Brasileiros têm só 26% do tempo livre ao longo da vida
Trabalhar e dormir ocupam boa parte do tempo restante, o que, segundo pesquisa, equivale a cerca de 43 anos
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Você já parou para se perguntar quanto “tempo livre” teria na sua jornada aqui na Terra? Segundo um estudo do Instituto Ipsos, encomendado pelo Nubank, em toda a vida adulta, o brasileiro tem apenas 26% desses momentos sem compromisso, um período equivalente a 15 anos.
Isso porque as obrigações diárias como trabalhar e dormir ocupam os outros 74% restantes, o que, segundo a pesquisa, equivale a 43 anos. Uma importante observação é que as mulheres têm ainda menos tempo disponível porque acumulam tarefas domésticas e enfrentam jornadas duplas.
De acordo com a pesquisa, 12% do tempo livre é gasto com a imersão em telas, equivalendo a mais de sete anos; a prática de esportes e demais atividades de bem-estar ocupam somente 4%, menos de três anos; já atividades religiosas e participação em eventos ocupam 2% (1,2 ano) e 1% (0,8 ano) do tempo, respectivamente.
Levando esses dados em consideração, a psicóloga Monique Nogueira contou a A Tribuna o que pode ser feito para administrar o tempo disponível a fim de ter uma vida tranquila e feliz.
A profissional afirmou ser fundamental que ele seja usado de forma que contribua para o bem-estar físico e mental, priorizando atividades que promovam uma sensação de propósito, como ações criativas, esportes ou atividades ao ar livre.
“O tempo de qualidade com pessoas queridas também é uma parte importante para construir relações de afeto, que são essenciais para o bem-estar emocional. Além disso, dedicar tempo ao autocuidado, seja com meditação, leitura, ou outras formas de relaxamento, auxilia a reduzir o estresse e trazer mais equilíbrio à vida”.
Ela disse que ter momentos de silêncio ou reflexão, longe das telas, também é uma forma importante de recarregar a mente.
Edson Kruger Batista, psiquiatra e Diretor Assistencial da Green House - Grupo ViV Saúde Mental e Emocional, comentou que a sobrecarga de jornadas de trabalho, sem pausas saudáveis, constitui fator de risco para adoecimento emocional.
“Pessoas que entraram nas rotinas de multitarefas no mesmo tempo com aumento da velocidade das informações, evoluem facilmente para um hiperestímulo sensorial. A partir disso, há uma maior dificuldade em conseguir desacelerar as rotinas e o adoecimento psíquico inevitavelmente passa a prevalecer”.
Ele afirmou ainda que para quem se enquadra em dupla jornada, “é importante saber respeitar os limites do corpo, buscar a realização de atividades por oportunidade e evitar múltiplas atividades ao mesmo tempo”.
FIQUE POR DENTRO
A pesquisa
Encomendada pelo Nubank e realizada pelo Instituto Ipsos, o levantamento foi feito entre 17 e 23 de julho deste ano.
Foram coletados dados em 1,5 mil entrevistas presenciais com homens (48%) e mulheres (52%), acima dos 18 anos e de todas as classes sociais.
A margem de erro do levantamento é de 2,5 p.p.
A pesquisa informou que em toda a vida adulta, o brasileiro tem apenas 26% desses momentos sem compromisso, um período equivalente a 15 anos.
Obrigações diárias como trabalhar e dormir ocupam os outros 74% restantes, o que, segundo a pesquisa, equivale a 43 anos.
42% dos brasileiros disseram estar insatisfeitos ou indiferentes com a quantidade de tempo livre que possuem hoje em dia. Outros 19% mostraram insatisfação com o período desocupado.
Obrigações diárias
O levantamento realizado apontou que as tarefas que mais tiram o tempo livre de alguém são sono (30%), considerando que uma pessoa comum dorme, em média, 8 horas diariamente; trabalho remunerado (23%); cuidados com a casa e família (15%); e tempo de deslocamento (7%).
É válido pontuar que a proporção de tempo muda dependendo da cidade e rotina de cada um. Moradores de São Paulo gastam mais tempo de deslocamento devido ao trânsito, por exemplo.
Mulheres
Uma importante observação é que as mulheres têm ainda menos tempo disponível porque acumulam tarefas domésticas e enfrentam jornadas duplas.
Dados apontaram que elas dedicam mais tempo para a limpeza da casa (49%), trabalho doméstico em geral (29%), cuidados com a família e com a casa (28%), cuidar dos filhos (26%), cuidar dos animais domésticos (20%), cuidar dos membros da família (16%) e estudos (15%).
Tempo livre
De acordo com a pesquisa, 12% do tempo livre é gasto com a imersão em telas, equivalendo a mais de sete anos; a prática de esportes e demais atividades de bem-estar ocupam somente 4%, menos de três anos; já atividades religiosas e participação em eventos ocupam 2% (1,2 ano) e 1% (0,8 ano) do tempo, respectivamente.
Se tivesse mais tempo?
A pesquisa apontou que, se tivesse mais tempo livre, o brasileiro médio gostaria de viajar (42%), dormir (36%), assistir à TV (27%), praticar exercício físico (26%) e descansar/ficar no ócio (23,4%).
Fonte: Pesquisa A Tribuna.
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