Caso Clarinha: cinco exames de DNA vão ser feitos para identificar família
Após ser atropelada, Clarinha passou 24 anos em coma sem identificação em hospital de Vitória. Ela morreu na última quinta-feira (14)
Escute essa reportagem
O mistério envolvendo a identidade de Clarinha, paciente que ficou internada por mais de 20 anos em coma no Hospital da Polícia Militar do Espírito Santo (HPM), ainda não chegou ao fim.
Cinco famílias aguardam exames para comprovar se Clarinha, como foi chamada carinhosamente pela equipe do hospital, era sua parente desaparecida. Ela foi atropelada em 12 de junho de 2000, no centro de Vitória, e morreu na última quinta-feira. Ao longo dos anos, foram mais de 100 tentativas de identificação, sem êxito.
O coronel da reserva da Polícia Militar e médico que cuidou de Clarinha durante duas décadas, Jorge Potratz, contou que três famílias já buscavam a realização de exames antes da morte dela, mas aguardavam trâmites.
Um outro homem, de 31 anos, buscou o Departamento Médico Legal (DML) para tentar identificar se Clarinha seria sua mãe. Em conversa com a TV Tribuna, ele disse que a época do desaparecimento de sua mãe coincide com o atropelamento de Clarinha. Se confirmado o parentesco, Clarinha teria mais dois filhos.
Segundo Jorge Potratz, uma quinta família chegou ao Estado ontem. O coronel contou que a família de Salvador (Bahia) tinha feito contato há alguns anos.
“Orientei sobre procedimentos, mas na época eles não levaram a frente, por causa da pandemia e de haver dificuldade com a distância”, disse Potratz.
Desta vez, segundo ele, uma das mulheres que se diz irmã e que mora nos Estados Unidos providenciou para que a mãe, outra irmã e uma suposta filha de Clarinha viessem ao Estado ontem.
“Elas estiveram no DML e indicaram que a identidade da familiar desaparecida é de São Paulo. Será preciso aguardar os resultados da comparação da digital”.
Sobre os trabalhos de identificação, a Polícia Civil informou que algumas pessoas compareceram ao DML. Até o momento, não houve confronto positivo.
O Ministério Público disse que continua recebendo demandas de possíveis parentes. O órgão fez contato com o DML e foi informado que foram obtidas as impressões digitais de Clarinha. Assim, a primeira tentativa de identificá-la será por comparação das digitais com bancos de dados.
Apelido "Clarinha" foi dado por enfermeira
Atropelamento
Clarinha foi atropelada no dia 12 de junho de 2000, no centro de Vitória. Testemunhas, à época, contaram que ela estava fugindo de um perseguidor, também não identificado, e foi atropelada por um ônibus.
Ela, que ficou em coma por mais de 20 anos, ganhou o apelido por indicação de uma das enfermeiras.
Em 2022, as demandas relacionadas a ela passaram a ser encaminhadas ao 10º promotor de Justiça Cível de Vitória, Luiz Alberto Nascimento.
Identificação
Ao longo dos anos, foram centenas de tentativas frustradas para que ela fosse identificada.
Cinco famílias, atualmente, buscam interesse na realização de exame de DNA com Clarinha a fim de confirmar possível parentesco.
O Ministério Público Estadual segue acompanhando a situação e prestando auxílio aos possíveis familiares.
Fonte: Pesquisa A Tribuna.
Comentários