Professor passa por transplante e recebe medula de paciente da Alemanha
Um mês após passar pelo transplante, Adão Teófilo Neto, 47 anos, recebeu a esperada alta e terá monitoramento feito fora do hospital
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A esperança para a cura de uma doença grave – a mielofibrose – veio de uma medula óssea doada do outro lado do mundo, na Alemanha.
Um mês após o transplante, o professor de Matemática Adão Teófilo Neto, de 47 anos, recebeu na última sexta-feira a esperada alta, para continuar o monitoramento fora do hospital.
O procedimento de Adão foi o primeiro transplante alogênico não aparentado de medula óssea do Espírito Santo, realizado em 24 de abril, pelo Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do Hospital Santa Rita.
O hematologista do hospital e coordenador do Serviço de Transplante de Medula Óssea, Marcelo Aduan, explicou que o paciente foi diagnosticado com a doença há cerca de um ano.
“É uma doença considerada um câncer, que se caracteriza por anemia, fraqueza constante, aumento do baço. Com o tempo, se não tratada, essa doença evolui, com necessidade de múltiplas transfusões de sangue e até chegar a uma leucemia aguda. No caso desse paciente, a qualidade de vida já era ruim”, explicou.
O médico ainda explicou que depois de um tempo de espera, apareceu no banco internacional de medula um doador 100% compatível.
“A coleta foi realizada lá na Alemanha, em março deste ano, e foi transportada para cá. Essa medula, como veio de longe, ainda tínhamos algumas incertezas se o material estava em bom estado, se estava intacto, por exemplo. Então ele ficou congelado a menos 80 grau, enquanto a gente preparava tudo”.
Segundo o médico, o paciente foi chamado para o transplante e foi feito o chamado condicionamento, que é o regime preparatório para que ele receba a medula.
“No caso dele, foi feito radioterapia, quimioterapia e uso de um anticorpo para que o organismo aceitasse essa medula. Após o transplante, o paciente levou 20 dias pra essa medula ‘pegar’”.
O médico frisou que, apesar da alta do paciente, a monitorização de infecções e outras intercorrências, além de suporte com transfusões em caso de necessidade, ainda é constante.
Em um vídeo disponibilizado pelo próprio hospital, Adão conta que não foi um caminho fácil, e agradeceu a toda equipe do hospital. “O que eu espero agora é a remissão da doença e voltar a vida que antes eu tinha, normal”.
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