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Cidades

1 milhão de comprimidos vendidos para combater o “mal do século” no ES

Insônia, considerada o “mal do século”, não para de crescer após pandemia, provocando aumento na procura por medicamentos


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Imagem ilustrativa da imagem 1 milhão de comprimidos vendidos para combater o “mal do século” no ES
Jéssica Polese explica que é importante os pacientes estarem cientes dos riscos dos remédios para dormir |  Foto: Fábio Nunes/ AT

Depois de um dia repleto de compromissos, nada melhor do que chegar em casa, relaxar um pouco e dormir sem muita dificuldade. Só que isso tem sido uma realidade distante para muitos pacientes.

O reflexo é percebido no dia a dia nos consultórios e nas farmácias, sobretudo na procura de ajuda para tratar da insônia, classificada como o “mal do século”, como destaca a presidente da Associação Brasileira do Sono, regional ES, Jéssica Polese.

No Estado, para combater a doença, cerca de um milhão de comprimidos foram vendidos em apenas seis meses.

O número não para de crescer desde a pandemia da covid-19, segundo médicos ouvidos pela reportagem, a exemplo da psiquiatra Francislainy Dal’Col e da pneumologista Roberta Couto, além do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Espírito Santo, Edson Daniel Marchior.

Os números são um recorte de um levantamento passado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que revela que em seis meses foram vendidos no País 31.363.540 comprimidos dos remédios que lideram no tratamento da insônia: Clonazepam, Diazepam e Zolpidem.

Você faz uso de algum medicamento para dormir?

“Depois da pandemia, a qualidade do sono piorou muito e temos números alarmantes de piora do sono. Esse número crescente está refletindo no aumento do uso da medicação para tratar a insônia, doença que está sendo considerada mal do século já que, de modo geral, ela também está associada à saúde mental”.

Jéssica Polese alerta sobre o uso de medicamentos de forma indiscriminada. Um dos efeitos colaterais do Zolpidem e de medicamentos dessa mesma “família” de remédios é o sonambulismo, ou “apagões” de memória.

Por isso, como ela destaca, é importante que os pacientes estejam cientes desse risco quando iniciam o consumo.

“O Zolpidem não é como os medicamentos que a pessoa ingere e após um tempo surge o efeito causando sono. A ação é mais rápida, então, para evitar que esses episódios aconteçam, a indicação é tomar o remédio quando já está na cama ou se deitar imediatamente em seguida. Caso o problema seja recorrente, o paciente deve procurar o médico para suspender o uso e buscar outro tratamento”.

Tire suas dúvidas

A insônia, o que é?

É caracterizada pela dificuldade de dormir ou conseguir manter um sono contínuo sem ser interrompido durante a noite.

Quais são as causas da insônia?

normalmente estão associadas a maus hábitos de sono, estresse, condições médicas como apneia do sono, síndrome das pernas inquietas, dor crônica, depressão, entre outras.

Quando devo procurar ajuda médica?

Caso a insônia persista por mais de três vezes por semana e por mais de três meses, o recomendável é consultar um médico especialista em sono. Isso pode evitar um problema crônico.

Mas a pneumologista e médica do sono Roberta Couto destaca que as medicações têm espaço, devem ser usadas com prescrição médica, mas só depois de trabalhar a parte comportamental do sono. Por exemplo, é preciso ajustar o sono, mostrando para o cérebro que cama é para dormir, deixando de lado as telas e outros hábitos.

Quais medicamentos são mais vendidos?

-No País

Clonazepam

1º semestre de 2023: 18.506.645.

Diazepam

1º semestre de 2023: 3.738.478.

Zolpidem

1º semestre de 2023: 9.118.417.

Total: 31.363.540, segundo dados da Anvisa.

- No Estado

Estima-se que cerca de 1 milhão de comprimidos foram vendidos no Estao no mesmo período.

Qual o perfil dos pacientes que tomam remédios?

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos no Estado, Edson Daniel Marchior, destaca que o problema é mais frequente a partir dos 40 anos.

Já a psiquiatra Francislainy Dal’Col diz que também já atendeu jovens entre 25 e 35 anos, a maioria do sexo feminino.

Há casos de alucinações?

Médicos entrevistados citaram exemplos por excesso do Zolpidem ou por não seguir as orientações médicas, como tomar o fármaco e dormir, entre os quais:

Uma paciente abriu a geladeira e separou todos os ingredientes para cozinhar. Só quando acordou no dia seguinte viu as coisas na cozinha.

Outra paciente desceu as escadas de casa e foi parar na piscina.

Casada, uma paciente entrou na casa do vizinho, deitou-se ao lado dele e traiu o marido.

Outros pacientes relatam alucinações, como vozes e perseguições.

Fonte: Anvisa e especialistas entrevistados.

Dormindo melhor

Imagem ilustrativa da imagem 1 milhão de comprimidos vendidos para combater o “mal do século” no ES
|  Foto: Leone Iglesias/AT - 16/05/2023

Há dois anos, o aposentado Janio Araújo, que tem 62 anos, teve que recorrer a remédios para garantir uma boa noite de sono.

“Peguei covid, fiquei nove dias internado e infelizmente nunca mais fui o mesmo. Sem aquelas noites de sono tranquilas, comecei a tomar Clonazepan, mas o meu médico trocou para Frisium 20 mg. Agora estou dormindo melhor, acordo melhor e não me dá efeitos colaterais”, disse Janio, que é coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Aposentados no Espírito Santo.

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