Massagem e MPB para tirar cavalos do tédio
Acupuntura, massagem e música, incluindo clássicos e MPB, estão entre as maneiras de evitar que estresse deixe animais doentes
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O tédio que aborrece tanto os humanos é um problema sentido também pelos cavalos. E pode provocar problemas de saúde devido ao estresse, como a aerofagia, que ocorre com a passagem do ar excessivo para o estômago, em vez dos pulmões.
Para não deixar os equinos entediados, uma das estratégias é oferecer tratamento VIP, com massagens e música. MPB e clássicos, como Mozart, são algumas das pedidas em propriedade em Alfredo Chaves, região serrana.
O empresário Gabriel Rodrigo Chagas Soares, de 39 anos, contou que o Expoente da Tropa Imperial, por exemplo, é um Mangalarga Marchador de 7 anos que compete em provas de desempenho. Segundo Gabriel, ele tem uma rotina de uma verdadeira estrela do esporte e já conquistou mais de 20 prêmios oficiais.
“Ele gosta de MPB, Mozart, recebe massagens e até acupuntura. Tudo isso para tirá-lo do tédio do confinamento das baias. Não bastasse isso, ele tem uma equipe de médicos veterinários, tratadores e peões que o montam nas provas”, disse ele.
Gabriel é dono de outros seis cavalos Mangalarga. Todos recebem cuidados para não se estressarem ou ficarem doentes. “Todos são tratados como verdadeiros astros. Comecei a comprar cavalos por esporte e hoje virou uma terapia. Além disso, consigo vender o material genético deles”.
Ruan Falcão, de 18 anos, é um dos tratadores do animal e garante que Expoente tem vida de rei.
“Ele corre no piquete três vezes por semana e sua alimentação é regrada entre feno e ração especial. Ele é um animal dócil, mas vira um monstro nas competições. Por causa dessa desenvoltura nas provas, precisa desses ‘mimos’”, revelou.
A médica veterinária Carla Bianchi, 38 anos, é terapeuta equina e explicou que a Universidade francesa de Caen fez pesquisa sobre o humor de cavalos atletas expostos à música clássica. “Quando os cavalos ouviram música clássica, eles mostraram menos estresse”.
Já para o veterinário Fábio Petri, 35, essa prática já acontecia com as vacas, mas agora tem sido adotada nos equinos. “No Estado é uma prática recente, mas que já é adotada em todo globo. Observamos que cavalos que ouvem música mostram aumento no desempenho nas disputas”.
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