“Queremos justiça”, dizem familiares de vítimas de acidente na Rodovia do Contorno
Um carro atingiu o abrigo às margens da Rodovia do Contorno, em Cariacica, matando duas pessoas e deixando outras feridas
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Duas vítimas morreram e outras três ficaram feridas, após um carro atingir o ponto de ônibus em que elas estavam, às margens da Rodovia do Contorno, em Cariacica, no km 283 da BR-101. O acidente ocorreu no sentido Sul, no final da manhã de segunda-feira (30), e os familiares das vítimas pedem por justiça.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), um motorista ligou para o número de emergência, informando que um veículo colidiu em seu caminhão e foi em direção a um ponto de ônibus.
As imagens da TV Tribuna mostram o veículo capotado na rodovia. O abrigo para passageiros desabou com o impacto.
Segundo familiares, o auxiliar de carga e descarga Leonardo Nunes, 37 anos, e Filipe Rissi Batista, 26, conhecido como Filipe Ferreira, estavam no ponto de ônibus e morreram na hora. Outras três pessoas ficaram feridas.
As vítimas retornavam do horário de almoço e chovia. Eles pararam debaixo do ponto para descansar do almoço.
Cunhado de Filipe Batista, o construtor José da Costa Cirqueira, de 42 anos, disse que quer justiça e saber o que aconteceu.
“As autoridades tomaram providência? Não vão fazer nada? Era um jovem de 26 anos, morava lá comigo e a irmã dele, que é minha esposa. Ela passou mal. A gente não sabe nem o que aconteceu. A gente quer justiça!”, afirmou José.
Ele conversou com a reportagem no Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, na noite de ontem, onde a família estava para liberar o corpo.
“Que a justiça seja feita, que encontrem quem foi o responsável”, disse Gabriela Nunes Cleto, de 22 anos, irmã de Leonardo Nunes.
A Polícia Civil informou que a ocorrência ficou a cargo da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Para a TV Tribuna, o inspetor Fernando, da PRF, informou que o caminhão estava na pista da esquerda e o veículo, aparentemente, vinha pela faixa da direita.
“Na hora em que o veículo estava passando pelo caminhão, o caminhão estava trocando de faixa, não observou o veículo e acabou atingindo o veículo mais ou menos no meio. Em seguida, o veículo se desgovernou, bateu, me parece no meio-fio, capotou, atropelou as pessoas e derrubou o ponto de ônibus”, afirmou o inspetor.
Segundo o inspetor, os dois motoristas fizeram o teste do bafômetro, que deu negativo.
“Meu irmão tinha acabado de começar a trabalhar”
A irmã Leonardo Nunes, 37 anos, a auxiliar de estoque Gabriela Nunes Cleto, 22 anos, estava no Instituto Médico Legal (IML) de Vitória e conversou com a reportagem. Leonardo e o jovem Filipe Rissi Batista, 26, morreram quando um carro atingiu o ponto de ônibus em que eles estavam, na Rodovia do Contorno.
A Tribuna: O que você e a família esperam agora?
Gabriela Nunes Cleto O que fica agora é uma dor irreparável, porque meu irmão era uma pessoa boa, honesta, era alegre, tinha acabado de começar a trabalhar.
E a justiça, que seja feita, que encontrem quem foi o responsável por isso, porque a tragédia é uma dor irreparável.
Porque, infelizmente, ele não vai voltar, mas eu acredito que a justiça ainda pode ser feita.
Ele estava indo trabalhar?
Eu acho que pararam ali para fazer um horário de almoço, porque o encarregado da empresa onde ele estava prestando serviço ligou para a minha mãe e ele não soube dar notícia, ele não soube falar direito o que tinha acontecido.
O que você fez quando soube do acidente?
Fui até o Hospital Jayme Santos Neves saber se o meu irmão teria a chance de estar lá. E, infelizmente, quando eu cheguei lá já era tarde. Foi quando eu recebi a notícia de que ele tinha sido atingido e morreu ali mesmo no local.
E você sabe de alguma coisa? Como foi o acidente?
Eu não entendi nada, nada. Eu só escutei que o carro perdeu o controle e a pista estava escorregando e ele acabou capotando e batendo no ponto de ônibus onde ele estava.
Como era o seu irmão?
Ele era solteiro, não tinha filhos. Só vou ter lembranças boas dele, do que ele gostava: praia, churrasco. Ele era bem família, tranquilo, na dele, não tinha o que falar dele. Ninguém tem o que falar dele porque ele sempre mostrava alegria.
E a família vai seguir de que maneira agora?
Sou a única filha que minha mãe tem, e ele era o meu irmão mais velho. Hoje (ontem) eu tive mais essa perda. E é uma dor que se repete, pois já perdi um irmão há 10 anos atrás, e é como se eu estivesse vivendo o mesmo pesadelo.
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