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Cidades

Bombeiro do ES na Flórida relata experiência com passagem de furacão Milton

Major Teles Aquino conta que equipe realizou cursos de capacitação e visitas técnicas


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Imagem ilustrativa da imagem Bombeiro do ES na Flórida relata experiência com passagem de furacão Milton
Comitiva capixaba do Corpo de Bombeiros Militar do Estado está na Flórida desde setembro, realizando curso de capacitação e visita técnica |  Foto: Acervo pessoal

Desde setembro deste ano, uma comitiva de seis capixabas do Corpo de Bombeiros Militar (CBMES) está na Flórida (EUA), região afetada pelo furacão Milton. A viagem teve um propósito: fazer um curso de capacitação e uma visita técnica.

O major Tales Aquino é um dos integrantes da comitiva capixaba e conversou com a reportagem, na quinta-feira (10). O bombeiro contou detalhes dessa experiência que, como ele descreve, jamais será esquecida. Ele tem 43 anos e há 23 anos atua na corporação.

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A Tribuna – Vocês estão em missão na Florida?

Tales Aquino - "Chegamos no dia 29 de setembro. Fizemos uma semana de curso de capacitação e visita técnica. Na semana seguinte houve a expectativa do furacão. Então as atenções voltaram-se para o furacão, pois estava aumentando a categoria."

Imagem ilustrativa da imagem Bombeiro do ES na Flórida relata experiência com passagem de furacão Milton
Equipe participou de curso de capacitação e fez visitas técnicas |  Foto: Acervo pessoal

Atuaram no socorro?

"Aqui nos EUA eles (bombeiros) não deixam outros países atuarem. O nosso curso de combate a incêndio e outras técnicas é em Fort Lauderdale que fica a duas horas de Orlando e Tampa, onde o furacão estava previsto para passar.

Nessa semana seguinte ficamos na expectativa de pode atuar. Como estávamos em curso, eles permitiram que a nossa delegação acompanhasse a mobilização dos bombeiros."

Como foi essa experiência?

"Nós estávamos na concentração e mobilização dos bombeiros, pois a categoria (do furacão) era 5. A expectativa eram três mil homens. Ao passar do dia, na quarta feira (09), dia da chegada do furacão, a categoria diminuiu e a mobilização foi menor. Então, a nossa participação foi junto a mobilização e pudemos acompanhar parte do planejamento dos bombeiros, desde pessoal à logística que é enorme."

Como descreve a espera da chegada do furacão?

"Havia uma apreensão por parte dos próprios bombeiros, pois a categoria estava em 5. Como eles diziam aqui, “a desgraça seria muito grande”. Por sorte, bons ventos sopraram e diminui-se a categoria."

O que via aí? Sentiu medo?

"Aqui, em Fort Lauderdale, muita chuva e vento. As pessoas estavam blindando as janelas, pois a previsão era de muito vento por aqui também. Nós estamos em uma casa alugada. Como aqui alaga fácil, esperava-se muita água nas ruas e possível alagamento, mas não se concretizou.

Na verdade, sentimos adrenalina por ser bombeiro e poder viver essa experiência aqui, que, talvez, seria a maior de nossas vidas. Ficamos na expectativa de poder atuar já que estávamos em curso, então tínhamos muita vontade de ir. Aqui neste curso temos militares altamente treinados, inclusive com militares que participaram de resgates em Brumadinho, Mariana, Rio Grande do Sul e o terremoto na Turquia. Então, só tem fera! Essa seria uma oportunidade única de atuação, mas que não houve necessidade em virtude da diminuição da categoria de 5 para 3 ao chegar na costa.

Mas as horas que antecederam foram um corre-corre aqui em Fort. Não havia ninguém nas ruas. Na segunda-feira (07) à noite, saímos para fazer compras e não tinha ninguém no mercado e as coisas faltando. E olha que estamos a duas horas de Tampa.

Na terça-feira (08), quando chegamos no quartel para saber sobre nossa ida para mobilização, já havia muita chuva."

O pior já passou? Quando vocês retornam para terras capixabas?

"Sim. Como a categoria de chegada na costa caiu de 5 (máxima) para 3, os estragos foram bem menores. Sairemos daqui no sábado (12) e chegaremos ao Espírito Santo no domingo (13)."

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