Ninguém recua
Folha de São Paulo
As prisões, buscas e bloqueios de contas autorizados pelo ministro do STF Alexandre de Moraes e cumpridos às vésperas do 7 de Setembro mostram como os atos convocados por Jair Bolsonaro vão ocorrer no momento de maior tensão entre os Poderes.
As medidas indicam que as investigações que envolvem o presidente e seus apoiadores não dão sinais de retrocesso e devem gerar mais crises com o STF em caso de sucesso ou fracasso dos atos bolsonaristas convocados para hoje.
Origem
As prisões de um professor e de um PM por atacar Moraes, o bloqueio de saques nas contas da Associação Nacional dos Produtores de Soja e a busca na casa de um prefeito do Rio Grande do Sul realizadas nos últimos dias foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República e fazem parte da apuração que mira Sérgio Reis e organizadores dos atos.
Lista
Bolsonaro não é alvo deste caso, mas está na mira da PF em dois inquéritos, um eleitoral e outro criminal, sobre a realização da live em 29 de julho em que atacou sem provas as urnas, e também nas investigações sobre fake news e atos antidemocráticos.
Reação
A Comissão Dom Paulo Evaristo Arns afirmou em nota divulgada ontem que cidadãos e entidades devem levantar a voz contra os ataques às instituições nos atos bolsonaristas de raiz golpista do 7 de Setembro.
Limite
“Ir às ruas para pregar a violência, o uso de armas, o fechamento do Parlamento e do STF, a intervenção das Forças Armadas e a rebelião nas polícias militares, a destituição de autoridades, a provocação e ofensa aos contrários, enfim, fazer a apologia da intolerância raivosa, não pode ser tolerado”, diz a nota.
Turba
Por sua vez, o grupo Prerrogativas, formado por advogados e outros profissionais do direito, elaborou texto em que pede união pela preservação das instituições democráticas, que estão sendo “desafiadas de modo criminoso por uma horda de extremistas.”
Aliado
Na nota, o grupo destaca mensagem publicada por Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo Bolsonaro na Câmara, que escreveu que estava indo para Brasília para “autorizar o presidente Bolsonaro” a liderar “patriótica missão”.
Como é
O Prerrogativas diz que ele “sinaliza uma transgressão de índole autoritária” e terá de responder por isso às instâncias éticas pertinentes.
No meio
Em vídeo gravado por ocasião do 7 de Setembro, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), fala em colocar o Brasil de volta no centro, para além das polarizações políticas.
Cordão
O tucano, que tenta se viabilizar como candidato presidencial do PSDB, cita o petista Chico Buarque e o bolsonarista Sérgio Reis na peça, que foi elaborada pelo publicitário Nizan Guanaes e produzida por Paulo Dantas.
Leite defende que se veja que Buarque e Reis são “duas belezas musicais, e não só duas escolhas políticas.”
Ano
Um dos principais organizadores do ato de 12 de setembro pelo impeachment de Jair Bolsonaro, o MBL decidiu usar o branco como cor símbolo na manifestação. A ideia é procurar um tom que fuja do vermelho da esquerda e do verde-amarelo dos apoiadores do presidente.
…novo
Em atos anteriores de que participava, o movimento usava amarelo, mas desde então busca marcar diferença com o bolsonarismo.
Safári
O cancelamento da viagem de Donald Trump Jr. ao Brasil para a conferência conservadora Cpac, por problemas com seu voo, frustrou o desejo do filho do ex-presidente dos Estados Unidos de tirar uns dias de folga no País. Ele tinha planos de caçar.
Precisa
Em nota técnica, a Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) apontou problemas e pediu mudanças profundas no projeto de lei contra ações terroristas, do deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO), em tramitação na Câmara.
…melhorar
A ANPR avalia que o projeto abre espaço para a concentração de poderes nas mãos do Presidente, para a disseminação de uma atuação violenta por parte de agentes públicos e para a perseguição a movimentos sociais e defensores dos direitos humanos.
Tiroteio
“Do jeito como foi sancionada por Bolsonaro, a lei que liberaria patentes para a covid-19 liga nada a lugar nenhum”
De Pedro Villardi, coordenador do Grupo de Trabalho em Propriedade Intelectual, sobre sanção de lei que autoriza quebra de patentes
SUGERIMOS PARA VOCÊ:
Painel,por Folha de São Paulo