Novas tecnologias para medir pó preto na Grande Vitória
Ideia é que 4 balanças, que estão sendo avaliadas, possam dar uma maior precisão da quantidade de poeira emitida
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O Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) anunciou que tem buscado novas tecnologias para medir o pó preto da Grande Vitória.
A ideia do órgão é que novos equipamentos possam dar uma maior precisão da poeira emitida com a percepção da população.
As informações foram passadas em uma coletiva, concedida na tarde dessa terça-feira (14), pelo Iema.
Hoje, há 13 estações que medem a poeira sedimentável, popularmente conhecido como pó preto.
O monitoramento é feito de forma manual, onde os potes coletores ficam expostos durante 30 dias nos pontos de amostragem.
Após os 30 dias, são recolhidos e enviados para análise em laboratório. Segundo o Iema, a empresa responsável pela avaliação tem até 30 dias, após recebimento, para enviar os resultados.
“É importante buscarmos tecnologias que nos permitam uma medição mais próxima do dia para termos uma melhor correlação de gestão entre a percepção e eventual correlação com as fontes poluidoras”, explicou o diretor-presidente do Iema, Alaimar Fiuza.
Quatro novas balanças já estão sendo avaliadas na Grande Vitória para medir o pó preto, e a previsão é que em dois anos seja possível confirmar sua eficiência.
De acordo com o Iema, a intenção é que as balanças, vindas da França, possam auxiliar na medição manual. Novos resultados seriam entregues a cada 24 horas.
Durante a coletiva foi explicado ainda, pelo presidente, que o Iema também conta com equipamentos da Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar (RAMQAR), com 10 estações, que monitora gases como monóxido de carbono, além de material particulado: partículas inaláveis (PM10) e partículas respiráveis (PM2,5), que são diferentes do pó preto.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, estudos indicam que os efeitos do material particulado sobre a saúde incluem câncer respiratório, inflamação de pulmão e agravamento de sintomas de asma.
No ano passado, algumas estações da RAMQAR tiveram seu funcionamento prejudicado, devido à necessidade de manutenção e reposição de peças.
“Estamos atualizando esses equipamentos. Junto às instalações desses equipamentos, as estações também foram reformadas. Esse processo de troca levaria de três a seis meses e demorou quase nove meses. As estações, de forma geral, tiveram um nível de disponibilidade menor, porque não tínhamos todos os equipamentos fazendo as medições”, explicou Fiuza.
Moradores reclamam de poeira
A quantidade de pó preto, vista em casas da Grande Vitória, tem chamado atenção nos últimos dias, e moradores reclamam da poeira.
Na Enseada do Suá, em Vitória, o presidente da Associação de Moradores, Eduardo Borges, afirma que a quantidade de pó preto lembra o auge da crise provocada pela poeira na capital.
“Parecia que as medidas que haviam sido combinadas com o poder público tinham sido eficazes. Mas, neste final de semana, nos assustamos com a quantidade. Tivemos a informação que estava tendo problemas com os medidores e não imaginávamos que isso estava acontecendo. É frustrante imaginar que o pó aumentou e o que deveria estar fiscalizando está precário”.
Segundo dados compilados pela ONG Juntos SOS ES Ambiental, a poluição do ar por pó preto aumentou em todas as estações que compõem a Rede de Monitoramento da Qualidade do Ar (RAMQAr).
De acordo com Eraylton Moreschi Junior, presidente da ONG, em algumas estações da capital, o aumento foi de mais de 500%, comparando 2022 com 2023.
Segundo o Iema, algumas estações estão com dados “fora de linha”. Foram feitas auditorias para que os dados de agosto de 2022 a abril de 2023 possam ser validados com o laboratório.
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