Médicos explicam doença que fez Marrone ser operado às pressas
Glaucoma pode afetar 2,5 milhões de pessoas com mais de 40 anos, em todo País. Quase 70% desse total não sabe da doença
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O cantor Marrone, de 58 anos, que faz dupla com Bruno, 55, precisou passar por uma cirurgia de emergência ao ser diagnosticado com estágio avançado de glaucoma nos dois olhos, enquanto realizava um exame de rotina. O artista teve alta na última segunda-feira (17).
Assim como o astro sertanejo, muitos brasileiros são vítimas da doença, que é silenciosa e pode levar à cegueira. Segundo a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), a enfermidade pode afetar até 2,5 milhões de pessoas, com mais de 40 anos, no País. E o pior: quase 70% desse total não sabe.
A fim de levar informações sobre a saúde dos olhos para os leitores, A Tribuna entrevistou especialistas, que falaram sobre os principais sintomas e tratamentos para a doença.
A oftalmologista Karla Campana explicou que o glaucoma é uma neuropatia que acomete o nervo óptico, responsável pela condução da visão dos olhos até o cérebro.
De acordo com a profissional, o principal fator de risco é a pressão intraocular elevada, que leva à lesão do nervo.
“Outros fatores são história familiar, miopia, diabetes, idade avançada e uso de medicamentos que podem elevar a pressão intraocular”, explicou.
É interessante pontuar que há vários tipos da doença. O glaucoma de ângulo aberto corresponde a aproximadamente 80% dos casos e afeta mais pessoas depois dos 40 anos.
“Esse é o tipo mais comum e, geralmente, é silencioso, levando a baixa da visão e perda do campo visual apenas em casos avançados”, comentou.
Como a doença é silenciosa em fases iniciais, a oftalmologista Liliana Nóbrega Cordeiro afirmou que o ideal é a pessoa fazer exames de rotina com um oftalmologista anualmente.
“Se o diagnóstico é feito antes, é possível manter o tratamento do paciente ao longo de sua vida e preservar a visão dele. Caso contrário, se não houver tratamento, a pessoa pode ficar completamente cega e nem com transplante há a volta da visão”.
Por fim, o médico oftalmologista Raphael Barbosa de Moraes explicou que o tratamento para o glaucoma tem como objetivo reduzir a pressão ocular por meio do uso de colírios hipotensores, aplicação de alguns tipos de laser ou até mesmo cirurgias, dependendo da gravidade.
Fique por dentro
Glaucoma
É uma neuropatia que acomete o nervo óptico, o qual é o responsável pela condução da visão dos olhos até o cérebro.
Karla Campana, médica oftalmologista, disse que o principal fator de risco é a pressão intraocular elevada, que leva à lesão do nervo.
História familiar, miopia, diabetes, idade avançada e uso de medicamentos que podem elevar a pressão intraocular são outros fatores de risco existentes.
Não há cura para a doença, apenas tratamento. Se não for tratada, pode levar à cegueira.
Tipos
Karla Campana explicou sobre os principais tipos da doença.
Glaucoma de ângulo aberto
Corresponde a aproximadamente 80% dos casos e acomete mais pessoas, após os 40 anos. Esse é o tipo mais comum e, geralmente, é silencioso, levando a baixa da visão e perda do campo visual apenas em casos avançados. A única forma de preveni-lo é com acompanhamento de rotina.
Glaucoma agudo ou de ângulo fechado
Ocorre um aumento súbito da pressão com dor ocular intensa e crises de vômitos. Esse glaucoma é causado por uma condição anatômica do olho e pode ser prevenido se seu risco for diagnosticado e devidamente tratado.
Glaucoma congênito
É uma doença rara e atinge o bebê desde o nascimento até os 3 anos de idade e, geralmente, se caracteriza por sensibilidade à luz, lacrimejamento, globo ocular aumentado e córnea grande e opacificada. Ocorre devido a uma má formação ocular.
Glaucomas secundários
Eles são decorrentes de outras doenças ou fatores externos que levam a aumento da pressão ocular, como cirurgias oculares, cataratas avançadas, trauma, uveíte, tumores e uso indiscriminado de corticoide.
Tratamento
De acordo com o médico oftalmologista Raphael Barbosa , o tratamento para o glaucoma tem como objetivo reduzir a pressão ocular através do uso de colírios hipotensores, aplicação de alguns tipos de laser ou até mesmo cirurgias, dependendo do tipo e gravidade da condição.
A médica oftalmologista Liliana Nóbrega afirmou que, como a maioria dos casos são assintomáticos em fase inicial, é muito importante fazer a visita ao oftalmologista anualmente. Lá, o profissional mede a pressão intraocular e faz o exame de fundo do olho para ver se o paciente tem sinais que pode vir a desenvolver o glaucoma. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, melhor.
Fonte: Médicos consultados.
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