Dengue é mais perigosa para as grávidas, dizem médicos
As futuras mamães têm quatro vezes mais chances de morrer e os fetos três vezes mais comparado com uma pessoa comum
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O Brasil tem enfrentado um crescimento do número de casos de dengue neste ano, com mais de 25 mil casos registrados apenas no Espírito Santo. E, segundo médicos, as grávidas devem ter cuidado redobrado em meio à possibilidade de mais um pico epidêmico da doença.
De acordo com a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), as futuras mamães têm quatro vezes mais chances de morrer e os fetos três vezes mais comparado com uma pessoa comum.
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“As mulheres gestantes estão mais suscetíveis ao desenvolvimento de formas mais graves da dengue. Lembrando que a imunidade da mulher grávida já diminui apenas por estar gestante, o que pode acarretar sérias consequências à mãe e ao feto”, alerta a ginecologista e obstetra Georgia Brito, que está grávida de três meses.
As complicações são inúmeras e incluem o parto prematuro. Por isso, o diagnóstico precoce é importante.
“A consequência mais comum é a desidratação, mas a mais grave é o óbito materno e fetal/neonatal. No primeiro trimestre da gravidez, a hemorragia uterina pode levar ao abortamento”, salienta.
Entre os cuidados que a gestante deve tomar está o uso diário de repelente, algo que Georgia tem feito. Os sintomas mais característicos da dengue são manchas vermelhas, dor atrás dos olhos e nas juntas.
“A dengue se caracteriza por ser uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode evoluir para quadros graves”, conta a ginecologista e obstetra Nayara Raissa da Matta.
Já o ginecologista e obstetra Alexandre Bobbio explica que a dengue pode ser confundida com diversas doenças.
“Ela tem vários sintomas que chamamos de inespecíficos num primeiro momento, como febre, dor no corpo e indisposição, então pode mascarar um quadro de infecção respiratória, como uma gripe, ou uma gastroenterite”.
Se diagnosticada com dengue, a grávida deve seguir as orientações à risca. O médico afirma que não existe um remédio específico para o tratamento da doença.
“A gente pede para que elas se mantenham hidratadas e utilizem medicamentos para dor, febre e enjoos, sempre com orientação médica, porque não é qualquer remédio que pode ser usado na gravidez”.
Fique por dentro
Dengue na gravidez
- Segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (SOGESP), mulher gestante tem quatro vezes mais chances de morrer e os fetos três vezes mais comparado com uma pessoa comum.
Riscos
- A dengue pode causar inúmeras consequências. A mais comum é a desidratação, por isso recomenda-se aumentar a hidratação.
- Há risco de parto prematuro e o aumento da morbimortalidade materna, fetal e neonatal.
- No primeiro trimestre da gravidez, a hemorragia uterina pode levar ao abortamento.
Ao contrair, o que fazer?
- É imprescindível realizar repouso e aumentar ingestão de líquidos. Em caso de dor ou febre, usar paracetamol e evitar anti-inflamatórios, pois esses são contraindicados.
- Ser reavaliada por um médico a cada 24 a 48 horas.
- Em caso de sangramentos, procurar o serviço de urgência.
Cuidados
- Sabendo dos riscos da dengue durante a gestação, é prudente tomar reforços das medidas de controle de focos próximos ao domicílio e uso de repelentes de mosquitos apropriados para gestantes.
Sintomas
- A dengue se caracteriza por ser uma doença febril aguda, sistêmica e dinâmica, que pode evoluir para quadros graves.
- Há vários sintomas inespecíficos num primeiro momento, como febre, dor no corpo e indisposição, então pode mascarar um quadro de infecção respiratória, como uma gripe, ou uma gastroenterite.
- Hoje, o maior fator de confusão com a dengue são zika e chikungunya, além de síndrome gripal e covid-19, por isso a gestante deve ficar atenta e buscar atendimento médico para melhor diagnóstico.
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