Ultrassom é aliado para detectar câncer de mama
Assim como a mamografia, exame é fundamental para o diagnóstico precoce da doença, o que pode aumentar as chances de cura em até 95%
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O câncer de mama é uma das principais causas de morte por tumor em mulheres no mundo. São esperados 74 mil casos novos por ano até 2025. No Espírito Santo, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), foram registradas, somente de janeiro a agosto deste ano, 237 mortes de mulheres devido à doença.
No entanto, quando o câncer é detectado precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%, segundo especialistas. O exame de mamografia é o principal aliado ao diagnóstico precoce, mas o ultrassom de mama também tem sido indicado como auxiliar complementar a esse diagnóstico.
No entanto, quando o câncer é detectado precocemente, as chances de cura podem chegar a 95%, segundo especialistas. O exame de mamografia é o principal aliado ao diagnóstico precoce, mas o ultrassom de mama também tem sido indicado como auxiliar complementar a esse diagnóstico.
“Além da mamografia, é comum a solicitação de ultrassonografia para complementar o diagnóstico. Mas, em casos específicos, esses exames podem não ser suficientes. Para mulheres com fatores de risco mais elevados, a ressonância magnética é recomendada, sendo indicada principalmente para pacientes de alto risco”, explica a médica Cristina Stefanon.
A mamografia, de acordo com a médica, é o único método de triagem que comprovadamente reduz a mortalidade por câncer de mama em cerca de 30%, de acordo com critérios estatísticos.
“No entanto, o desempenho desse exame é diretamente influenciado pela densidade da mama. Quando ela é extremamente densa, a eficácia da mamografia pode cair para entre 40% e 50%. Mulheres mais jovens tendem a ter mamas mais densas, devido à maior quantidade de glândulas. Com o envelhecimento, especialmente após a menopausa, há uma redução da densidade mamária, pois a quantidade de glândulas diminui e há um aumento de gordura”, explica a especialista.
O oncologista Fernando Zamprogno, coordenador da Oncologia da Rede Meridional, explica que a mamografia mostra calcificações, enquanto o ultrassom identifica nódulos. “Quando as duas técnicas são associadas, aumentamos a chance de detectar o câncer precocemente”, frisou.
“Fazia esses exames todo ano. Precisei fazer cirurgia, onde retirei um quadrante, e radioterapia. Hoje, tomo uma medicação que é um bloqueador hormonal. O fato de ter detectado o tumor cedo fez bastante diferença”.
Fique por dentro
Câncer de mama
No Espírito Santo, no ano passado, segundo dados do Painel Oncologia do DataSUS, foram registrados 1.482 novos casos de câncer de mama. Já de janeiro a setembro deste ano, foram contabilizados 740 casos desse tipo de tumor.
Mamografia
É a principal aliada no diagnóstico precoce do câncer de mama, doença que é uma das principais causas de morte em mulheres. Isso porque o exame revela a presença de tumores malignos em estágios ainda assintomáticos — o que agiliza o início do tratamento e favorece o prognóstico.
Indicação
O exame de rastreamento é indicado para mulheres com idades entre 50 e 69 anos — a chamada população-alvo, de acordo com o Ministério da Saúde. Mas muitas sociedades médicas preconizam o rastreamento anual a partir dos 40 anos de idade.
Ultrassonografia
É indicada para o diagnóstico e acompanhamento de diversas doenças mamárias. Entre elas, inclui-se o câncer de mama, o que, porém, não substitui a mamografia.
Indicação
Indicada para pacientes com mamas densas, assim como de maneira complementar a mamografias inconclusivas, ajudando a diferenciar cistos e tumores sólidos.
Fonte: Sesa e Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica.
O que dizem os médicos
Exames diferentes
“O que mais procuramos na mamografia é calcificação, que o ultrassom não mostra. O ultrassom vai mostrar somente nódulos. Por meio da mamografia, podemos identificar situações que ainda não viraram nódulos, mas que estão tendo calcificações agrupadas. Por isso, a técnica é tão importante. O que buscamos com a mamografia é diferente do que buscamos com o ultrassom. Esses exames se complementam, mas são distintos”.
- Fernando Zamprogno, oncologista
Rastreamento
“O rastreamento de câncer de mama deve começar aos 40 anos. Antes disso, fazemos rastreamento se tiver alguma alteração ou se essa mulher tiver histórico de câncer na família. Por exemplo, dor na mama, alteração de coloração e no aspecto da mama, abaixo dos 40, pedimos um ultrassom para investigar. Importante falar que, a partir do momento que a doença é diagnosticada pelo autoexame, ela está localmente avançada. Por isso, é importante a mamografia”.
- Juliana Alvarenga, oncologista
Cuidado redobrado
“O ultrassom deve ser feito em pacientes jovens, pois a mama costuma ser muito densa. A ultrassonografia é associada à mamografia quando as mamas são densas ou com nódulos, principalmente os classificados Birads 3 — esses necessitam de controle ultrassonográfico semestral. O ultrassom deve ser feito como exame de escolha antes dos 40 anos e após, como complemento da mamografia, nas mamas densas ou quando há nódulos ou assimetria”.
- Marta Martinelli, médica
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