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Saúde

Saúde mental: não há apenas uma causa para a doença

Fatores biológicos e sociais podem influenciar no desenvolvimento do transtorno depressivo


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Imagem ilustrativa da imagem Saúde mental: não há apenas uma causa para a doença
Ana Cláudia Alves: “A corrida é essencial para a minha saúde mental” |  Foto: Aline Couto

“Por que você tem depressão?”. Esta é uma das perguntas mais comuns feitas a pessoas diagnosticadas com o transtorno depressivo.

A falta de um único indicador para a resposta, no entanto, nem sempre atende às expectativas de quem a faz. Médicos explicam que a depressão é uma doença crônica, complexa e causada por diversos fatores.

Além do desequilíbrio hormonal e da predisposição genética, outros fatores biológicos, psicológicos e sociais influenciam para que a pessoa tenha o transtorno depressivo, aponta a médica psiquiatra da Rede Meridional Fernanda Santório.

“Embora fatores biológicos, como neurotransmissores e hormônios, desempenhem papel significativo, os aspectos psicológicos, sociais e ambientais também são cruciais. Traumas, estresse, histórico familiar de depressão e situações de vida desafiadoras podem contribuir para o desenvolvimento da doença”.

Para realizar o tratamento do transtorno depressivo e alcançar a remissão dos sintomas, é necessário adotar uma abordagem multidisciplinar em saúde, com mudanças para tornar o estilo de vida mais saudável, além dos medicamentos, explica a médica.

Ela alerta, contudo, sobre os perigos do mau uso dos remédios.

“O mau uso de medicamentos pode ter consequências graves para a saúde mental e até agravar os sintomas da depressão ou da ansiedade”, diz Fernanda Santório.

Embora não haja uma cura para a depressão, o objetivo do tratamento é que o paciente entre em remissão dos sintomas e, assim, possa viver com qualidade, explica o médico psiquiatra da Unimed Gilson Giubert Filho.

“Existe tratamento e remissão dos sintomas. Porém, não há garantias de que a pessoa não vá deprimir mais à frente. Com a remissão dos sintomas, a pessoa passa a viver bem e a seguir uma rotina funcional”.

Há cerca de nove anos, após perder a mãe, a auxiliar administrativo Ana Cláudia Alves, de 36 anos, foi diagnosticada com depressão e síndrome do pânico. Ao longo desse tempo, ela adotou um tratamento multiprofissional, compreendeu como lidar com a doença e descobriu duas práticas que fazem a diferença no dia a dia: a psicoterapia e os exercícios físicos.

Hoje, Ana Cláudia vive sem os sintomas da doença e encontrou um estilo de vida que a fez ter uma rotina funcional e saudável. “A depressão não tem cura, mas há formas de atenuar os sintomas e viver com qualidade. A corrida é essencial para a minha saúde mental, por exemplo. Digo que, na verdade, a corrida me salvou”.

Tristeza

A tristeza é um sentimento comum, que atravessa a vida de todas as pessoas, mas não permanece de forma prolongada. Além disso, a pessoa triste tende a reagir positivamente a estímulos agradáveis. A tristeza “comum” é, então, um sentimento passageiro, que faz parte da vida de qualquer pessoa.

Geralmente, a tristeza comum não causa perda ou aumento de apetite, dores físicas e insônia. Quando causa, os sintomas não são permanentes. Se os sintomas passarem de 30 dias, a indicação é procurar atendimento médico.

A tristeza não influencia, de forma duradoura, na capacidade de tomar decisões.

A ideação suicida é rara em pessoas que sentem apenas tristeza.

Depressão

A depressão é uma doença psiquiátrica crônica que provoca alteração do humor, tristeza profunda, baixa autoestima e desesperança. De acordo com a Organização da Saúde (OMS), para o diagnóstico do transtorno depressivo, os sintomas devem durar, pelo menos, 30 dias.

O transtorno depressivo desregula o apetite, o sono, o humor e o bem-estar físico. Geralmente, pessoas depressivas tendem a ter aumento ou perda de apetite, insônia e dores físicas diversas.

Pessoas deprimidas tendem a ter dificuldade para tomar decisões, mesmo as mais simples.

A ideação suicida é frequente em pessoas deprimidas.


Tira-dúvidas

- É normal sentir efeitos colaterais?

“Os efeitos colaterais dos antidepressivos são relativamente comuns e podem variar dependendo do medicamento e da pessoa.

Nos primeiros dias ou semanas de tratamento, é normal sentir náuseas, dores de cabeça, insônia, fadiga e boca seca. Esses sintomas geralmente diminuem à medida que o corpo se ajusta ao medicamento.

No entanto, se os efeitos colaterais forem graves ou persistirem por muito tempo, é crucial consultar um médico para avaliar a necessidade de ajustar a dosagem ou trocar de medicação”.

- Qual é a importância de um tratamento multidisciplinar para a depressão?

“O tratamento da depressão deve ser multidisciplinar. A depressão acomete a vida do paciente em todos os setores, como pessoal, financeiro, social, profissional e autocuidado.

Combinar diferentes abordagens, como medicação, psicoterapia, mudanças no estilo de vida e suporte social, oferece um tratamento mais completo e personalizado. Profissionais de diversas áreas, incluindo psiquiatras, psicólogos, nutricionistas e terapeutas ocupacionais podem colaborar para fornecer suporte abrangente ao paciente”.

- O mau uso de remédios pode piorar a saúde mental?

“Sim, o mau uso de medicamentos pode ter consequências graves para a saúde mental. Tomar antidepressivos sem indicação médica, ou com um diagnóstico precipitado, pode levar a efeitos colaterais indesejados e até agravar os sintomas de depressão ou ansiedade”.

Fernanda Santório, médica psiquiatra da Rede Meridional

- As causas da depressão se restringem ao desequilíbrio hormonal?

“Não. As causas da depressão são multifatoriais e não se restringem apenas ao desequilíbrio hormonal. Embora fatores biológicos, como neurotransmissores e hormônios, desempenhem um papel significativo, aspectos psicológicos, sociais e ambientais também são cruciais. Traumas, estresse, histórico familiar de depressão e situações de vida desafiadoras podem contribuir para o desenvolvimento da doença”.

- Existe cura para o transtorno depressivo?

“Existe tratamento e remissão dos sintomas. Porém, não há garantias de que a pessoa não vá deprimir mais à frente.

Para diminuir ao máximo a possibilidade de retorno dos sintomas, além de fazer o tratamento medicamentoso corretamente, a psicoterapia é fundamental para o maior autoconhecimento”.

Gilson Giubert Filho, psiquiatra da Unimed Vitória

- Há tipos de depressão? Quais são?

“Sim, há vários tipos de depressão, desde graus leve, moderado e grave a transtornos depressivos associados a outras patologias, como o Transtorno Afetivo Bipolar e o Transtorno Borderline.

A depressão está em vários quadros clínicos e, também, é um sintoma ligado a outras doenças. Dependendo do tipo, muda a medicação e a abordagem do tratamento, por exemplo.

Paciente precisa ter definido o que acontece com ele. Quando a pessoa não sabe exatamente o que tem, é como se o problema não tivesse uma materialidade”.

- Qualquer pessoa pode ter depressão?

“Sim, qualquer pessoa está vulnerável a ter depressão. Contudo, as pessoas com melhor qualidade de vida e com boa rede de apoio, que incluem a família e os amigos, por exemplo, tendem a ser menos sensíveis à depressão.

O estilo de vida contemporâneo promove muitos riscos. Vivemos uma vida atribulada, com superexposição ao excesso de informação e à desinformação, com excesso de atividades no dia a dia e a solidão afetiva cada vez mais comum.

Além disso, os atuais modelos de trabalho também contribuem para a conjuntura de vulnerabilidade à depressão”.

- A partir de que idade é permitido tomar medicamento para o tratamento da depressão?

“Excluindo casos graves, recomendo o tratamento medicamentoso somente a partir da adolescência, quando já tenha sido tentado anteriormente a psicoterapia individual e a familiar.

A medicação não deve ser banalizada. Na infância, as crianças estão em período de formação da personalidade. É possível tentar resolver com a psicoterapia, sem a necessidade de intervenção medicamentosa”.

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