Médicos explicam quando o câncer pode voltar
A recidiva é mais comum nos dois primeiros anos após o término do tratamento, como no caso de Preta Gil, dizem especialistas
Escute essa reportagem
A cantora Preta Gil, 50, usou as redes sociais, no último domingo (25), para revelar que o câncer, diagnosticado inicialmente no intestino em 2023, voltou em quatro partes diferentes do corpo.
Ela contou que tem dois linfonodos, uma metástase, que fica no peritônio, e uma lesão no ureter. Segundo médicos, casos de recidiva, quando o câncer volta a ser detectado, são muito comuns.
“Qualquer câncer invasivo, mesmo em estágio inicial, pode voltar. Avaliamos esse risco conforme as características do tumor inicial, como tamanho, grau de multiplicação e presença de linfonodos positivos, por exemplo”, explica a oncologista Carla Loss.
Não existe um período exato para que a doença reapareça, mas é mais comum nos dois primeiros anos após o término do tratamento. Preta Gil havia finalizado o dela em dezembro de 2023.
“Quanto mais tempo passa após o término do tratamento inicial e o paciente permanece sem sinais de recidiva da doença, menores são as chances dela ocorrer”.
A volta da doença pode acontecer basicamente de três maneiras: na mesma parte do corpo (recidiva local), perto de onde o câncer primário estava localizado (recidiva regional) e em outra parte do corpo (recidiva à distância).
“No caso da Preta Gil, como a doença iniciou no reto, porém, já tinha um acometimento linfonodal, o risco de espalhar é maior e pode ocorrer em órgãos ao redor como peritônio, linfonodo e pelve. Como há uma disseminação por via linfática ou sanguínea, a doença também pode se espalhar para órgãos a distância, como pulmão e fígado”.
A cantora detectou a recidiva após exames de rotina. Por isso, é importante que o paciente faça acompanhamento médico regular e exames periódicos, além de buscar uma vida mais saudável. “Deve-se abandonar hábitos que levam ao câncer”, afirma o oncologista Fernando Zamprogno.
E quando é possível afirmar que o paciente está livre da doença? “Dizemos comumente que, após cinco anos desde o acompanhamento, a chance da doença voltar é muito pequena e o paciente está curado. Antes disso, dizemos que o paciente está em remissão, ou seja, sem evidência de doença”, diz.
Fique por dentro
Quimioterapia e infecção generalizada
- Histórico de Preta Gil
A cantora Preta Gil foi diagnosticada com câncer colorretal em janeiro de 2023.
No quinto ciclo da quimioterapia, em abril daquele ano, ela teve uma sepse e foi parar na UTI. A sepse é um quadro de infecção generalizada provocada por vírus, fungo ou bactéria, que compromete o funcionamento do organismo como um todo.
A bactéria que causou a sepse na cantora provocou pneumonia e pancreatite. O tratamento contra o câncer, nesse meio tempo, foi pausado e, depois, retomado em São Paulo, com outra equipe médica.
Em São Paulo, Preta fez quimioterapia oral, sessões de radioterapia e também uma cirurgia, em agosto de 2023.
Depois da operação, usou, por três meses, uma bolsa de ileostomia, por onde saíam as fezes. No fim de novembro, ela foi novamente operada, desta vez para a retirada da bolsa.
Em dezembro de 2023, ela anunciou o fim do tratamento após um procedimento para reconstrução de parte do trato intestinal.
No último domingo, pouco mais de duas semanas após completar 50 anos, ela voltou às redes sociais para falar sobre retomada do tratamento contra o câncer.
A doença foi constatada em quatro locais do corpo: dois linfonodos, uma metástase no peritônio e um nódulo no ureter. O câncer reapareceu durante a remissão, período de cinco anos onde a doença pode voltar.
Preta foi internada no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde fez sessões de quimioterapia e recebeu ontem sua primeira alta.
Comentários