Grande Recife sem metrô a partir da próxima segunda-feira (3)
Metroviários decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado desde a meia-noite do domingo (2)
 
	O Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) aprovou, em Assembleia Geral Extraordinária realizada na noite desta quinta-feira (30), a deflagração de greve por tempo indeterminado. A paralisação atingirá toda a operação do Metrô do Recife, segundo o Sindmetro, e terá início à meia-noite do próximo domingo (2), feriado de Finados.
Ainda segundo o sindicato, a decisão foi tomada após meses de negociações frustradas com o Governo Federal e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), gestora do sistema. Os metroviários reivindicam a liberação imediata de recursos para manutenção, modernização da frota e melhoria das condições de trabalho, citando a situação de sucateamento e o risco crescente à segurança de trabalhadores e dos cerca de 170 mil passageiros transportados diariamente.
“Não queremos paralisar por vontade própria, mas por necessidade. O metrô é patrimônio do povo pernambucano, e nossa luta é para que ele continue público, seguro e eficiente”, afirmou Luiz Soares, presidente do Sindmetro-PE, reforçando que a medida é essencial para garantir a segurança da população que depende do transporte sobre trilhos.
Privatização no centro do debate
O vice-presidente do Sindmetro-PE, Thiago Mendes, classifica o sucateamento do Metrô como uma estratégia política para justificar a privatização do sistema.
“A gente avalia que essa movimentação que fizemos vai garantir que possamos apresentar o outro lado da história — que façamos o debate a partir de outra perspectiva, uma perspectiva de classe, da classe trabalhadora, que tem uma outra visão: a de que privatizar não é a solução”, declarou Mendes, criticando as tentativas de uma "saída política" para a crise.
O sindicato cobra do Governo Federal o cumprimento da promessa de campanha de 2022 do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que assegurou que o Metrô do Recife não seria privatizado.
O Sindmetro-PE e a Fenametro (Federação Nacional dos Metroviários) têm alertado a população sobre as consequências de uma possível privatização, citando o caso de Belo Horizonte, onde a mudança resultou em aumento imediato de tarifas e demissões.
"O presidente precisa nos ouvir e suspender qualquer processo de privatização, garantindo recursos e diálogo para oferecer um metrô público, seguro e eficiente”, cobrou o presidente Luiz Soares.
O sindicato assegura que, durante a paralisação, equipes de plantão serão mantidas para garantir a segurança das instalações, e o diálogo será retomado caso haja uma proposta concreta de investimento e valorização do transporte metroviário.
 
		
		 
         
											
                                            
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