Especialistas alertam para riscos de se cobrar demais
Autocobrança excessiva pode levar ao estresse e até a transtornos mentais, se não for gerenciado de modo adequado
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A autocobrança excessiva pode levar ao estresse e até mesmo a transtornos mentais, quando não é gerenciado adequadamente. Ela pode também se desenvolver por conta de um histórico familiar, de acordo com a psicóloga Ana Carolina Souza, especialista em dependência química. O assunto veio à tona após Alane Dias ter um surto ao descobrir que foi a última eliminada do BBB 24.
“No caso citado, a participante tem um histórico de balé, que, por si só, já é bastante rígido em relação às cobranças. Ela fez aula com a própria mãe. Já podemos ver traços de um lugar de onde pode ter surgido essa cobrança pelo balé. 'Nossa, eu faço balé com a minha mãe, então, eu tenho que ser a melhor'”, relata.
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A bailarina e atriz não está sozinha e encontrar pessoas como ela não é incomum. O psicólogo Peterson Fedulo explica que, para começar a entender a autocobrança, é necessário entender primeiro a autoimagem de cada um, ou seja, a imagem que temos de nós mesmos.
“Ela está entre o que a gente observa e sabe sobre nós mesmos e o que os outros falam sobre nós, querem de nós, e aquilo que a gente acha que os outros esperam de nós. Ou seja, a autoimagem é uma construção conjunta do indivíduo com os outros que dão retornos constantes”.
De acordo com ele, sempre vai existir um ruído de comunicação nesse processo. “Sempre que vivemos uma frustração, aquilo que o organismo naturalmente produz é raiva. Diante da frustração, acredito que ela projetou essa raiva contra si, como uma forma de punição”.
O psiquiatra João Paulo Cirqueira explica que o fato que se apresentou sugere uma dificuldade em fazer uma gestão das emoções em situações de perda ou crise de vulnerabilidade. Nesses casos, um quadro de comportamento regredido também pode aparecer.
“Às vezes, a pessoa nem se dá conta do que está fazendo. Se estamos vivendo algo que é extremamente específico, temos que entender que as emoções que vão estar em jogo são da ordem da regressão, da psicose. É de fato uma experiência social que está legitimada, mas que traz consequências do psiquismo”.
O que dizem os especialistas
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Autocobrança e frustrações
A autocobrança é natural em algum nível, pois nos incentiva a melhorar e alcançar nossos objetivos. No entanto, quando ultrapassa certo limite, pode se tornar prejudicial.
O tema veio à tona após a eliminação da ex-BBB Alane Dias, que surtou no momento em que foi a última eliminada do reality show.
A autocobrança excessiva pode ser prejudicial à saúde mental, mas existem maneiras de administrá-la, orientam os especialistas.
Converse com alguém
É aconselhável que a pessoa tenha espaço para conversar com amigos ou parentes e poder contar suas dificuldades, aquilo que frustra, e poder também ouvir do outro a visão alheia e considerar a própria.
Conversar com alguém da família que seja uma referência e ouvir o que essa pessoa tem a dizer.
Ou conversar com um líder comunitário, um membro da igreja, da religião, do culto que participa, a fim de poder receber a inspiração de outros pontos de vista, de formas diferentes de ver o mundo, de formas diferentes de se ver, com mais misericórdia.
Abordagens
Uma abordagem direta para enfrentamento é a psicoterapia, que ajuda o paciente a alcançar ideias e inspirações.
Deve ser incorporado na época certa, dos 7 aos 12 anos de idade, que é a época onde a personalidade está sendo estruturada.
A psicoterapia iria na direção da construção dessas percepções, desde que seja administrada com técnica, trabalho ou análise.
Erros e acertos
Os acertos são ótimos. Se estamos acertando, estamos felizes.
Já para os erros, precisamos aprender a tirar o ponto positivo.
Não é porque errou ou perdeu que aquilo não pode ser proveitoso pra alguma situação nova no futuro.
É importante aprender a equilibrar expectativas e praticar a autocompaixão.
Celebrar as conquistas, grandes ou pequenas, também é uma maneira de cultivar uma atitude mais positiva em relação a si mesmo.
Ansiedade
Nada mais é do que tentar prever o futuro, em um cenário que, geralmente, há previsão negativa.
Isso traz muita ansiedade juntamente com angústia.
Fonte: Especialistas citados na reportagem.
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