Operação no Rio: Veja como funciona scanner utilizado pelo MP para investigar dinâmica das mortes
RIO – O Ministério Público do Rio de Janeiro está utilizando uma tecnologia capaz de reconstruir digitalmente os corpos dos mortos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha contra traficantes do Comando Vermelho. A tecnologia registra com fidelidade todas as lesões externas do corpo, auxiliando o trabalho de investigação dos promotores.
O equipamento Eyes Cloud 3D é utilizado em conjunto com a plataforma Axon Evidence. Trata-se de uma tecnologia de escaneamento tridimensional de alta precisão.
O trabalho é realizado pela Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT/CI2), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), em cooperação entre os técnicos periciais e o perito legista.
 
	Os promotores e legislas registram fotos e vídeos dos corpos, carregam as imagens na plataforma Eyes Cloud 3, que gera um modelo 3D. Os modelos 3D são criados a partir de dez segundos de vídeo ou cinco fotos.
De acordo com a empresa, “para conseguir melhores resultados, é necessário ter vídeos e tirar fotografias suficientes para captar o objeto na sua totalidade e imagens de diferentes perspectivas”. “É essencial evitar luzes e sombras que possam causar distorção nas imagens utilizadas para criar o modelo 3D”, diz.
 
	Após a geração do modelo 3D, os dados são enviados para a plataforma Axon Evidence, utilizada para o gerenciamento e armazenamento de provas digitais. É uma ferramenta baseada em nuvem para armazenar, gerenciar, investigar e compartilhar evidências digitais. A ferramenta é criptografa e suporta uma grande quantidade de dados.
De acordo com o procurador-geral de Justiça, Antônio José Campos Moreira, a ferramenta ajudará a “compreender a dinâmica dos confrontos e para a produção de provas”.
“Tão logo fomos informados da operação, o MPRJ acionou todos os seus protocolos. Três peritos legistas e um promotor de Justiça estão acompanhando todas as necropsias no Instituto Médico-Legal, com o uso de um scanner de alta precisão que permite radiografias completas dos corpos, tecnologia essencial para compreender a dinâmica dos confrontos e para a produção de provas”, detalhou o PGJ.
Moreira também afirmou que o Ministério Público irá investigar as ações e acompanha o trabalho de reconhecimento dos corpos. “Temos o dever de apurar todos os fatos com rigor sem estabelecer premissas. O MP lamenta profundamente o número de mortes. Todas as mortes. Sobretudo, em especial, aos quatro policiais. Nosso problema não é mais de segurança pública, é de soberania", destacou.
 
		
		 
         
                                    
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