Caminhar 7.500 passos por dia ajuda a controlar asma
Segundo especialistas, as atividades aeróbicas acabam contribuindo diretamente no controle dos principais sintomas da doença
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Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a Universidade de Londrina (UEL), no Paraná, pode abrir um novo caminho para o tratamento clínico da asma.
Isto porque, segundo a pesquisa, o ato de caminhar pelo menos 7.500 passos por dia — o equivalente a andar cerca de 30 minutos ou percorrer aproximadamente 4 km — contribui para o controle de quadros moderados ou severos em adultos, em complemento ao tratamento com medicamentos.
Segundo especialistas, a atividade aeróbica é recomendada para indivíduos com ou sem comorbidades. No entanto, no caso da asma, há benefícios que contribuem diretamente no controle dos principais sintomas decorrentes da doença, até mesmo para aqueles que possuem um quadro desencadeado por esforço físico.
“Os exercícios físicos, como a caminhada, fortalecem a musculatura torácica e abdominal, o que traz mais eficiência nos movimentos respiratórios”, diz a alergista e imunologista Larissa Perim.
“Além disso, também há aumento na capacidade pulmonar, na função cardiovascular e também melhorias em relação ao peso e inflamação corporal, que está relacionado ao surgimento da asma e a gravidade do quadro. É possível o controle e realizar o exercício com segurança, desde que corretamente medicado”, completa.
A recomendação, porém, é pessoas com asma realizem exercício físico sob orientação de médicos especialistas.
“É importante que a pessoa com asma sempre esteja acompanhada de um especialista, onde irá ser orientada quanto a atividade física e a necessidade de medicação”, afirma a pneumologista Carla de Castro Bulian.
De acordo com a médica, a caminhada, assim como outros exercícios aeróbicos, também libera substâncias que geram bem-estar.
“Pacientes que fazem exercícios observam melhora na ansiedade, no humor e na fadiga”, pontua.
Com a melhora dos sintomas e o controle do quadro, é possível que pacientes com asma passem a realizar, até mesmo, exercícios de maior intensidade.
“Além da atividade aeróbica é importante fazer atividade de força muscular também. Mas sempre com a orientação do especialista”.
Fique por dentro
Exercício também reduz ansiedade
- Estudo
Pesquisadores monitoraram 426 pessoas com asma moderada ou grave que não faziam nenhum tipo de exercícios físicos.
Durante uma semana, os voluntários usaram um acelerômetro, que é um tipo de relógio que conta os passos.
os voluntários responderam um questionário de controle da asma, com perguntas sobre sintomas específicos — como dormiu, como acordou, quanto de falta de ar sentiu e se conseguiu fazer as atividades normalmente, por exemplo.
A partir da análise dos dados obtidos, que incluiu também a medicação usada pelos pacientes diariamente, os pesquisadores calcularam a quantidade mínima de passos associada a um menor relato de sintomas da asma.
- Benefícios da caminhada
Fortalece a musculatura torácica e abdominal, permitindo movimentos respiratórios mais eficientes.
Aumenta a capacidade pulmonar, o volume e o fluxo de ar nos pulmões, contribuindo para uma respiração mais fácil.
Melhora a função cardiovascular, contribuindo para a eficiência do coração e do sistema circulatório no metabolismo do corpo.
Reduz o peso e a inflamação do corpo, fatores relacionados ao surgimento e à gravidade da asma.
Regula neurotransmissores como a dopamina e a serotonina, que contribuem para a sensação de bem-estar e bom humor.
- Asma
A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns no Brasil, juntamente com a rinite alérgica.
Não há cura para a doença, mas com o tratamento adequado os sintomas podem melhorar e até mesmo desaparecer ao longo do tempo.
A asma pode matar em casos extremos e raros, quando a crise está muito intensa e não é feito o tratamento correto. Se a pessoa possuir alguma outra complicação clínica, o corpo pode ficar ainda mais debilitado.
Os sintomas são Tosse seca, chiado no peito, dificuldade para respirar, respiração rápida e curta, desconforto torácico e ansiedade.
O diagnóstico da asma é principalmente clínico, através de consulta e avaliação pelo médico especialista, mas também é confirmado pelo exame físico e pelos exames de função pulmonar.
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