Controle mental com chip no cérebro? Entenda
A expectativa dos especialistas é de que chips no cérebro para controlar computadores se tornem comum daqui alguns anos
Controlar um computador com a força do pensamento pode parecer ficção científica ou algo sobrenatural, mas já está sendo possível com os avanços da tecnologia, ainda em situações de testes. Mas será que isso irá se popularizar?
A expectativa dos especialistas é de que chips no cérebro para controlar computadores se tornem comum daqui alguns anos, citando os testes feitos pela Neuralink, por exemplo.
A empresa fundada por Elon Musk desenvolve interfaces cérebro-computador (ICs), um sistema que capta e analisa sinais cerebrais, permitindo a capacidade de controlar dispositivos só com a força do pensamento.
Em janeiro do ano passado, o estadunidense Noland Arbaugh decidiu se tornar o primeiro a implantar um chip cerebral criado pela Neuralink.
São eletrodos inseridos no cérebro de pessoas paralisadas, permitindo que elas usem movimentos imaginados para enviar comandos de seus neurônios, por fio ou rádio, a um computador. Dessa forma, conseguem controlar um cursor na tela ou, em alguns casos, até produzir fala.
O próprio cofundador da Neuralink, Dongjin “DJ” Seo, disse que indivíduos saudáveis também poderão se submeter a implantes cerebrais em um futuro próximo.
Para o professor de Engenharia da Computação e especialista em Segurança da Informação Otávio Lube, essa área de atuação se intensificará, sendo plausível que se torne amplamente acessível nos próximos anos.
Além disso, a tecnologia pode se expandir para além do âmbito da reabilitação, beneficiando todos os usuários por meio de chips que permitam interações mais diretas com hardware e inteligência artificial.
“Obviamente, questões filosóficas e de segurança precisam ser consideradas, dado que estamos falando de uma simbiose entre humano e máquina. No entanto, antevejo a concretização dessa possibilidade”, avaliou.
O analista de suporte Marcio Felipe da Silva Correa acredita que utilização de chips no cérebro para controlar computadores se tornará algo comum futuramente.
“As empresas estão desenvolvendo equipamentos para controle através do cérebro. Na área da medicina, vai ajudar a fazer diagnósticos médicos e antecipar tratamentos ou prevenir problemas de saúde”, explicou.
Apostas na computação quântica
Criar medicamentos revolucionários, testar novos materiais para automóveis e simular como cenários de mercado podem afetar bancos — estas são apenas algumas das tarefas que poderiam levar meses ou anos para desenvolver, mesmo com os computadores mais avançados.
Mas e se esse tempo pudesse ser reduzido para minutos ou horas? Esta é a promessa da computação quântica, um campo que vem sendo estudado há décadas e tem atraído crescente interesse — e investimentos — tanto de gigantes da tecnologia quanto de startups.
No último dia 12, a IBM revelou seu novo processador experimental Loon e o chip quântico Nighthawk, capazes de realizar cálculos mais complexos que seus antecessores.
“A grande esperança é que um computador quântico possa simular qualquer tipo de experimento químico ou biológico que você faria em laboratório”, disse Anand Natarajan, professor de engenharia elétrica e ciências da computação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
Progresso
Os grandes projetos da neurotecnologia estão atualmente nas mãos das grandes empresas tecnológicas. O bilionário Elon Musk, criador da Tesla e da SpaceX, lançou em 2016 a empresa Neuralink, dedicada ao desenvolvimento de uma interface cérebro-máquina implantável.
A ideia é que, com uma cirurgia indolor, seja possível implantar fios muito finos (cerca de cinco micras de diâmetro) no córtex cerebral para obter e enviar informação.
Fundada nesse mesmo ano, a empresa Kernel dispõe do protótipo de uma interface cerebral não invasiva baseada em espectroscopia de infravermelho próximo. Mais especificamente, trata-se de um capacete chamativo (pelo menos até esse momento), capaz de identificar, por exemplo, os estados de ânimo.
Gigantes como Facebook e Google também estão desenvolvendo seus próprios projetos de neurotecnologia.
Cérebro e Inteligência Artificial
A união entre neurociência, tecnologia e Inteligência Artificial está tornando possível a comunicação direta entre o cérebro e dispositivos digitais. Essa integração abre novas fronteiras em tratamentos médicos, reabilitação e expansão das capacidades humanas.
As chamadas interfaces cérebro-computador evoluem rapidamente e já demonstram que pensamentos podem controlar máquinas com precisão crescente.
Além da medicina, há estudos que mostram que o chip neural pode ser utilizado para controle de máquinas industriais e veículos autônomos, interação direta com computadores e sistemas de realidade virtual, por exemplo.
Fonte: site BBC, Neuralink e Iberdrola.
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