Menos de 24 h após anúncio de R$ 4 bilhões, metrô do Recife para por falha elétrica
Um curto-circuito suspendeu a operação da Linha Centro no horário de pico nesta quarta-feira (17)
Menos de 24 horas após o Governo Federal anunciar um investimento histórico de R$ 4 bilhões para o metrô do Recife, o sistema voltou a colapsar. Na tarde desta quarta-feira (17), uma falha técnica na Linha Centro forçou a suspensão total das operações, deixando milhares de passageiros sem transporte no horário de maior movimento da capital pernambucana.
Segundo a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), o problema teve início às 17h10, quando um curto-circuito atingiu o pantógrafo — dispositivo que conecta o trem à rede elétrica — de uma composição que trafegava entre as estações Werneck e Jaboatão. O incidente causou a desenergização imediata da rede aérea.
Por questões de segurança, todas as estações da Linha Centro foram fechadas às 17h20. Imagens compartilhadas em redes sociais mostram passageiros caminhando pelos trilhos para abandonar os vagões. A CBTU informou que a complexidade do reparo é alta, uma vez que o equipamento danificado ficou preso à fiação, dificultando a remoção do trem. Até às 19h30 não havia previsão para a retomada do serviço. A Linha Sul segue operando sem alterações.
Contraste com investimentos
A nova paralisação expõe o estado crítico de sucateamento do sistema no exato momento em que se inicia uma transição na gestão. Nesta terça-feira (16), a União e o Governo de Pernambuco assinaram um Termo de Cooperação Técnica para transferir a operação do metrô para o Estado, passo que antecede uma concessão à iniciativa privada via Parceria Público-Privada (PPP).
O plano de investimentos detalhado pelo governo inclui:
Aporte de R$ 4 bilhões: Diluídos em cinco anos para requalificação total.
Frota: Compra de 18 novos trens e quatro VLTs.
Ações emergenciais: R$ 57 milhões previstos para 2026, focados em reformas de coberturas e segurança.
Cenário atual
O Metrô do Recife é um eixo vital para a mobilidade da Região Metropolitana, transportando diariamente entre 160 mil e 180 mil pessoas. O processo de transferência dos ativos, estruturado pelo BNDES, promete manter os direitos dos atuais trabalhadores, mas enfrenta o desafio imediato de lidar com uma infraestrutura que apresenta falhas sistêmicas quase diárias.
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