte da população ainda vivendo em casas, a verticalização tem crescido no Estado em geral na última década. Enquanto em 2010, 12,3% das pessoas viviam em apartamentos, em 2022 o percentual passou para 17,1%.
No País, apenas três dos 5.570 municípios brasileiros têm mais pessoas morando em apartamentos do que em casas: Balneário Camboriú (SC), Santos (SP) e São Caetano do Sul (SP).
Entre esses três municípios, São Caetano foi o que mais avançou na proporção entre as pesquisas de 2010 e 2022, passando de 35,3% para 50,8%.
Balneário Camboriú também rompeu a barreira de 50% de moradias verticais nesse intervalo, passando de 48,9% para 57,2%.
Santos já tinha um processo de verticalização mais consolidado em 2010, com 57,8% dos seus habitantes em prédios, e essa proporção avançou para 63,5% em 2022, a maior do País.
O superintendente do IBGE no Espírito Santo, Max Athayde Fraga, destacou que o aumento da proporção de pessoas vivendo em apartamentos é observado em muitas cidades pelo País.
“A verticalização é uma tendência, principalmente, em cidades onde existe uma limitação do território. Em Vitória, por exemplo, estamos vendo muito isso. Então a construção de edifícios otimiza espaços, com a construção de moradias em vários pavimentos”.
Ele destacou que essa forma de ocupação do solo tem crescido nos últimos anos em regiões urbanas dos municípios.
Lar Doce Lar | Casamento à vista
Bento Ferreira, Vitória, foi o bairro escolhido pela assistente social Tatiana Tatagiba, de 41 anos, e o técnico de enfermagem Fernando de Paula, 37, para morar.
“Eu moro em apartamento desde os 12 anos de idade e permaneço residindo no mesmo condomínio onde morava com meus pais quando era criança. Prefiro morar em apartamento por causa da segurança. Hoje tenho o meu próprio apartamento, de um quarto, e moro com o meu noivo. No próximo dia 29, vamos oficializar a nossa união, casando no civil”, conta Tatiana.
Censo 2022 | Características dos domicílios
> 3,1 milhões de pessoas moram em casas no Espírito Santo.
> Isso equivale a 82% da população residindo ainda em casas.
> 54 dos 78 municípios do Estado têm mais de 90% da população residindo em casas.
Pessoas vivendo em apartamentos
> 2010 12,3%
> 2022 17,1%
> Vitória é o município do Estado com maior percentual de pessoas morando em apartamentos: 45%
Saiba mais | Tipo de moradia por cidades
Município | Apart. (%) | Casa (%)
1) Vitória | 45,4 | 53,51
2) Vila Velha | 37,89 | 61,01
3) Castelo | 33,48 | 66,13
4) Venda Nova do Imigrante | 26,94 | 72,37
5) Colatina | 24,99 | 74,8
6) Marilândia | 21,44 | 78,39
7) Serra | 18,13 | 79,95
8) Piúma | 16,89 | 81,96
9) Guarapari | 15,92 | 83,02
10) Ibatiba | 15,5 | 84,36
11) Alfredo Chaves | 15,14 | 84,63
12) São Gabriel da Palha | 13,68 | 85,94
13) Cachoeiro de Itapemirim | 13,26 | 86,34
14) Conceição do Castelo | 13,06 | 86,26
15) São Domingos do Norte | 12,49 | 87,43
16) Guaçuí | 12,22 | 87,38
17) Marechal Floriano | 12,21 | 86,93
18) Iúna | 11,17 | 88,5
19) Barra de São Francisco | 10,84 | 88,95
20) Baixo Guandu | 10,79 | 88,84
21) Domingos Martins | 10,51 | 88,6
22) Linhares | 10,47 | 88,57
23) Vargem Alta | 10,39 | 88,95
24) Santa Maria de Jetibá | 9,94 | 89,72
25) Cariacica | 9,18 | 90,41
26) Águia Branca | 8,86 |91,05
27) Irupi | 8,66 | 91,18
28) São Roque do Canaã | 8,25 | 91,15
29) Alegre | 7,56 | 92,32
30) Santa Teresa | 7,39 | 91,87
31) Bom Jesus do Norte | 7,24 | 92,49
32) Rio Bananal | 7,21 | 92,51
33) Nova Venécia | 6,79 | 93,04
34) Pancas | 6,64 | 93,01
35) Anchieta | 6,58 | 92,58
36) Brejetuba | 5,96 | 94
37) Aracruz | 5,67 | 93,04
38) Iconha | 5,18 | 94,71
39) São Mateus | 5,18 | 94,47
40) Viana | 4,64 | 94,67
41) Pinheiros | 4,59 | 95,26
42) Muniz Freire | 4,5 | 94,13
43) Água Doce do Norte | 4,41 | 95,49
44) Afonso Cláudio | 4,22 | 95,05
45) Mantenópolis | 4,21 | 95,36
46) Dores do Rio Preto | 3,9 | 95,87
47) Laranja da Terra | 3,84 | 96,09
48) Sooretama | 3,8 | 95,96
49) Presidente Kennedy | 3,79 | 96,09
50) Marataízes | 3,75 | 96,05
51) Itaguaçu | 3,67 | 95,96
52) Ibitirama | 3,63 | 96,2
53) Vila Valério | 3,52 | 96,16
54) Jaguaré | 3,37 | 96,1
55) Atílio Vivácqua | 3,17 | 96,51
56) São José do Calçado | 3,02 | 96,95
57) Ecoporanga | 2,71 | 97,1
58) Itapemirim | 2,71 | 96,63
59) Alto Rio Novo | 2,56 | 97,37
60) Vila Pavão | 2,51 | 97,38
61) Mimoso do Sul | 2,31 | 97,54
62) Pedro Canário | 2,25 | 97,36
63) João Neiva | 2,23 | 97,58
64) Jerônimo Monteiro | 2,14 | 97,66
65) Santa Leopoldina | 2,05 | 97,67
66) Boa Esperança | 1,89 | 97,86
67) Ponto Belo | 1,82 | 97,84
68) Muqui | 1,67 | 98,18
69) Itarana | 1,65 | 98,17
70) Rio Novo do Sul | 1,61 | 97,45
71) Fundão | 1,54 | 96,72
72) Governador Lindenberg | 1,35 | 98,53
73) Ibiraçu | 1,33 | 98,53
74) Montanha | 1,23 | 97,8
75) Apiacá | 0,86 | 98,8
76) Divino de São Lourenço | 0,77 | 99,07
77) Conceição da Barra | 0,67 | 98,94
78) Mucurici | 0,31 | 96,08
Distribuição de água
> Para 83,7% da população do ES, a principal fonte de abastecimento de água é a rede geral de distribuição
> O Censo 2022 também mostra diferenças na forma de abastecimento de água entre os
> Vitória tem o maior percentual de moradores com rede geral de distribuição de água: 99,5%.
> Santa Leopoldina tem 23,6%.
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