Os sinais que indicam quando que o câncer de pele é mais agressivo
Pintas assimétricas, com bordas elevadas e irregulares e uma cor enegrecida precisam de atenção, explicam os médicos
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Destaque na campanha de conscientização Junho Preto, o melanoma é a forma mais grave do câncer de pele.
Em 2020, por exemplo, foram diagnosticados 325 mil novos casos de melanoma ao redor do mundo, com 57 mil mortes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tendo conhecimento sobre a letalidade do quadro, você saberia identificar se possui uma lesão cancerígena? Glaucio Bertollo, oncologista e coordenador da Pesquisa Clínica do Hospital Santa Rita, afirmou que existe a regra “ABCDE”.
“A é de assimetria, quando a pinta não é redondinha. B é de bordas elevadas e irregulares. C, de cor: lesões que tenham mais de uma cor que sejam muito enegrecidas, precisam de atenção. D é para diâmetro, alertando para lesões maiores que 6 milímetros ou que estão crescendo. E é para evolução, com lesões que estão evoluindo e mudando a característica”.
A dermatologista Karina Mazzini também fez o alerta. “Se o paciente tem uma lesão negra e observa que está crescendo, que às vezes descama e pode sangrar, e que às vezes pode ter alguma pintinha como se fosse um satélite (Terra e a Lua), por exemplo, a gente precisa fazer um bom exame”.
É válido pontuar que o câncer melanoma pode ocorrer em qualquer local do corpo e, segundo Cintia Givigi, oncologista clínica do Hospital Santa Rita, identificá-lo em áreas como couro cabeludo e regiões íntimas acaba sendo um desafio.
Ela, no entanto, destacou que existe um exame chamado dermatoscopia digital, feito por um dermatologista especializado, em que todas as pintas do corpo são avaliadas, o que permite o diagnóstico preciso.
De acordo com a médica, é fundamental observar bem o corpo, e se notar alguma anormalidade, procurar um dermatologista. Ela destacou que existem grupos de risco que devem ter um cuidado redobrado: aqueles com histórico do problema na família; com muitas lesões, pintas; pele clara; com exposição frequente ao sol; e com queimaduras solares na infância.
“A letalidade é elevada se não for tratado precocemente. Quando é diagnosticado de forma inicial, tem grandes chances de cura, acima de 90%. A doença avança, a taxa de sobrevida diminui e exige mais tratamento”, finalizou.
FIQUE POR DENTRO
Câncer de pele melanoma
O que é
O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos, que são as células produtoras de melanina. Pode aparecer em qualquer parte do corpo na forma de manchas, pintas ou sinais.
É uma doença com um grande potencial de crescimento rápido e disseminação, que é fazer metástase em outros órgãos como pulmão, fígado, ossos e cérebro.
Grupos de risco
Pessoas com histórico do problema na família; com muitas lesões, pintas; pele clara; com exposição frequente ao sol e com queimaduras solares na infância.
Em pessoas de pele negra, o câncer melanoma é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e sola dos pés.
Glaucio Bertollo afirmou que melanoma pode acontecer em qualquer idade, sendo mais comum a partir dos 25.
A maioria dos casos ocorre entre os 25 - 60 anos, ele afirmou. Mas pode acontecer em pacientes jovens, crianças e idosos.
Como identificar
A regra ABCDE indica alguns sinais que podem apontar o câncer de pele melanoma. Atente-se se sua lesão seja assim:
A – Assimetria: Metade da pinta não corresponde à outra, diferente das pintas comuns, que são simétricas. Elas não são redondas.
B – Bordas irregulares: Bordas elevadas, chanfradas ou com sulcos, ao contrário das bordas lisas das pintas benignas.
C – Cor variada: Presença de múltiplas cores, como diferentes tons de marrom, vermelho, preto, azul ou branco.
D – Diâmetro: Lesões maiores que 6 milímetros são preocupantes, embora melanomas menores possam ser detectados também.
E – Evolução: Alterações no tamanho, forma, cor ou surgimento de sintomas como coceira e sangramento.
Prevenção
Evitar exposição solar, principalmente aquela exposição intensa.
Evitar bronzeamentos artificiais.
Pessoas de grupo de risco devem ir periodicamente a um dermatologista para avaliação.
Usar protetor solar de maneira regular.
Fazer um autoexame. Se surgir qualquer lesão, procurar o dermatologista o mais rápido possível.
É importante estar atento em todos os locais do corpo, como embaixo das unhas, por exemplo. E toda mancha escura na palma das mãos e planta dos pés são sugestivas de melanoma.
Tratamento
Se a pessoa tem um câncer de pele melanoma, o tratamento se consiste na retirada da lesão.
Há casos em que após a retirada da pinta é necessária a realização da pesquisa de linfonodo sentinela e realizar imunoterapia adjuvante à cirurgia, segundo explicaram os especialistas.
Dados
A dermatologista Karina Mazzini informou que 30% dos cânceres que acontecem no Brasil são de pele e, desta estatística, 3% são melanoma.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), no mundo, a previsão é de, no comparativo entre 2020 e 2040, o número de casos anuais de câncer de pele melanoma salte de 325 mil para 510 mil (aumento de 57%) e o número de mortes suba de 57 mil para 96 mil respectivamente (aumento de 70%).
Fonte: Pesquisa A Tribuna e especialistas consultados.
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