Fraude financeira: cirurgião plástico perde R$ 2 milhões
Médico vai pedir ajuda à Interpol
Escute essa reportagem
Nas estatísticas de vítimas de golpes há também um cirurgião plástico do Estado que perdeu cerca de R$ 2 milhões. Representado pela sua advogada Cecília Machado, ele vai pedir ajuda à Interpol, organização de cooperação policial internacional.
Isso porque o acusado do golpe, que não é empresário de 41 anos, mas um outro investidor que estaria em Portugal.
“Na segunda-feira eu levarei um requerimento à Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), que apura o caso, e farei a solicitação para que a Interpol seja acionada com o objetivo de prendê-lo”.
A advogada conta que em abril de 2020, o cirurgião foi apresentado ao investidor, que afirmava ser economista especialista em investimentos financeiros.
“Ele dizia que vinha apresentando excelentes resultados nos investimentos financeiros para muitos clientes e, desta forma, estava ganhando muito dinheiro”, contou a advogada.
O médico passou o seu número para melhor conhecer as propostas. Após contatos pelo WhatsApp, o cirurgião fechou contrato inicial de R$ 30 mil, em abril de 2020.
“A partir daí, ele passou a afirmar que estava obtendo altos rendimentos com o investimento feito pelo meu cliente, a fim de que ele fizesse novos investimentos. Em maio de 2020, foi fechado outro contrato, no valor de R$ 130 mil”.
Ainda de acordo com ela, em julho de 2020, foi realizado mais um contrato de prestação de serviços financeiros no valor de R$ 137 mil.
“Em dado momento, o meu cliente solicitou o resgate dos valores correspondentes aos seus investimentos, contudo, ele sempre usava o mesmo argumento de que estava obtendo excelentes resultados, desencorajando-o de resgatar os valores”.
O cirurgião chegou a abrir uma conta em uma plataforma de investimento para movimentar outras quantias e obter maiores retornos financeiros. Desta vez, realizando depósitos bancários de uma quantia superior a R$ 1 milhão.
Como o cirurgião não conseguia resgatar o dinheiro, ele passou a desconfiar que estivesse sendo vítima de um golpe.
“Averiguamos os antecedentes dele e descobrimos diversos registros policiais por prática de crimes de estelionato contra várias vítimas e que respondia a inquéritos policiais e processos criminais pelo mesmo crime. Com essas constatações, não restou dúvida de que o meu cliente estava sendo vítima de um golpe. Fiz uma notícia-crime e procurei a Defa”, contou a advogada.
Orientação é procurar a polícia para denunciar
O número de vítimas desses dois golpistas não para de subir, mas nem todos procuraram a polícia para denunciar.
O contador de 45 anos, que investiu R$ 100 mil e não teve retorno do dinheiro até hoje, contou à reportagem que tem um amigo do Estado que também ficou no prejuízo. “Ele também foi enganado e perdeu mais de R$ 200 mil, só que até agora não denunciou o golpista”.
O titular da Delegacia Especializada de Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), delegado Fabiano Alves Azevedo de Melo, disse que é muito importante que as vítimas procurem a polícia para denunciar.
“As pessoas que foram vítimas podem procurar a delegacia mais perto de casa ou fazer o registro online (https://sesp.es.gov.br/)”.
No caso do empresário que é acusado de golpista e teria fugido para o exterior, o inquérito que tem uma médica e um servidor público federal como vítimas foi relatado e enviado para a Justiça em abril deste ano.
O Ministério Público do Estado, por meio da Promotoria de Justiça Regional de Investigação, informou que os autos estão em análise e que no momento, não é possível fornecer mais informações para evitar prejuízos às apurações.
Defesas
Os nomes dos acusados não estão sendo divulgados, pois os casos seguem em investigação.
A reportagem tentou descobrir quem faz as defesas dos acusados, mas não obteve êxito.
No caso do empresário que estaria no Japão foram enviadas mensagens para um contato dele no exterior e também mensagem para a ex-mulher. No entanto, até o fechamento desta edição não houve retorno.
Comentários