Os leões
De barbas a arrotos de ovelhas: uma viagem curiosa pelos impostos mais inusitados da história
 
	Dia desses, meditando sobre os impostos, fiz uma pequena pesquisa em meu banco de dados. Comecei voltando a 1718, ano no qual Pedro, o Grande, instituiu na Rússia o “IA” (“Imposto sobre a Alma”) - os russos tinham que pagar para ter uma.
Havia também o “IBB” (“Imposto sobre a Barba e Bigode”), o “IC” (“Imposto sobre Colmeias”), o “ISC” (“Imposto sobre Sela de Cavalos”), o “ICB” (“Imposto sobre Chapéus e Bonés”), o “IB” (“Imposto sobre Botas”), o “IP” (“Imposto sobre Porões”), o “ISC” (“Imposto sobre Chaminés”), o “IA” (“Imposto sobre Alimentos”), o “IR” (“Imposto sobre Roupas”), o “IH” (“Imposto sobre Homens”), o “IN” (“Imposto sobre Nascimentos”), o “IM” (“Imposto sobre Matrimônios”) e até um tal de “IE” (“Imposto sobre Enterros”).
Em 1795, na Inglaterra, o Primeiro-Ministro William Pitt não deixou por menos: instituiu o “IT” (“Imposto sobre o Talco”). Enquanto isso, nos EUA, legisladores de Maryland instituíram o “ID” (“Imposto sobre a Descarga”). Se você tem um vaso sanitário para dar descarga, considere-se desde já devedor de US$ 30. Ainda naquele país foi instituído no Arkansas o “ITB” (“Imposto sobre Tatuagens e Brincos”). Se você quer ser tatuado ou usar um brinco no nariz, trate de pagar 6% do preço desembolsado.
Mais uma dos EUA: o “IMCC” (“Imposto sobre Maconha, Crack e Cocaína”). É assim que, no Tennessee, traficantes devem pagar imposto sobre cada venda de maconha (US$ 3,50), cocaína (US$ 50) e crack (US$ 200). Como vender drogas é crime, os tributos podem ser pagos anonimamente através de selos emitidos pelo governo.
Curioso também é o “IB” (“Imposto sobre Biscoitos”), instituído em Nova York. Quem os leva para casa está isento. Mas quem ousa comê-los na padaria tem que pagar uns 9 centavos de imposto.
Na Alemanha, Áustria e Suíça descobri um tal de “IO” (“Imposto sobre Oração”). Assim, quem quer frequentar uma igreja tem que pagar imposto. Em caso de sonegação o fiel é proibido de frequentar os cultos.
Em Colônia, na Alemanha, quem entrou na mira dos coletores foram as prostitutas. Criou-se, lá, o “IS” (“Imposto sobre Sexo”). Idêntico imposto existe na Dinamarca, país no qual uma prostituta conseguiu, na justiça, ver restituído o valor gasto em um implante de silicone nos seios, por ela chamado de “investimento empresarial”.
Na Romênia existe um tal de “IB” (“Imposto sobre Bruxaria”). Se você for uma bruxa, deverá pagar a cada ano 16% do que arrecadou com os seus feitiços.
Um outro imposto interessante que descobri é cobrado lá na Nova Zelândia, e chama-se “IAO” (“Imposto sobre Arroto de Ovelhas”). Segundo o governo, as ovelhas arrotam muito e acabam contribuindo para a geração do “efeito estufa”.
Talvez seja por conta desta tão grande voracidade fiscal que um francês acabou perdendo o controle e mordendo a perna de um coletor de impostos. Isto aconteceu lá na cidade de Dunquerque. Pois é. Ele não compreendeu aquela sábia frase de Benjamim Franklin, segundo quem “não há nada tão certo neste mundo como a morte e os impostos”.
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