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Cidades

“Até hoje é uma dor”, diz irmã de vítima de acidente com grupo de dança

O motorista pegou 15 anos de prisão em regime fechado e o proprietário do veículo 2 anos e 3 meses em regime aberto


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Imagem ilustrativa da imagem “Até hoje é uma dor”, diz irmã de vítima de acidente com grupo de dança
Caminhão e micro-ônibus pegaram fogo após batida em Mimoso do Sul, em 2017 |  Foto: Divulgação/ Beto Barbosa - 10/09/2017

Após sete anos de espera, foi realizado na última quinta-feira o julgamento dos responsáveis pelo acidente que matou nove integrantes do grupo de dança alemã Bergfreunde, de Domingos Martins, em setembro de 2017.

Também morreram na ocasião o motorista do micro-ônibus que transportava o grupo e o filho de uma das vítimas.

Também morreram na ocasião o motorista do micro-ônibus que transportava o grupo e o filho de uma das vítimas.

A analista de Recursos Humanos Fernanda Endlich perdeu o irmão Aloísio Endlich no acidente. Para ela, a sensação é de injustiça, já que o dono do caminhão vai responder em liberdade.

A Tribuna Como a família está após a sentença?

Fernanda Endlich O dono do caminhão vai responder em liberdade, sendo que todos os familiares já estão há sete anos nessa luta, para ver se haveria uma resposta positiva no sentido de tranquilizar a gente. E o cara vai responder em casa.

Na época, como vocês ficaram sabendo do acidente?

Ficamos sabendo pelas redes sociais. Foi um desastre, né? Até hoje é uma dor.

Ele tinha 27 anos e era professor de Matemática. A ideia dele no próximo ano, no caso 2018, era entrar no mestrado e dar aula em faculdade. Fora todos os sonhos de formação de família, de filhos, enfim.

Réus condenados pela morte de 11 pessoas em acidente

O motorista do caminhão, Wesley Cardoso, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 15 anos de prisão em regime fechado. O proprietário do veículo, Marcelo José de Souza, foi sentenciado a dois anos e três meses em regime aberto, seguindo determinadas condições impostas pela Justiça.

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) denunciou Wesley por 11 homicídios dolosos e nove tentativas de homicídio, com a acusação de imprudência ao volante.

Marcelo, proprietário do caminhão, enfrentou acusações de homicídio culposo (11 vezes) e lesão corporal culposa (nove vezes).

De acordo com o MPES, ele foi acusado de negligência ao contratar um motorista despreparado e permitir o uso de um veículo inadequado para o transporte das rochas ornamentais.

O acidente envolveu dois caminhões, um Ford Ka e o micro-ônibus, em Mimoso do Sul, na BR-101. O grupo de dança voltava de uma apresentação em Minas Gerais.

Com a batida, o micro-ônibus pegou fogo. O veículo levava 20 pessoas. Segundo a investigação, Wesley conduzia o caminhão a 87 km/h, acima do limite de 80 km/h, transportando uma carga de rochas ornamentais para a qual não possuía permissão e que estava possivelmente acima do peso regulamentar.

Familiares das vítimas acompanharam o julgamento. Para alguns, a condenação representa um alívio. “É sensação de justiça feita, mas é uma dor que não passa. Não tem um dia que eu acordo que não me lembro do meu filho”, disse Anelize Saar, que perdeu o filho Pedro Dias.

O julgamento ocorreu no Fórum de Mimoso do Sul.

A condenação

O motorista do caminhão, Wesley Rainha Cardoso, foi condenado a 15 anos de prisão em regime fechado. Ele foi denunciado por 11 homicídios dolosos e nove tentativas de homicídio, com a acusação de imprudência ao volante.

Já proprietário do veículo, Marcelo José de Souza, foi sentenciado a dois anos e três meses de prisão e enfrentou acusações de homicídio culposo (11 vezes) e lesão corporal culposa (nove vezes). Ele foi acusado de negligência ao contratar um motorista despreparado e permitir o uso de um veículo inadequado para o transporte das rochas ornamentais.

O acidente

O acidente ocorreu em 10 de setembro de 2017, na BR-101, km 450, em Mimoso do Sul, e envolveu dois caminhões, um Ford Ka e o micro-ônibus que transportava o grupo de dança Bergfreunde.

Composto por integrantes com idades entre 16 e 42 anos, ele retornava de uma apresentação em Juiz de Fora, Minas Gerais, quando a tragédia aconteceu.

O micro-ônibus levava 20 pessoas no total e havia participado da 23ª edição da Deutsches Fest, antes de seguir para cidade natal. Onze membros do grupo de dança morreram. Entre os outros passageiros, três sofreram lesões graves, duas pessoas tiveram ferimentos leves e quatro saíram ilesas.

Fonte: Ministério Público do Espírito Santo (MPES).

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